Velhices
Uma nova semana começou e pode significar o início de um novo ciclo se estivermos abertos a isso, creia você no significado religioso da Páscoa ou tenha recarregado as energias em mais um feriado prolongado. Eu acredito nas boas energias do universo, no amor e na alegria que compartilhamos todos os dias. Para mim, é uma semana especial, a semana do meu aniversário. Na quinta-feira completarei 42 anos bem vividos, atenta aos novos desafios e aos outros 40 anos ou mais que estão por vir. Quem sabe seguindo o exemplo da rainha da Inglaterra, Elizabeth II, que completou 93 anos no último domingo, e seu marido o príncipe Philip que tem 97.
A idade não me limita e a velhice não me assusta. Sei que venho envelhecendo da melhor forma possível, procurando me alimentar melhor, embora ainda de mão dada com o sedentarismo, mas buscando novos caminhos, projetos que realmente me tragam felicidade e realização profissional. Porém não deixo de acompanhar o mercado e as vagas que vão surgindo, afinal todos temos contas para pagar. Uma mais recente falava em um profissional sênior com pelo menos cinco anos de experiência na área. Acho que já estou em outro time, já que são quase vinte anos no jornalismo, experiente demais talvez. Mas vida que segue e se não for dessa vez, outras oportunidades irão surgir com certeza.
Tenho visto colegas de profissão tomando outros rumos, investindo em outras áreas, educação, confeitaria, eu, na gerontologia, vamos acumulando conhecimentos, trilhando outros sonhos seja por necessidade, oportunidade ou um pouco de cada. Somos todos tão diferentes, e aí a graça do mundo, seja na juventude, na infância ou na velhice.
A forma como cada um envelhece é individual, consequência do que fomos construindo ao longo da vida, nossas crenças, nossas relações sociais.
Claro que o gênero, a renda e a escolaridade são fatores preponderantes em como vivenciaremos este longo período da vida. Afinal como explicou a professora Dra. Andrea Lopes, da graduação e da pós-graduação da Escola de Artes, Ciências e Humanidades (Each) da USP, na palestra na Faculdade Paulista de Serviço Social, são poucos os anos vividos na infância, na adolescência, na juventude, na fase adulta, diferente de quando somos considerados idosos, a partir dos 60 anos segundo o Estatuto do Idoso. Sua velhice pode durar 40 anos ou mais, e você se tornar um centenário.
Com a expectativa de tanto tempo pela frente e as pessoas chegando cada vez mais saudáveis e produtivas nesta fase, embora ainda não sejam a maioria, países já começam a rever conceitos, políticas e a idade de início da velhice. Na Itália, por exemplo, desde dezembro do ano passado, as pessoas são consideradas idosas a partir dos 75 anos, e não mais aos 65. O assunto foi destaque em uma reportagem do Jornal Nacional (Globo). Já em 2017 foi feita uma alteração no Estatuto brasileiro, determinando que pessoas com 80 anos ou mais tenham prioridade sobre outros idosos. Uma vida longa e próspera para todos!