A vibração de cada nova ideia

A vibração de cada nova ideia

Meio&Mensagem / SxSW - South by Southwest

A vibração de cada nova ideia: o SXSW é sobre ter centenas de novas ideias.

Eu estava quase para dizer que fiquei um pouco decepcionado com o SxSW. Não houve tantas palestras realmente interessantes ou disruptivas que eu tenha assistido, mesmo tendo ficado pouco tempo.

Porém, o SXSW mexeu comigo de algumas outras formas. Talvez menos no “micro” e mais no “macro”.

Me trouxe à tona pensamentos, discussões e fez borbulhar certas vontades de fazer coisas de um jeito diferente. Só por isso, já valeu.

Aliás, é sobre isso que dissertarei um pouco aqui: o SXSW não é sobre tecnologia. Ou sobre interatividade. Ou nanobiotecnologia. Ou política. Ou mercado. Ou mesmo urbanismo, educação ou saúde.

O SXSW é sobre ideias. Centenas delas. De cada palestra, alguém que traz o que desenvolveu e inovou, o que criou e centenas de pessoas compartilham disso e com certeza levarão à frente. É um círculo virtuoso da disseminação de ideias, de toda a natureza.

Eu senti esse “pulso” vibrante neste evento, mais do qualquer um que já fui, seja pela magnitude, seja pela diversidade de ideias.

Que quantidade de oportunidades temos no nosso país e que não aproveitamos? Porque, a despeito da falta de educação básica, de infraestrutura, corrupção etc, etc, o Brasil tem uma boa parcela de gente muito conectada, que tem ficado menos acomodada, e que busca inovação. Não à toa, a delegação brasileira não era pequena. E expandia-se bem além da fronteira do nosso “mundinho” publicitário.

No SXSW desse ano – e minha primeira vez – vi surgirem discussões éticas sobre manipulação de DNA, e os assuntos da vez entre Inteligência artificial x inteligência humana, muita Virtual reality, Startups com ideias de toda a ordem para solucionar problemas de todos os tamanhos. E isso foi aumentando a “massa crítica” sobre o todo e comecei a me importar menos com o “micro” de cada palestra gostada ou não.

E eu, que a princípio estava sem muita vibração sobre o que estava vendo, terminei minha primeira experiência no ‘Sul e Sudoeste’ de forma positiva: porque senti a vibração que gera-se para que ideias aconteçam. E isso é sensacional. Em inglês, fica lindo: “Ideas to be flourish”. O florescer dessas ideias numa sensação de engrenagem que alimenta-se de seu próprio ecosistema gerado me pareceu incrível.

Como publicitário, me senti pequeno. E vi que nossas capacidades podem ser muito aumentadas se não nos enxergarmos mais como “publicitários” e sim como geradores de ideias que solucionem os mais diversos problemas.

Na nossa profissão temos uma capacidade de conhecimento amplo que poucas áreas detém. Lidamos e conectamos diferentes saberes, da publicidade propriamente dita, ao entretenimento, conteúdo de todas as formas, tecnologia, cinema, arte e cultura. Temos em nossas mãos a capacidade de alimentarmos nosso próprio sistema e nos alimentarmos do que construirmos dele. Sermos geradores de ideias, num ecossistema criativo. Não nos vermos mais só como publicitários, mas também como conectores de idieas e soluções, seja para o marketing, para a sociedade, para a natureza, para as cidades ou para um indivíduo que seja. É a sensação de podermos atuar com os conceitos de start-ups dentro das nossas próprias empresas, fomentando ideias de todo o tipo. Podemos criar esse circulo virtuoso, sem deixar o “core” da nossa profissão, transformando as ideias em novos negócios e soluções.

Porque se o ditado diz “nada se cria, tudo se transforma”, como publicitários estamos a um passo de criarmos a nossa própria transformação.

Romolo Megda

Co-Founder e Diretor de Criação @ Farofino. Especialista em Branding, Design & Tipografia.

7 a

Muito bom! ;-)

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