Você (ou sua empresa) não precisa de um advogado
Faça um favor à humanidade: não esconda sua insatisfação com "juridiquês".

Você (ou sua empresa) não precisa de um advogado

Ok, talvez você precise de alguém registrado na OAB para acionar ou lhe defender em algum processo no Judiciário. Um advogado tradicional presta-se a esse fim.

Na verdade, o título completo deste artigo seria “Você (ou sua empresa) não precisam de advogado TRADICIONAL”.

Ressalvas iniciais feitas, ideia aqui é avançar nas reflexões acerca da desconfiança geral das pessoas em advogados e delinear dois perfis: o tradicional e o estrategista.

O que é um advogado tradicional? Aposto que você conhece alguns. Quando encontrar um advogado, perceba se:

  • Exibe “juridiquês” em suas falas, mesmo em um jantar, bar ou ambiente de descontração. Talvez você até nem perceba, pois vai preferir mexer no seu celular;
  • É arrogante e se se acha superior. Veja as redes sociais do advogado e se há várias fotos usando ternos e com ar de superioridade (busque #advogado no Instagram para vários exemplos). Cuidado ao contratar advogados arrogantes. Infelizmente, o Direito é uma profissão propensa a esse comportamento. Mas, além de desagradável lidar com esse tipo, em termos técnico-jurídicos, a soberba cega. Arrogância pode ser divertida no cinema, com o Homem de Ferro ou em séries, como em Suits, mas no mundo jurídico, é tiro no pé;
  • Rapidamente, conclui que parafernálias estatais (processos, tribunais, etc) é o caminho para solucionar um problema jurídico. É lugar comum que celeridade e estado não combinam.

A lista acima poderia ser muito maior. Mas, o objetivo destes escritos é ajudar a identificar advogados não tradicionais, chamados aqui de estrategistas jurídicos.

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Antes de falar desse perfil profissional, sejamos pragmáticos. Em problemas jurídicos pontuais ou pouco complexos, talvez seja até melhor um advogado tradicional. Ou talvez, se o problema for realmente básico, com cautela, até uma boa pesquisa no Google seja suficiente. É mais barato.

Mas quando os interesses em disputa são relevantes, melhor procurar um estrategista jurídico. Como identificá-los? 4 dicas:

  1. Ao expor seu caso a um advogado, perceba se ele presta atenção e ouve mais do que fala. Por mais que gostemos de respostas prontas, em disputas de interesses relevantes, conclusões rápidas podem resultar em prejuízos de toda sorte(financeiro, riscos desnecessários ou ocultos, etc). Estrategistas jurídicos sabem que cada causa e cliente é diferente e analisa além do Direito, leis e tribunais. Buscam compreender o contexto dos interesses em disputa, sejam em negócios empresariais, em assuntos pessoais (família, etc.) ou contra a estado;
  2. O estrategista jurídico antecipa riscos e problemas e propõe soluções criativas para evitá-los. Não estranhe se este profissional fizer perguntas desagradáveis. Afinal, ele quer ver além do óbvio e identificar riscos ocultos;
  3. Esse profissional jurídico tem habitualidade com tecnologia e outros temas contemporâneos relevantes. Porquê? Olhe em volta: a tecnologia está impregnada em quase tudo (quer testar na prática? Pergunte de supetão a um advogado o que ele acha da Lei Geral da Privacidade de Dados. Se ele não souber do se trata, tentar enrolar ou fugir do assunto: saia fora! Esse advogado está desatualizado.);
  4. E, claro: se necessário, o estrategista jurídico está pronto para manejar os instrumentos jurídicos tradicionais (tribunais, etc.). Afinal, quem quer paz, tem que estar preparado para guerra. Mas atenção: somente se necessário. Pois, em geral, guerras são mais caras do que o acordos e consensos. Lembre-se : se o advogado propor de início uma solução estatal padrão (processo, blá, blá, blá), é provável que não seja um estrategista.
Em suma: o estrategista jurídico entende interesses não óbvios, disputas entre esses, propõe medidas de mitigação de riscos ou solução de problemas e auxilia seus clientes em termos amplos, não apenas pontualmente.

Assim, em qualquer ramo do Direito privado (contratos, bens, família, sucessões, trabalhista…) ou público (criminal, tributário, previdência…), se você está lidando com disputas de interesses relevantes ou complexos, você não precisa de um advogado. Precisa de um estrategista jurídico. Não apenas uma pesquisa no Google ou um mero operador do Direito.

Afinal, você tem mais do que fazer além de se preocupar com leis. Tem uma família, amigos, amores ou talvez um negócio. Deixa a parte do “o que pode dar (ou deu) merda” com o estrategista jurídico e concentre-se em suas prioridades.

Fique esperto! Não se exponha a riscos desnecessários ou perca dinheiro!

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