VOCÊ NÃO É MAIOR QUE SEUS PAIS

Assuma O SEU papel!

Crescer está diretamente ligado a dor.

Crescer é rasgar o véu invisível da existência, e imputa obrigatoriamente sair de um lugar conhecido para experienciar situações que vão nos exigir habilidades AINDA não dominadas. Seja em qual for o ambiente em que você estiver, ainda que existam resistências conscientes ou inconscientes, crescer será inevitável!

Algumas vezes, ocupamos papéis que não são OS NOSSOS, e que a médio e longo prazo não são saudáveis para nós e tampouco para os que nos rodeiam.

Mas, estes papéis que puxamos para nós, acaba exercendo a "falsa" sensação de que estamos sendo pessoas ótimas e, até mesmo fazendo a função do outro melhor que eles são capazes de fazer.

Avós que se tornam pais dos netos podem aleijar os seus filhos e com as melhores das intenções podem inclusive, ocupar o papel de pais quando deveriam ser avós. Uma tragédia!

Irmãos que ocupam o lugar dos pais dos seus irmãos podem correr o risco de não ter a sua própria família e aleijar seus irmãos e enfraquecer a figura dos pais. Seja lá quem sejam os seus pais, gostando você ou não, é preciso encarar que você NÃO é pai nem mãe de seus irmãos. E em algum momento você será convidado a olhar para esses pais para entender seus próprios processos e bloqueios.

Filhos que se tornam pais dos pais podem enfraquecer e desonrar a grandeza que o pai e/ou a mãe devem ocupar em suas vidas.

É preciso aceitar as pessoas como elas são, honrar a existência, as escolhas, as fragilidades, os erros e acertos de cada um que amamos, para que possamos romper com as limitações que nos separa da nossa próxima versão. E então, fazer a nossa travessia vivendo o nosso papel e respeitando profundamente o processo daqueles que nos amam.

Não existe "A" escolha certa, nem pais perfeitos, filhos perfeitos, irmãos perfeitos. Devemos permitir que os nossos possam existir com toda sua maravilhosa potencialidade e liberdade.  Intervindo quando nos for dado esse espaço e quando pudermos de fato colaborar sem controlar as decisões alheias.

Quando finalmente deixarmos de assumir papéis que não são os nossos, permitiremos manifestações milagrosas de crescimento e amadurecimento inimagináveis. A vida ficará mais leve pois não haverá imposições de condições existenciais. E ninguém precisará se esforçar para atender o seu manual de instruções, com regras que você tirou da sua imaginação de mundo perfeito idealizado. 

Aceite que ao ocupar o papel que não é o seu, você tira de você e tira das pessoas que você ama a chance de experimentar a vida de forma única, individual, intransferível e maravilhosamente assustadora!!

Ocupar o próprio lugar de filho, de irmão, de pai, de tio, de sobrinho, de amigo, de vizinho, de marido, de mulher... exige romper com coragem essa placenta que vem te impedindo de crescer, pois há algo nessa relação que você desenvolveu ocupando um lugar que não é seu , escondendo medo e insegurança e te fazendo ficar "preso" na ideia errada de que se você deixar de fazer o que está fazendo HOJE as pessoas não vão dar conta da própria vida, o que no final é uma tremenda arrogância e prepotência da nossa parte. 

Ocupar o próprio lugar não significa abandonar quem amamos à deriva. Não significa deixar de ajudar, deixar de prover (se for o caso). Significa entender os motivos de você estar a tanto tempo aí, e de o outro não estar conseguindo fazer os próprios movimentos. É importante refletir sobre o quanto esse papel é usado como desculpas para todos os fracassos em áreas da sua vida que deveriam estar mais resolvidas mas que ainda não estão. 

Crescer dói e como me disse uma grande terapeuta e amiga: sua vida está onde está devido as escolhas que você fez dia após dia. Escolha experimentar ocupar com amor tudo que está descrito no papel que de fato você deve ocupar.

Você é mãe? Seja mãe. Você é irmão, seja irmão. Você é marido, então seja marido da sua mulher (não da mãe, não da irmã, não da filha). Seja a tia ou o tio sem tirar o lugar de quem de fato deve ser o pai e mãe dos seus sobrinhos. Seja filho dos seus pais, não importa se eles tem 80, 90 ou trinta e poucos, VOCÊ É MENOR QUE SEUS PAIS, honre seus pais sendo um bom filho, amando eles como são, ajudando sem tentar impor o que devem fazer ou como devem viver. 

Assuma o seu papel e experimente viver cada um deles com todo amor e responsabilidade, não deixe ninguém assumir eles por você, não assuma o papel de outra pessoa senão o seu!

Talvez essa pequena mudança de paradigma possa abrir portas para um novo você cheio de incríveis oportunidades de crescimento! Se despeça do discurso e do peso que carrega nos ombros e que atravanca o seu crescimento e atrapalha a evolução de todos a sua volta.

Essa "dica" (cutucadinha de amor) serve para o mundo corporativo, serve para a vida pessoal.

Que papel você andou ocupando que não o seu?