Vamos entender a vacina da Varíola - Prof Dr. Evandro Roberto Baldacci

Vamos entender a vacina da Varíola - Prof Dr. Evandro Roberto Baldacci

 O Brasil recebeu material biológico para iniciar o desenvolvimento da vacina pelo CT Vacinas (Centro de Tecnologia de Vacinas) da UFMG. O número de casos no Brasil já chega a 5000 . No mundo segundo a OMS, são mais de 50.000 casos e o Brasil é o terceiro colocado em número de casos com dois óbitos. As vacinas são o grande trunfo para controlar essa doença, como já foi controlada uma vez no passado. No Brasil as campanhas de vacinação para a varíola foram encerradas em 1973 e a OMS declarou o mundo livre da varíola humana em 1980. Essa vacina existe há 226 anos e a letalidade da doença antes da vacina era de 30% . Em 14/05/1976 Edward Jenner descreveu que tinha observado que as ordenhadoras de leite que se contaminavam com a varíola da vaca não desenvolviam a varíola humana, que era mais agressiva e grave. Inoculou o líquido da pústula em um menino de 8 anos que não desenvolveu a doença humana.A erradicação da varíola humana partiu daí . A vacinação era feita fazendo 15 perfurações com agulha e aplicando o preparado com vírus da vaccínia, Em 7/8 dias desenvolviam-se bolhas, por vezes com febre e mal estar. Óbitos pela vacina eram relatados como 2 casos por milhão de vacinas aplicadas. Em 1980 a OMS declarou extinta a varíola no mundo e o vírus foi armazenado em dois laboratório , um no EUA e outro na Russia. Essa   vacina preparada para varíola humana protege da varíola do macaco, As pessoas com 50 anos ou mais foram vacinadas para varíola humana e estariam protegidas da varíola do macaco, mas não se sabe se a proteção que era ótima  continua até hoje , sendo a dúvida se não houve queda na proteção que era referida de ser de 85%.

 As vacinas recentes  são três e tem diferenças importantes:

(1)  ACAM 2000: vacina de 2ª geração feita com vírus replicante; isso significa que o

vírus vai se multiplicar dentro de células das pessoas que podem desenvolver efeitos adversos graves (lesões cardíaca e do sistema nervoso).

(2)  Vacina LC 16: desenvolvida no Japão, é levemente replicante e portanto passível de desencadear efeitos adversos.

(3)  Vacina MVA – BN: feita com uma versão modificada e atenuada do vírus Vaccínia .Ankara (vírus da varíola humana) .É uma vacina de última geração, não sendo esse vírus replicante e portanto causando o mínimo de efeitos adversos. As vacinas desse tipo produzidas na Europa chamam-se Imavonex e nos EUA, Jynneos.

Essas vacinas protegem da doença e se administradas do 5º dia ao 14º dia depois de um contato , pode previnir o aparecimento aparecimento da doença. Não se tem uma medida exata de qual esse efeito protetor. Essas vacinas devem ser aplicadas por via intradérmica, região da pele que tem muitos tipos de células mediadoras de resposta imune. Usada na pré ou pós exposição, uma segunda dose deve ser aplicada de pois de 28 dias. Os efeitos adversos são muito leves.

Essas informações devem ser de conhecimento de todos, mesmo não havendo risco aparente de que a varíola do macaco se torne um problema maior.

                                            Prof Dr Evandro R Baldacci

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