A violência democrática da PM paulista
Procurei acompanhar o noticiário - da grande imprensa e da imprensa alternativa - passada a manifestação do Movimento Passe Livre neste 12 de janeiro.
E, na contramão da imprensa que comemora a ação de pura violência da PM, que envolveu todos os manifestantes e black blocs infiltrados no ato, teço algumas considerações.
A primeira é que o direito de ir e vir, um dos principais itens da Constituição Federal foi violado. Nunca na minha vida poderei admitir que a PM isole um local horas antes de uma manifestação sob o pretexto de impedir que mais pessoas componham o ato. Essa ação "preventiva" para alguns, apenas evidenciou que premeditadamente a PM queria fazer o cerco para, primeiro intimidar e depois bater. Indiscriminadamente como sempre.
A título de exemplo, uma jovem grávida foi agredida com chutes na barriga e fraturou uma costela. Um vídeo no Youtube exibe um jovem que corria das bombas ser cercado e agredido por oito PMs.
Ponto dois - e bato novamente na mesma tecla defendida em texto anterior a esse: a PM assistiu desavergonhadamente o ingresso de manifestantes mascarados no ato e, podendo separar o joio do trigo, fez a única coisa que é treinada para fazer. Surrou todo mundo. E ganhou o aplauso dos fascistas que são maioria nessa cidade simplesmente porque eles, os fascistas, perderam a vergonha de mostrar a cara.
Insisto. Ou o MPL, oferece numa bandeija de prata as cabeças mascaradas dos black blocs para as autoridades ou será surrado ao ponto que o medo os sufoque e eles abandonem uma causa legítima. Infelizmente, o ato legítimo inclusive já foi criminalizado - não apenas pela PM, mas pela malta conservadora dessa São Paulo fascista.
Nesse contexto lamentável, a cereja do bolo vai para um senador da República, residente em Higienópolis e que não separa joio do trigo - só o que lhe placidamente interessa, claro - ter ido ao Facebook escrever que MPL e black blocs são uma coisa só. A minha lástima nesse último caso foi que os mascarados não bateram a sua porta com paus e pedras para ilustrar ao nobre parlamentar quem é quem. Infelizmente para o senador, protesto legítimo só com camisa da CBF.
Por fim, digo isto: ao MPL eu desejo sorte, juízo e coragem. Aos black blocs eu desejo o mais requintado espancamento que a PM apenas fez "democratizar". À PM eu sonho que tome vergonha na cara e faça o seu trabalho dentro da lei.