A Vida vale a pena ser vivida!
Compartilho abaixo, artigo do colega Rolf Regehr sobre este importante tema...

A Vida vale a pena ser vivida!

O Setembro Amarelo é uma campanha mundial de prevenção ao suicídio. Foi inspirada no que amigos de um adolescente dos Estados Unidos fizeram após sua morte: distribuíram fitas amarelas com a mensagem “Se você precisar, peça ajuda”. Durante todo este mês, haverá publicações sobre o assunto com o foco na informação, principal recurso de prevenção associado à terapia.

Os dados mais recentes sobre o suicídio no Brasil são de 2017, ano em que 12.472 pessoas (dados do Ministério da Saúde) cometeram autoextermínio. No DF ocorreram 168 casos, o que corresponde a uma taxa de 5,53 casos a cada 100 mil habitantes, ligeiramente menor que a média do Brasil (6,01). Para efeito de comparação, o Rio Grande do Sul, que possui o maior índice, tem uma taxa de 11,91 casos para cada 100 mil habitantes. Há que se observar o alerta de vários profissionais da saúde que esse tipo de ocorrência é subnotificada, provavelmente pelo tabu que envolve o assunto.

Ainda continuando com alguns dados sobre o assunto, merece destaque a prevalência de homens com 78% de todas as mortes, sendo que na idade entre 20 e 40 anos esse percentual é ainda maior: 80,8%. A Organização Mundial de Saúde indica que 90% dos suicídios estão associados a transtornos mentais como depressão e uso de substâncias psicoativas (lícitas ou ilícitas). Dificuldade em lidar com o sofrimento em ambientes opressores, particularmente em grupos minoritários, pode levar uma pessoa a um transtorno mental que aumente o risco de cometimento de suicídio.

A prevalência de homens nesse tipo de óbito é visível no início da adolescência, quando eles (a partir dos 15 anos) apresentam maior número de ocorrências, o que continua até a terceira idade. Mas isso não tira o foco das mulheres que tentam mais vezes.

Esse é o retrato geral do assunto no Brasil, e é possível entender a sua gravidade, visto que são mortes absolutamente evitáveis. Informação, apoio emocional, espaços de atendimento emergencial ou preventivo, além de mudança cultural de inclusão social e aceitação do outro, são fatores importantes e eficazes na prevenção.

Não é possível definir causas específicas de um ato suicida. Há inúmeros fatores biopsicossociais que se correlacionam: pessoais, familiares, sociais, religiosos, institucionais (escolas, ambiente de trabalho, etc), históricos e culturais que podem estar presentes em um determinado contexto gerando uma carga de sofrimento de difícil enfrentamento. Ainda assim, qualquer pessoa com grande sofrimento e pensamentos suicidas pode evitar o mal maior. Para isso, a busca de ajuda profissional, a compreensão e cuidado por parte de amigos e familiares, a criação de um ambiente acolhedor são condições que levam à recuperação emocional e criação de estratégias de enfrentamento eficazes na lide do dia a dia.

Nas próximas semanas, na seção Dicas de Saúde, alguns aspectos importantes para refletir e prevenir o suicídio serão tratados com maiores detalhes com o objetivo de gerar a reflexão e conscientizar, aumentando nossa capacidade de evitar esse fenômeno.

Rolf Regehr 


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