A Viabilidade Financeira e o Retorno dos Investimentos

Você já se perguntou como avaliar se um projeto é viável financeiramente e qual é o seu retorno potencial? Essas são questões fundamentais para qualquer empreendedor, investidor ou gestor que deseja tomar decisões racionais e baseadas em dados. Neste post, irei explicar o que é a viabilidade financeira, como calculá-la e quais são os principais indicadores de retorno dos investimentos.

O que é viabilidade financeira?

A viabilidade financeira é a capacidade de um projeto gerar receitas suficientes para cobrir os custos envolvidos e ainda proporcionar um lucro satisfatório. Para isso, é preciso estimar os investimentos necessários, as despesas operacionais, as receitas esperadas e o tempo de retorno.

A viabilidade financeira depende de vários fatores, como o mercado, a concorrência, o público-alvo, o valor agregado do produto, o modelo de negócio, o cenário econômico, entre outros. Por isso, é importante fazer uma pesquisa de mercado e um estudo de viabilidade antes de iniciar um projeto.

Existem diversos métodos para calcular a viabilidade financeira de um projeto, mas os mais utilizados são:

• O Valor Presente Líquido (VPL), que representa o valor atual dos fluxos de caixa futuros do projeto, descontados pela taxa de desconto. Um projeto é viável financeiramente se o seu VPL for positivo, ou seja, se ele gerar mais valor do que o investimento inicial.
• A Taxa Interna de Retorno (TIR), que representa a taxa de desconto que iguala o VPL do projeto a zero. Um projeto é viável financeiramente se a sua TIR for maior do que o custo de oportunidade do capital, ou seja, se ele oferecer uma rentabilidade superior à taxa mínima exigida pelos investidores.
• O Payback, que representa o tempo necessário para que o projeto recupere o investimento inicial. Um projeto é viável financeiramente se o seu payback for menor ou igual ao prazo máximo aceitável pelos investidores.

O que é retorno dos investimentos?

O retorno dos investimentos (ROI, na sigla em inglês) é uma métrica que mede o quanto um projeto gera de lucro em relação ao valor investido. O ROI é calculado pela seguinte fórmula:

ROI = (Lucro - Investimento) / Investimento

O ROI pode ser expresso em porcentagem ou em tempo. Por exemplo, se um projeto tem um investimento de R$ 100 mil e um lucro de R$ 150 mil, o ROI é de 50% ou de 6 meses (considerando que o projeto dura 12 meses).

O ROI é uma forma de avaliar a rentabilidade e a eficiência de um projeto, mas não é o único indicador. Outros aspectos qualitativos também devem ser considerados, como a satisfação do cliente, a reputação da marca, a inovação, a sustentabilidade etc.

Para calcular a viabilidade financeira e o ROI de um projeto ágil, é preciso considerar alguns fatores, como:

• O escopo do projeto, que deve ser definido de forma clara e alinhado com as expectativas do cliente e do mercado;
• O orçamento do projeto, que deve ser estimado com base em critérios como tamanho, complexidade, qualidade e tempo de entrega;
• O cronograma do projeto, que deve ser planejado com base em ciclos curtos e iterativos, chamados de sprints, que permitem entregar valor de forma contínua e obter feedback rápido;
• Os indicadores de desempenho do projeto, que devem ser medidos e monitorados com base em métricas como velocidade, produtividade, qualidade, satisfação do cliente e valor agregado.

Como avaliar a viabilidade financeira e o retorno dos investimentos em projetos ágeis?

A avaliação da viabilidade financeira e do retorno dos investimentos em projetos ágeis pode ser feita de forma semelhante aos projetos tradicionais, mas com algumas particularidades. Vejamos algumas dicas:

• Use estimativas baseadas em valor e não em horas. Em projetos ágeis, o foco é entregar valor para o cliente e não cumprir um escopo pré-definido. Por isso, as estimativas devem ser feitas com base no valor que cada funcionalidade agrega ao produto e não no tempo que leva para desenvolvê-la.
• Adote uma abordagem iterativa e incremental. Em projetos ágeis, o produto é entregue em partes menores e mais frequentes, chamadas de incrementos. Cada incremento deve ser validado pelo cliente e gerar receita ou aprendizado. Assim, é possível testar hipóteses, obter feedbacks, corrigir erros e melhorar o produto ao longo do projeto.
• Aplique técnicas de priorização e seleção de funcionalidades. Em projetos ágeis, é importante definir quais são as funcionalidades mais importantes e urgentes para o cliente e para o negócio. Para isso, podem-se usar técnicas como o MoSCoW (Must have, Should have, Could have, Won't have), o Value vs Effort (Valor versus Esforço), o Kano (Básico, Performance, Encantamento), entre outras.
• Monitore os indicadores financeiros ao longo do projeto. Em projetos ágeis, é essencial acompanhar os resultados financeiros do projeto em cada ciclo de entrega. Para isso, podem-se usar ferramentas como o Business Model Canvas (Modelo de Negócio), o Lean Canvas (Modelo Enxuto), o Product Vision Board (Quadro de Visão do Produto), entre outras.
• Revise e ajuste os planos conforme as mudanças. Em projetos ágeis, é preciso estar preparado para lidar com as mudanças que podem ocorrer no mercado, na tecnologia, no cliente, no produto etc. Por isso, é importante revisar e ajustar os planos financeiros periodicamente, de acordo com as novas informações e demandas.

A vantagem de usar a abordagem ágil para avaliar a viabilidade financeira e o ROI de um projeto é que ela permite adaptar o planejamento e a execução do projeto às mudanças no ambiente, nas necessidades do cliente e nas oportunidades de mercado. Assim, é possível reduzir os custos, aumentar os benefícios, mitigar os riscos e maximizar o valor entregue ao cliente.

Conclusão

A viabilidade financeira e o retorno dos investimentos são conceitos essenciais para quem deseja empreender ou investir com sucesso. Por meio deles, é possível avaliar se um projeto é capaz de gerar valor e se ele está alinhado com os objetivos e as expectativas dos investidores. Para isso, é preciso realizar uma análise criteriosa dos fluxos de caixa, dos custos, dos riscos e das taxas de desconto envolvidos no projeto.

Espero que este artigo tenha contribuído para o seu conhecimento e para o seu sucesso. Se você gostou, não deixe de compartilhar com os seus contatos e de deixar o seu comentário. A sua opinião é muito importante. E se você quer receber mais conteúdos como este, assine a newsletter e fique por dentro das novidades.

Fontes:

• Pontificia Universidade Católica do Rio Grande do Sul. Gestão de Projetos e Metodologias ágeis. Apostila. MBA em Gestão de Projetos e Metodologias Ágeis (Prof. Mário Trentin), Rio Grande do Sul, 2023.
• FERREIRA, M. A. M.; ROSSI, G. B. Viabilidade econômica de projetos ágeis: uma proposta de modelo conceitual. Revista Gestão & Tecnologia, v. 15, n. 3, p. 268-291, 2015.
• ASSAF NETO, Alexandre. Finanças corporativas e valor. 7. ed. São Paulo: Atlas, 2014.