Você é de agência ou é cliente?
Nunca fui fã dessa classificação, que incentiva pré concepções sobre o profissional de marketing e comunicação.
Afinal, somos todos geradores de negócios e criadores de valor para marcas e empresas, não?!
Então porque quem é de agência pensa que sabe mais que o cliente sobre as marcas do próprio cliente?
E porque o cliente sempre pensa que a agência está errada, mas é sempre dependente de novas (e boas) ideias da agência?
É tipo Real Madrid x Barcelona, paulista x carioca, Brasil x Argentina.
Um pensa que é melhor que o outro, mas no final, ambos fazem parte da mesma engrenagem, um depende do outro.
Tenho uma amiga que quer deixar de ser agência depois de mais de 10 anos, e está na fase final de um processo seletivo de uma grande rede de franquias no segmento Saúde.
Palavras dela: "Eles tem que contratar alguém de agência, pois sabemos muito mais do que o cliente".
Para mim, é muita ingenuidade pensar assim, pois a agência não tem ideia nem de 10% de toda operação de uma grande empresa. Um profissional de Marketing no "cliente" precisa saber de tudo um pouco, desde os processos de Supply Chain, como engajar e municiar a Equipe Comercial, técnicas de Trade, Branding, Pesquisa de Mercado, Planejamento de Demanda, Produção, etc…
Pensar que o profissional de Marketing fica apenas atrás de briefings e debriefs é menosprezar suas competências.
Mas concordo que o "cliente" fica muito viciado no próprio universo de sua indústria e dos seus concorrentes, diminuindo o repertório de conhecimento e possibilidades. E, nessa vertente, o profissional de "agência" consegue ter mais contato com vários tipos de profissionais, de vários tipos de indústria, para vários tipos de projetos.
Como as profissões estão se transformando, vamos cada vez mais trabalhar projetos, com começo, meio e fim.
Ponto para profissionais de "agência".
Mas sempre dependeremos da política, do lobby interno, para colocar tais projetos no ar.
Daí, ponto para profissionais "clientes".
Para mim, o segredo é termos competências "generalistas", mas sem distanciar de sermos "especialistas" em assuntos que temos paixão.
O profissional do futuro precisa estar apto a ser aquilo que o coração (e o contratante) quiserem.
E parar, definitivamente, de se esconder detrás de pré-conceitos.
Analista de Trade Marketing
5 aParabéns Daniel, você é uma pessoa extraordinária. Sou seu fã.