Você corre riscos?

Você corre riscos?

Segundo o conhecido ditado popular, “quem não arrisca, não petisca”, que significa, aqueles que não correm risco, limitam o seu aprendizado, crescimento, oportunidades, suas relações pessoais e profissionais e, muitas vezes, se frustram por não obterem o resultado desejado e se realizarem. 

Profissionalmente, observo comumente, que a maioria das pessoas não está disposta a correr riscos. Refiro-me, aos calculados e não a atitudes impulsivas, impensadas ou sem propósito. Isso se explica pela adoção do modelo de criação clássica e superprotetora, onde os pais protegem excessivamente seus filhos para que não corram o risco de que algo negativo ou ruim aconteça. Esquecem apenas que não é possível controlar o mundo e as adversidades que a vida nos apresenta. 

Correr risco significa ter a disposição para ousar em novas possibilidades, enfrentar desafios e situações, sobre as quais você não possui conhecimento e nem controle. Está intimamente ligado ao aventurar-se, experimentar a insegurança do desconhecido e desprender-se de sua zona de conforto, em busca de novos aprendizados e resultados. 

Tudo se inicia na infância, quando alguns pais não dão espaço e liberdade para a criança, explorar, descobrir e aprender a viver, por si só e no seu tempo. Acreditam que expô-la aos riscos da vida seja um absurdo, pois é frágil e despreparada, mas dessa forma, nunca estará, será frágil, insegura, não amadurecerá e se frustrará no futuro.  

É fundamental que a criança seja encorajada e tenha espaço para experimentar correr riscos calculados, próprios de sua fase de vida. Com isso obterá um aprendizado essencial para a formação de seu caráter e personalidade, tornando-se madura e segura para lidar com sua vida no mundo real e independente emocionalmente dos pais. 

É fundamental ao longo da vida, conhecermos nossos limites atitudinais, novas sensações, o cuidado e perigo ao correr riscos calculados. Neste caso, a curva de aprendizado será maior, mais rápida e concreta sobre as consequências de nossos atos para assim, desenvolvermos inteligência emocional e cautela nas atitudes ainda que “arriscadas”. Essa é uma estratégia importante para desenvolver o autoconhecimento e adquirir autonomia e confiança. 

A superproteção traz consequências:

A superproteção é uma atitude limitante e prejudicial para o bem-estar e o desenvolvimento da criança. Assim, é fundamental que invista em seu próprio autoconhecimento e inteligência emocional, visando passar maior segurança atitudinal ao seu filho.  

Criar filho sob uma redoma de vidro é algo comum e tentador, vez que não se deseja que nada de ruim lhe aconteça. No entanto, a criança que é frequentemente “poupada” dos riscos naturais e comuns a sua fase de vida, fica vulnerável e sujeita a acidente ou episódio emocional desagradável, devido à sua falta de vivência com situação adversa que envolva pequeno risco atitudinal. 

Para um bom desenvolvimento emocional da criança, é fundamental permitir e incentivar que explore a vida em seu tempo, para adquirir conhecimento através de tentativas, ensaios e erros, correndo riscos calculados, mas sempre, supervisionado por um adulto. 

Permita que a criança descubra e construa sua vida por si só. Não queira impor suas experiências e “certezas”, como se fossem as mais adequadas e corretas, pois são apenas para você. Aceite o fato que ela é livre e, não será e nem precisa ser como você. Pode ser diferente, melhor e mais feliz do que você.  

Comece devagar e gradativamente a exposição da criança a pequenos riscos controlados. Conforme ela vai enfrentando e aprendendo a lidar com cada situação, vai adquirindo conhecimento, ganhando segurança, autoconfiança e desmistificando a crença de que tem que controlar “todas” as situações que a vida apresenta. 

Crie um ambiente seguro e confiável para a criança e converse abertamente sobre as possibilidades e os riscos envolvidos em uma determinada atividade. Assim, aprenderá o significado de ação, consequência e responsabilidade, uma tríade essencial para o desenvolvimento humano. 

Lembre-se “o fruto nunca cai longe da árvore”, portanto, fique atento e ocupe-se em ser um bom modelo para seu filho. Ele aprenderá muito, seja o conteúdo bom ou ruim, através da observação das pessoas mais próximas e significativas para ele. A família é a primeira e a maior fonte de referências comportamentais para a criança.

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“A maior parte do comportamento humano é aprendida por imitação” – Albert Bandura.

Reflita - Quando você morrer, quais sonhos, talentos e conhecimentos morrerão com você por não ter ousado e corrido riscos? 

Para muitos, evitar riscos e viver de forma “segura” e “controlada”, é uma regra natural para aproveitar apenas as oportunidades que não apresentam perigo ou ameaça de perda do controle sobre a vida.  

Alguns nos recomendam a só fazer investimento seguro, ser previsível, manter o emprego estável e buscar oportunidades não arriscadas. Pergunto, onde isso nos leva? Como o crescimento e a experiência se desenvolvem dessa forma? 

Há quem confunda atitudes impensadas e inconsequentes, com ser ousado e se arriscar em algo. Correr risco não é se jogar cegamente em uma situação, mas sim, avaliar e admitir que existe um certo risco aceitável envolvido.

Três motivos para começar a correr mais riscos na sua vida: 

Evitar riscos limita o potencial da sua vida:

A possibilidade de fracasso é o maior motivo pelo qual as pessoas evitam correr riscos. A própria palavra risco, é interpretada como uma boa chance de fracasso, mas lembre-se, ainda sobram 50% de chance para o sucesso.  

O que faz alguns focarem apenas na parte negativa de se correr riscos? Não se realiza um sonho ou objetivos maiores, vivendo de forma calma, segura e previsível. É necessário se aventurar, ousar e enfrentar o medo do incerto, do desconhecido, para descobrir que o resultado pode compensar.

Não existe certeza de sucesso ou fracasso, apenas o fato que, em ambas as situações, aprendemos e evoluímos cada vez mais, pessoal e profissionalmente. 

Não correr riscos limita seu crescimento:

É preciso conscientizar-se e aceitar que, sem se desafiar, renunciar a sua zona de conforto e correr riscos, você estará limitando seu crescimento na vida. Isso equivale a você afirmar que não quer melhorar sua vida.

Você conhece alguma pessoa de sucesso que conquistou a posição que tem hoje sem ter corrido riscos? Se sim, me apresente!

A recompensa, além do sucesso ou fracasso, por se arriscar em algo, tem o seu valor:

O medo é um sentimento comum, legítimo e por vezes, protetor do ser humano. No entanto, em excesso, paralisa sua vida e te leva a um estado vegetativo. Como eu costumo dizer: Está com medo? Ok, mas vá com medo mesmo. Encare-o, ouse, arrisque, supere o medo do fracasso e transforme-se!

Experimente arriscar e comprove que o aprendizado e o desenvolvimento atitudinal, adquiridos ao assumir riscos, o tornarão uma pessoa diferente e com uma visão mais clara de seus objetivos. Mudando sua atitude, você obterá maior êxito e sucesso em sua vida, do que antes. No entanto, é necessário resistir a comum tentação de retornar ao antigo padrão atitudinal, medroso e conservador.

Vida sem riscos é uma vida não vivida integralmente! 

Aprenda a correr riscos:

ü Lute por aquilo que deseja, seja destemido e aja, ainda que com medo, assim o superará.

ü Crie coragem, tome uma atitude e saia da zona de conforto que insiste em habitar, senão, nada mudará em sua vida.

ü Substitua a falsa crença, de que: quem erra é fraco e incompetente, por uma verdadeira: aquele que erra aprende, evolui e se supera.

ü Aceite o fato de que você não nasceu para acertar sempre ou ser perfeito, mas sim, para aprender as lições que a vida te apresenta e ser um humano melhor.

ü Tenha sempre em mente que, se você errar, nada acontece! Não valorize o erro, apenas não desista, persista e comece novamente.

ü Perceba que, para ganhar precisamos perder principalmente o medo de errar e correr riscos.

ü Arriscar mais frente na vida nos permite viver plenamente e a crescer livre do medo da incerteza e insegurança atitudinal. 

Tudo na vida se inicia com um primeiro passo. Reflita e decida enfrentar seus medos, a correr mais riscos e ir mais além do que um dia imaginou.

"O maior risco é não correr riscos, não dá para ficar sem correr nenhum risco, senão você não faz nada." Jorge Paulo Lemann.

Marcio Caldellas – Psicólogo clínico (Comportamental & Psicodramatista), Career & Executive Coach certificado pela Sociedade Brasileira de Coaching e BCI – Behavioral Coaching Institute – USA. Analista de Perfil Comportamental com sólida carreira desenvolvida em Executive Search como Headhunter, atuando com posições executivas. www.mcdesenvolvehumano.com.br

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