Velhas gerações e mimimis

Velhas gerações e mimimis

Faz um tempo que falo e estudo sobre o momento que a natalidade no Brasil e RS vão passar a ficar negativas, aqueles que se interessam pelo assunto deem uma olhada no site do IBGE (www.ibge.gov.br/apps/populacao/projecao). A estimativa da virada da pirâmide etária no RS será em 2036 já no Brasil 2048. Mas o que isso representa pra nós? Representa que teremos que estar preparados, pois chegará o momento de uma redução significativa no acesso de profissionais ao mercado de trabalho, redução na geração de renda e certamente uma redução na geração de impostos.

Concomitante com a desaceleração de entrantes de profissionais no mercado de trabalho, teremos a manutenção de outros que estão em atividade, estes terão grandes desafios com muitas variáveis nas suas atividades profissionais, modelos de negócios e modelos mentais. Sim, vai ser necessária muita resiliência profissional, vamos nos reinventar muitas vezes nos próximos anos se quisermos manter nossa renda ou atividade no mercado de trabalho.

Uma das características da liderança é estar muito atualizado com os assuntos do momento, acompanhando a diversidade dos temas, comportamento humano, economia, política, processo produtivo entre outros tantos que devem fazer parte do cotidiano aprendizado.

Me incomoda estar em um ambiente profissional e ver os “mais velhos” reclamando das gerações que estão chegando, não percebemos que também éramos limitados e ignorantes (no real sentido desta palavra), tínhamos hábitos e manias que incomodavam os que já estavam trabalhando, mas pelo visto as gerações passadas pareciam mais pacientes e entendiam que precisavam de nós para evoluir.

Quando eu era “piá” ouvia meu pai contar uma história que hoje faz muito sentido. Quando ele era criança, o pai dele xingava pois ele ia para o almoço com uma revista em quadrinhos. Ele me xingava, pois eu ia para o almoço e ficava olhando televisão. Eu xingo a minha filha porque ela vem para o almoço e não desliga do celular. Gerações conflitam desde o início da humanidade.

Sou resistente ao “mimimi profissional” e quero deixar uma sugestão. Em vez de reclamar do profissional mais jovem, identifica nele os potenciais que irão revolucionar a tua empresa nos próximos anos. Entenda e aceita que ele não tem a fidelidade empresarial do meu pai (29 anos na mesma empresa).

Procure perceber que ele é inquieto e está buscando um líder inspirador, não alguém que sumariamente dita as regras, lembra de apresentar as metas e resultados desejados e, por final, demonstre e explique as suas histórias e inspirações. Líderes inspiradores deixam legados de aprendizado e transformam vidas!

O jovem profissional está interessado na SUA jornada de trabalho, no SEU aprendizado, algo que possivelmente as gerações passadas não conseguiram vivenciar ou mesmo priorizar. Entender isso pode facilitar a revolução etária que teremos a seguir. Não entender pode significar grandes dificuldades na atração e retenção de talentos ou mesmo na sua resiliência profissional. Então vamos combinar, acaba logo com esse Mimimi e apoia o futuro dessa gurizada!

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