Você está pronto? Por que a economia compartilhada está matando o hiper consumismo.
Não é novidade para ninguém que o modelo de consumo está mudando. Estamos cada vez mais conscientes que não precisamos do bem em si, mas da sua utilidade. O exemplo clássico é que não precisávamos dos CDs, mas sim da música contida nele. Nesse sentido, isso se aplica a quase qualquer bem.
Desde sempre a base da expansão econômica vem sendo pautada e guiada pelo o consumo. A famosa e imoral Lei dos mercados ou Lei de Say afirma que toda a produção encontra uma demanda, onde toda a renda é inteiramente gasta na compra de mercadoria e serviços, e, portanto, não pode haver um excesso de produção ou renda em relação a demanda ou as despesas efetivamente realizadas (demanda = renda = produção). Portanto, Say, diz que toda demanda encontra uma produção ou renda da mesma intensidade, e com isso, a economia tende a se equilibrar.
Contudo, segundo o colunista do New York Times, Thomas Friedman, tanto a mãe natureza quanto o mercado chegaram a um limite e declararam que o modelo hiper consumista em vigência não é mais sustentável. Alguns fatores chave conduziram a esse novo modelo econômico: as preocupações ambientais, a recessão global, as tecnologias e as redes sociais e a redefinição do sentido de comunidade.
Como a economia compartilhada muda a nossa percepção sobre o consumo.
A base fundamental do capitalismo é acumular a maior quantidade possível de bens. A indústria e tudo que a envolve corroboram isso. A publicidade é feita para nos criar desejos, precisamos ter para ser. Os bens estão cada vez mais sendo feitos para não durar, modelos novos de eletrônicos são lançados ano a ano tornando nossos produtos recém adquiridos obsoletos, no famoso ciclo da “obsolescência programada”. As empresas lucram quando compramos mais, a economia gira quando compramos mais, somos mais quando compramos mais.
Mas nem tudo são flores, várias empresas tradicionais estão se sentindo ameaçadas por essa nova mentalidade consumista. Com o argumento que a indústria entra em colapso, o faturamento das empresas cai, o desemprego aumenta. E leis são criadas para frear esse movimento como forma de regular e garantir as corporações mais tempo de reação. Não é isso que temos acompanhado nos últimos tempos? A economia colaborativa nos apresenta um novo jeito de consumir focado no usufruir (serviço) substituindo o paradigma da posse do bem (produto).
Se avaliarmos a economia colaborativa com uma mentalidade tradicional não seremos capazes de enxergar a quantidade de oportunidades que despontam nesse novo cenário. Segundo a Forbes, a estimativa é que a economia colaborativa gere uma receita anual de US$3,5 bilhões para os usuários, valor que deve crescer 25% ao ano. Analistas econômicos ainda não incorporam em suas análises o impacto econômico dessa rede colaborativa e há espaço não só para startups mas também para grandes empresas.
Criando oportunidades com a economia colaborativa.
Sempre existiu a colaboração natural das pessoas dentro do ecossistema. Pegar emprestado um guarda chuva ou uma máquina de cortar grama com um vizinho ou parente. Tudo muito prático com pessoas de confiança. E com a difusão da tecnologia, o limite se torna o mundo. Pegar uma bicicleta, um livro emprestado ou uma carona com uma pessoa que nunca tinha visto antes. Cenas assim estão se tornando cada vez mais comuns. Por que hoje se tem recurso e opção para ir atrás, escolher, realizar a tarefa e devolver o item ao seu dono original, sem a necessidade de consumir apenas por um evento especifico.
Com isso, diversas pessoas e empresas começam a investir no compartilhamento de um bem ou serviço. Exemplos disso são a Tem açúcar que estimula a interação com a vizinhança através do compartilhamento. Ou a Bliive, que usa competências e habilidades como moeda de troca. As utilidades e os serviços são os de mais variados e tudo isso na tela de um smartphone.
Estamos vivenciado uma troca de estilo de consumir, uma mudança do paradigma em que economia só funciona através de um consumismo em excesso e muitas vezes sem propósito. E o melhor de tudo é como nome já diz a colaboração, quem tem um item ocioso em casa pode fazer uma renda extra e quem demanda não tem necessidade de consumir algo que não faz uso diariamente. O mais importante é que todos ganham, inclusive o planeta.
Fontes: Consumo Colaborativo, Forbes, New York Times, TEDx
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