as violências.
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as violências.

Em 2002, a Organização Mundial de Saúde esquematizou a relação entre as diferentes formas de expressão da violência e a quem ela se dirige, seja ao próprio indivíduo, a outros indivíduos, às famílias ou às comunidades. Neste esquema a violência é vista sob a perspetiva do agressor e assim podemos dividi-la em três sectores. A violência autodirigida, a violência interpessoal e a violência coletiva.

A violência autodirigida engloba comportamentos suicidas e comportamentos autolesivos. Relativamente à natureza destes atos de violência eles são provavelmente de ordem física e psicológica, ou ainda, no campo da privação ou da negligência.

A violência interpessoal refere-se à violência praticada contra familiares e/ou parceiros íntimos e contra a comunidade. As vítimas de violência interpessoal podem ser, respetivamente, crianças, parceiros íntimos ou pessoas idosas, ou ainda, conhecidos ou estranhos. Relativamente à natureza dos atos de violência todos eles ocorrem quando infligida a terceiros. Violência física, sexual, psicológica e a negligência ou privação de cuidados. 

A violência coletiva é exercida por grupos de indivíduos e pode ter motivações sociais, políticas ou económicas. Também assistimos à utilização de todas as formas de violência a serem praticadas. Violência física, sexual, psicológica e negligência ou privação.

Posteriormente, e não fazendo formalmente parte da tipologia elaborada pela OMS, Minayo sugere um quarto tipo de violência, a estrutural. Acredito que a possamos englobar dentro da violência coletiva uma vez que a violência estrutural também corresponde aos processos sociais, políticos e económicos mas que reproduzem a fome, a miséria e as desigualdades sociais, de género e etnia. Processos ditos estruturais por já fazerem parte da rede social de tal forma que se entra num ciclo de perpetuação invisível dentro de todas as sociedades, em todos os países do mundo. Este tipo de violência estrutural gera automaticamente privilégios que desencadeiam o controlo e domínio de um grupo sobre o outro. Exemplo recente disso são os casos de descriminação e racismo sistémico que geraram ondas de protesto em todo o mundo.

Ana Cláudia Gomes

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