Violência doméstica: A busca por um novo paradigma para transformação social
A violência doméstica é transversal e mesmo quando queremos apenas chamar a atenção para essa situação é preciso estar atento aos outros contextos de sua ocorrência.
No Brasil a reação nacional ao alarme mundial sobre o impacto do isolamento no aumento da violência contra as mulheres, pessoas LGBT e com deficiência foi rápida e logo começamos a acompanhar valorosas iniciativas para ajudar essas pessoas que estão sofrendo violência doméstica.
É valoroso o esforço em disponibilizar linhas telefônicas, apps, chats, vídeo chamadas, redes sociais, hashtags e toda forma de recurso tecnológico acessível para conectar as pessoas que sofrem violência doméstica e profissionais que possam ajudá-las com orientações, atendimentos e apoio.
Campanhas e recursos ajudam a romper o distanciamento e mostrar para as pessoas que sofrem com essa situação em casa que lá fora alguém se preocupa com elas.
Embora qualquer pessoa LGTB, pessoas com deficiência ou mulheres possam sofrer violência, sabemos que nem todas as pessoas possuem as mesmas condições para enfrentar a violência, o que faz com que as análises e diversidade de caminhos de denúncia e apoio se tornem ainda mais importantes para a compreensão do fenômeno.
As necessidades específicas de outros grupos precisa estar sensível para compreensão; Como mulheres indígenas, quilombolas, do campo e da floresta, refugiadas, pessoas idosas e para aquelas mulheres que estão inseridas nas instituições prisionais e socioeducativas. Assim como há maior precariedade social entre as populações economicamente desfavorecidas, majoritariamente composta por negros e pardos.
Denunciar a violência doméstica contra pessoas LGBT, mulheres, idosos, pessoas com deficiência e outros grupos mencionados acima, deve ser uma constante, independentemente das crises sociais que possam ser vividas, uma vez que os números de violência que conhecemos no Brasil demandam intervenções permanentes.
É importante não perder de vista o fato de que essa violência é parte do cotidiano de muitas(os) brasileiras(os) e manter a “pauta quente” é uma estratégia importante nesse momento em que estamos intensamente mobilizados pelas medidas de isolamento e pelos números de contaminação e de mortes pelo vírus.
Como será o "depois" do isolamento social?
O "depois" ainda surgirá com a variável constante da desigualdade de gênero e de suas consequentes violências, infelizmente. E passado o isolamento social, como estaremos preparados para o acumulado de dores das violências domésticas sofridas durante a quarentena juntando-se às violências que acontecem todos os dias fora do âmbito doméstico? Que resposta institucional teremos estruturada para dar conta desse "depois"?
Buscar um novo paradigma para a ação que tenha mais foco na prevenção da violência e na transformação social talvez seja um progresso, ações podem ser direcionadas por todos, desde instituições sociais, comitês, empresas, etc e Estado com a garantia dos meios necessários para a aplicação das leis e o desenvolvimento das políticas.
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