VIOLÊNCIA, JOVEM E CIDADANIA - FINAL
Violência jovem e cidadania – final
Há um forte clima de violência pairando sobre o Brasil. Fruto especialmente da falta de educação na escola fundamental e de cidadania que a escola deveria ter ensinado à juventude trangressora da atualidade. Voltando ao começo da conversa. A migração das mães, com muitos filhos, pro mercado de trabalho a partir do começo da década de 1970, desestruturou as bases da família tradicional brasileira.
Uma vez fortalecido o mercado de trabalho a partir do “milagre econômico”, apareceu um nova classe média mais estruturada que percebeu na educação o caminho pra ascensão social dos filhos continuar. Matriculou-os na escola particular. Aos poucos a excelente escola pública foi virando escola de pobres. Por isso mesmo abandonada porque a política não escuta os pobres. Gerações cresceram nesse ambiente de desestruturação familiar de escola ruim. As ruas acolheram o desajuste, que se incorporou à nova estrutura familiar. Na foram de violência. Por que? Esses jovens não receberam qualquer educação em casa e na escola que lhes ensinasse regras do convívio social. Tiraram-lhes a alma. A violência tomou as suas almas e as celas das delegacias e penitenciários acolhem-nos na sua intimidade com o crime.
Crime, porém, a des-educação que eles recebem e não merecem. Mas o drama estende-se também às classes mais ricas. O comportamento é outro, mas igualmente sem cidadania. A violência tem outra cara, mas é também violência! Pior. Mais truculenta porque se ampara no poder econômico das famílias.
Olhar o Brasil de hoje, é olhar pra um mundo imenso de transformações que precisarão ser construídas ao longo de muitos anos vindouros. Há tudo por fazer. O Estado brasileiro quer fazer tudo. Sua eficiência é zero e custa mil vezes mais do que custaria se executada pelo mercado. Ficariam de fora os setores essenciais da educação, da saúde, da segurança e do planejamento. O resto é terceirizável. Reduziria a corrupção a níveis civilizados. A eficiência a níveis desejados.
Mas, quá! Diria resignado o saudoso e desesperançado Jeca Tatu, personagem de Monteiro Lobato. Muito tempo antes dos jovens se tornarem cidadãos sem os riscos atuais, e da sociedade sentir-se protegida de si mesma. Educação, educação, educação!
Onofre Ribeiro é jornalista em Mato Grosso
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