Vamos falar de plágio

Vamos falar de plágio

Nem sempre é fácil receber a visitinha da excelentíssima criatividade. Frequentemente ela resolve desaparecer sem ao menos anunciar o momento exato que dará novamente o ar da graça e acaba por deixar órfãos aqueles que necessitam da sua repentina aparição para produzir belíssimos produtos artísticos – formando o conhecido bloqueio criativo. Nesse momento, muitos artistas preferem percorrer o caminho mais “fácil” e copiar conteúdo alheio (sem conceder os devidos créditos) ou simplesmente “modificar” algum escrito e atribuir a si próprio o mérito por replicar, mesmo que com pouquíssima ou nenhuma diferença, a obra do coleguinha.

Sabe aqueles trabalhos escolares que você empresta sobre a condição que o conteúdo a ser copiado seja modificado? Então! Várias dessas pessoas preferem modificar o formato da letra (caso este seja manuscrito), deslocar virgulas de lugar ou utilizar sinônimos para substituir palavras, mantendo exatamente o estilo original.

Imagina se eu resolvo dizer que: “meu miocárdio, não sei por qual motivo, bombeia alegre quando te enxerga”. Pronto! Não tenho certeza, mas talvez o célebre Pixinguinha se remexa no túmulo por tamanha falta de criatividade da minha parte.

Gente, escrever não é obrigação. É um ritual de acasalamento entre as palavras ao qual dará fruto a uma nova espécie admirada por uns e reprovada por outros (idêntico as páginas da vida). Copiar e/ou modificar algo e não fazer menção ao titular é o mesmo que fazer sexo com a Glória Pires para ver se nasce outra Cléo Pires idêntica (impossível né serumaninho!).

Por favor, não me interpretem de forma errônea. Reconheço que a criatividade é o reflexo da inspiração obtida em qualquer evento cotidiano, seja naquela melodia que foi trilha sonora do seu melhor salto com varas, seja no filme que deixou seus olhos brisados de tanto chorar ou mesmo em qualquer texto que lhe tenha proporcionado ereção poética. O fato é, distinguir o que é “xerox” daquilo que é único e exclusivo. Confesso que não sei diferenciar o cidadão chinês e o cidadão japonês, mas quem coloca o coração na ponta da caneta sabe que nenhuma alma (mesmo que gêmea) reproduz réplicas idênticas.

Se um dia eu resolver seguir o caminho do escritor “Paraguai”, vou mudar meu nome para Diego Veloso, aliás, já tenho até texto de estreia:  

De vez em quando, na calada do escurecer 

Eu fico pensando na gente 

Eu fico ali viajando parecendo noiado  unindo o anterior, o atual e o posterior

Por que você me concede tanta liberdade? 

Porque você não fica presa comigo? 

Tô me sentindo tão solitário! 

Não sou nem quero ser o seu proprietário 

É que um cafuné de vez em quando é bom 

Possuo algumas confidências e planos enigmáticos só comento com você, ninguém mais... 

Por que você me ignora e desaparece? 

E se eu encontrar outra pessoa? 

E se ela, de uma hora pra outra, me conquista? 

Quando a gente admira  É óbvio que a gente tem cuidado 

Diz que me idolatra  Só que é tudo em vão 

Ou você finge  Ou não tem experiência o suficiente 

Cadê você neste instante?


Renato Cot obrigado por expor esse tipo... "pseudointelectual" que precisa da ideia alheia para propagar aquilo que não entende nem é...

clique aqui (publicação original)

Lougas Dutra

Eletrotécnico | Programador | Desenvolvedor | Especialista de Automação de Testes - QA

10 m

Gostei, mas foi muito! Você sempre usando as palavras escrita com maestria.

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