VIROU LUCIANE
Foram 5 toques. Ela não atendeu o celular. Mas ouvi sua voz familiar na secretária eletrônica: “Aqui é Luciane, deixe seu recado depois do sinal que retornarei assim que puder”.
“Aqui é Luciane”???
Como assim???
Eu liguei para a Nane!!!
Em um milésimo de segundo este diálogo interno bombardeou a minha cabeça. Tive que me esforçar para aceitar que “Nane” era somente seu carinhoso apelido. Assim ela era chamada desde pequena, por seus familiares, seus amigos íntimos e seus colegas do trabalho antigo. Mas seu nome era de fato Luciane. Só que ninguém -até então- a chamava assim. Nem ela mesma. Sempre que se apresentava a alguém, ela estendia a mão e dizia com seu jeito doce e cativante: “Nane”.
Acontece que a Nane recebeu uma nova proposta de emprego. Foi ser Gerente de uma reconhecida empresa de grande porte. E provavelmente este foi o fato que fez com que ela decidisse “mudar seu nome” no recado do celular. Afinal de contas, ela deve ter chegado à conclusão de que uma nova Gerente que se chama Luciane conseguirá impor muito mais respeito do que uma que se apresenta como Nane. E ela não deixa de ter razão.
Deixei meu recado no seu celular. Chamando-a de Nane, é claro. Para mim, ela sempre será a minha Nane. Mas de imediato comecei a pensar no impacto que aquela sutil mudança me causou. E me dei conta do quanto é importante acompanhar, respeitar e apoiar as mudanças de Nanes para Lucianes. Além de incentivar as transformações das “Nanes” dos outros, também é essencial estarmos atentos para a evolução de nossas próprias “Nanes”. Quando menos esperamos, em algumas áreas de nossas vidas também estaremos prontos para virar “Lucianes”.
TOP VOICE 3x | Colunista Exame | Comunicação Intergeracional, etarismo | 16º influenciador mundial em Diversidade e Inclusão | Diretor Associação de Profissionais RH e Instituto ESG | Palestrante, consultor, conselheiro
6 aMuito bom, parabéns!
We help seniors to age independently in their communities with the Village model
6 aEu conheço essa Nane e essa Luciane. Bjs!