Vicios corporativos que nos atrapalham como empreendedor.
Quarta-feira, 16:30, de um dia que parecia ser mais um daqueles cheio de reuniões onde muitas não levam a resultados reais, mas sugam a energia vital dos nossos neurônios.
Uma dessas “mini reuniões”, que na verdade deveria ser apenas um café para o meu time apresentar o que minha agência faz, virou quase que um processo de consultoria/mentoria.
Do outro lado mais um ex-executivo de multinacional que cansado de ver a vida passar pelo vidro de seu escritório num trabalho que não via propósito, resolveu empreender. Tinha se planejado financeiramente, até certo ponto feito alguns estudos sobre o mercado que iria atuar (até certo ponto porque ainda não tinha efetivamente testado no mercado), mas, não havia acertado o principal: mudar sua mentalidade.
Pode parecer estranho pra quem nunca foi do mercado corporativo, mas nos tornamos tão viciados naquele processo de empresas com grandes orçamentos que, quando mudamos para outro lado, levamos esses vícios junto conosco. E isso pode ser fatal para o nosso negócio.
O primeiro ponto de mudança consiste em planejar e detalhar muito todos os passos. Depois vem o tamanho das coisas, para quem já foi da empresa X com faturamento Y é difícil pensar em algum negócio que fature na casa dos milhares e não milhões (ou então o tão sonhado status de Unicórnio). Por último vem o esquecimento que não teremos mais o sobrenome e o orçamento da empresa W que abria as portas de qualquer lugar.
Existem muitos outros vícios que atrapalham a vida empreendedora, mas, o citados acima são os principais que tiram nossa agilidade, o senso de simplicidade e aumentam nosso medo de errar.
Eu mesmo, que estou há quatro anos nessa jornada em diferentes empreendimentos, tanto no Brasil quanto nos EUA. Acho que só esse ano que realmente aprendi três pontos muito importantes:
- A força do "evolua fazendo": Ninguém nasce totalmente pronto e o mesmo acontece com empresas, teste bastante e erre bastante também. O segredo está em errar de forma administravel , aprender com isso e corrigir o curso rapidamente.
- "De forma simples”: "KISS - Keep it simple stupid" é uma das frases que eu sempre tento me lembrar, foi criada para orientar designers nos anos 70, mas, em tempos de excesso de informação e oportunidades nunca foi tão necessária. Como executivos de grandes "navios corporativos" perdemos o contato com a simplicidade das relações e a forma de fazer negócios e isso nos torna lentos.
- Negócio bom é qualquer um que traga rentabilidade: Muitas vezes nos prendemos aos grandes números de faturamento e esquecemos do principal que é o quanto realmente sobra no bolso. As vezes na busca do tão sonhado unicórnio inchamos a estrutura e uma empresa que deixava um bom dinheiro nas mãos dos sócios pode quebrar.
No final, a reunião foi bem legal e acho que conseguiremos trazer esse cliente pra casa. Uhu!
Mesmo assim passou um filme na minha cabeça, da jornada que tem sido empreender e quebrar os antigos vícios. Imagino que se você leu até aqui deve estar achando que sou um pessimista e me arrependo de participar dessa jornada.
MUITO PELO CONTRÁRIO, não há momento mais feliz do que as pequenas vitórias do dia a dia. E você concorda comigo?
Head de Tecnologia na Aluz Aceleradora Comercial
10 mFelippe, valeu por ter compartilhado ... 🙂
Empreendedor & Diretor Criativo Multidisciplinar
4 aMuito interessante sua análise, Felippe! Atualmente o mercado nos ensina que para empreender, precisamos de burocracia, relatórios extensos, números inflados e que muitas vezes nos distanciam da real razão de buscar novas alternativas para problemas que precisam ser resolvidos. Empreender é buscar soluções financeiras, mas principalmente para impactar positivamente o nosso planeta! Obrigado por dividir este conteúdo!
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5 aMuito bom Felippe! O KISS é fundamental, principalmente para quem sai de grandes empresas....