Visão macro do cenário econômico - Brasil
O mercado brasileiro apresenta um cenário delicado, que teve no mês de outubro a retomada da preocupação em torno da questão fiscal. A preocupação surgiu com o anúncio do novo programa social do governo chamado de Renda Cidadã e que, ao invés de cortar ou remanejar gastos como havia sido anunciado anteriormente, o governo pretende financiar esse programa com duas fontes principais de recursos. A primeira dela seria o Fundeb, que é o fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação, onde os recursos não entram na contabilização do teto dos gastos públicos, e o segundo deles seria o uso de precatórios que apenas adia a realização de novos gastos.
Em relação à COVID-19, os sinais de melhora continuam principalmente na propagação do vírus e, mesmo com a retirada de algumas medidas de isolamento social, o Brasil voltou a ter a menor média móvel de óbitos por Covid desde maio.
Fonte: g1.globo.com
Os riscos de uma segunda onda parecem contidos e a ocupação hospitalar segue controlada. Esses fatores somados com o avanço nos testes para uma vacina, refletem uma melhora na economia.
Mesmo a pandemia trazendo um cenário atual com relativa segurança, os impactos econômicos causados pela paralisação da economia ainda vão ser visíveis por um longo período. A parada brusca da economia provocou uma queda na arrecadação de impostos, só com isso o déficit público já teria aumentado mas além disso, a estratégia para enfrentar a crise econômica gerada pela pandemia que o Brasil traçou, contou com um forte aumento do gasto público, principalmente com o Auxílio Emergencial. O Brasil é um dos países emergentes que mais gastaram nessa pandemia, pois a estratégia traçada utilizou um volume de recursos públicos que só poderiam ser bancados por um país desenvolvido. Com isso, é visível que a dívida pública do país aumentou de maneira expressiva.
Com todo esse desequilíbrio nas contas públicas no Brasil, o endividamento do país se aproxima de 100% do PIB e acaba gerando impactos na economia real. O Fundo Monetário Internacional (FMI) estima que o país deve fechar com ano com a dívida a 101,4% do PIB. Em um cenário como esse, o crescimento da economia fica limitado e alimenta a inflação.
Uma consequência desses fatos, foi o Tesouro Selic fechando o mês de setembro no negativo pela primeira vez em 18 anos. Essa queda veio diretamente das preocupações com a capacidade do Tesouro Nacional de rolar a dívida pública e o risco de furo ao teto de gastos. Tudo isso aumentou o risco desses títulos e o governo acabou precisando oferecer mais juros para chamar atenção dos investidores, o que acabou desvalorizando os ativos na marcação a mercado.
Fonte: Quantum Axis
Securities Lending Sales Trader | BTG Pactual
4 aÓtimo artigo 👏🏻
Advogada | Direito Tributário | Martinelli Advogados
4 aMuito bom! Parabéns