Visão e Audição
“Nem tudo precisa de luz, pois a luz, às vezes, não nos permite ver.” Essa foi uma das falas de Eliane Brum no papo com Geni Núñez no Sesc Vila Mariana – SP.
Eliane Brum descrevia a experiência de caminhar na floresta a noite e de apagar as lanternas, por algum tempo, para possibilitar a visualização dos cogumelos bioluminescentes (cogumelos que brilham no escuro).
Esse trecho, especificamente, me transportou para a visita que fiz à Reserva Betary, Iporanga – SP. Na parte da manhã andamos por uma trilha e conhecemos os fungos cordyceps (aquele dos zumbis da série The Last of us), a noite percorremos o mesmo caminho (no escuro) e só então notamos os fungos bioluminescentes. Eles já estavam por lá na parte da manhã, só que a luz do dia não nos permitiu enxergá-los.
Refletir sobre a frase da Eliane Brum e recordar a experiência de andar no mesmo local, sob diferentes iluminações, me sacudiu as ideias e acabei criando uma metáfora, completamente despretensiosa: Muitas vezes buscamos respostas ou soluções que estão na nossa frente, só que não estamos usando a “luz” ideal para identificá-las.
Outra frase desse mesmo papo: “A vida chega pela escuta, não só com palavras e sim com gestos também.” Sobre isso, tenho pensado todos os dias: o quanto realmente estou escutando? (Otto Scharmer, na Teoria U,chama de Escuta Ativa).
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Conhecer diferentes estilos de vida, participar de experiências em meio a natureza, ativar nossa escuta ou mesmo caminhar por ruas conhecidas sob um novo olhar, nos permite ampliar repertório e aguçar a criatividade. Fica a pergunta: “Qual foi a última vez que você fez algo pela primeira vez?”