Vergonha de ser honesto


      Foi proferido por Rui Barbosa uma famosa frase que faz tanto sentido em nosso presente quanto em sua época, e sua fala dissertava sobre vergonha em ser honesto, sendo assim, o escritor, jurista, político dentre outras funções por ele abraçadas, dizia, “de tanto ver triunfar as nulidades; de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça, de tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar-se da virtude, a rir-se da honra e a ter vergonha de ser honesto”.

           Cabe aqui uma simples pergunta: É possível ser honesto neste país de cleptocratas formado por um governo usurpador, por políticos que desconhecem o significado de ética e que tem o caráter limpo como o Rio Citarum que é um rio asiático considerado o mais sujo do mundo?

           Assim são nossos políticos, sujos, imorais, cleptocratas, e tudo mais que representa a escória da sociedade.

           Será que isso foi uma frase para refletir a situação em que o país se encontrava na época ou uma profecia para 2017?

           Comecemos com a primeira fala: “de tanto triunfar a nulidade”. Temos em um magistrado que hoje é o ministro do Supremo Tribunal Federal a nulidade da justiça, ou seja, a justiça é nada mais e nada menos que injusta. Aos amigos do ministro, a completa conivência com a corrupção.

           A quem o povo deve recorrer agora? Alguns dos maiores corruptos do Rio de Janeiro são liberados por um ministro que tem relações com empresários presos por corrupção.

           Uma das pessoas mais importantes para manter a lei e a ordem, que tinha pleno poder para escorraçar estas escórias da sociedade, simplesmente fica condizente com a situação e defendendo interesses escusos.

           Estamos realmente sob uma cleptocracia e o povo mal informado, mal esclarecido e totalmente alienado fica a mercê de uma situação, que somente uma educação de qualidade seria a solução.

           Solução porque este mesmo povo teria discernimento para entender a real situação e a manipulação sórdida desta política usurpadora e consequentemente seus reflexos nefastos. 

           Dando continuidade as falas de Rui Barbosa, “de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça” nos remete a letra da música cantada por Gonzaguinha quando diz que “sem o seu trabalho o homem não tem honra, e sem a sua honra se morre, se mata", e com o atual governo são 14,2 milhões de desonrados, ou melhor, desempregados no Brasil de acordo com IBGE das informações extraídas do EBC Agência Brasil.

           Ainda Rui Barbosa continua em sua fala "de tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar-se da virtude, a rir-se da honra e a ter vergonha de ser honesto”.

           Essa última frase poderia ressaltar os desmandos do ministro do Supremo Tribunal Federal que com seu pleno poder, simplesmente anula o poder da justiça e envergonha a profissão de docente, pois esta profissão que é vista como esclarecedora, norteadora e que busca uma igualdade social, hoje se vê representada por uma pessoa arbitrária que defende o próprio interesse e de seus pares corruptores.

           Enfim, apesar da frase citar a vergonha em ser honesto, a nossa honestidade, dignidade e ética são as únicas coisas que tentamos resguardar em nosso ser, mostrando o orgulho em ser educador e poder um dia, fazer com que nossos alunos sejam críticos o bastante para perceber o quão é importante uma educação libertadora, para que estas falas de Rui Barbosa extrapolem os acervos menos pesquisados, e que a educação de nossos alunos consiga fazê-los entender as profundas falas deste grande pensador brasileiro e não deixar com que a história se repita.

Por Wolmer Ricardo Tavares – Mestre em Educação e Sociedade, Escritor, Palestrante, Articulista, Colunista, Docente, Consultor de Projetos Educacionais e Gestão do Conhecimento na Educação – www.wolmer.pro.br

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Wagner Arbex

Área Administrativa - Assistente Financeiro e Área Educacional - Historiador e Pedagogo.

7 a

Verdade, o mesmo sentimento temos nos dias atuais.

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