Varejo sustentável: o fim é um novo começo

Em julho de 2024, a SHEIN , uma das maiores fast-fashion do mundo, anunciou a criação de um fundo de R$ 1,1 bilhão para combater os resíduos na moda. O movimento da marca antecede um importante evento do mercado financeiro, chamado IPO, no qual uma companhia torna-se de capital aberto.

Mas a novidade da SHEIN , que enfrenta críticas sobre suas práticas ambientais, faz parte de uma onda maior: a preocupação dos consumidores com a sustentabilidade. As marcas estão buscando melhorar as suas práticas ambientais porque a conta já chegou. E isso impacta diretamente os consumidores, com fogos em lugares que nunca houveram incêndios, e lugares que nunca foram tão frios agora estarem absolutamente gelados. 

Ou seja, essa mudança precisa ser rapidamente ajustada para que o consumidor veja que a companhia está absolutamente focada em uma das maiores dores da população mundial. De acordo com um levantamento da Kantar, 18% da população latino-americana, compondo um mercado de US$ 15 bilhões, busca consumir marcas que estão alinhadas com práticas de preservação ambiental. 

E é o caso da própria SHEIN . Mesmo sendo uma companhia chinesa, está vendo a necessidade de que as suas marcas, agora globais, tornem-se mais adaptadas ao novo momento do meio ambiente. 

Mas o fast-fashion pode ser sustentável? A resposta é sim. E a sustentabilidade destas empresas precisa se preocupar para além dos aspectos produtivos: desde a prática da compra do fio de algodão, passando pelo desuso rápido das suas roupas.

Uma das principais práticas é a economia circular. A SHEIN , inclusive, já investe nisso: em 2022 lançou uma plataforma de revenda de roupas, com mais de 115.000 itens de segunda mão listados. 

O que estamos vendo é o nascimento da moda circular. Isso é uma grande inovação, e foi impulsionada pela tecnologia e pelo poder do consumidor de comunicar seus desejos e vontades diretamente para as marcas. Não importa se é de segunda mão: o importante é o poder de escolha com segurança.