Você sabe diferenciar sedentarismo de comportamento sedentário?

Essa diferença tem sido amplamente estudada pela ciência moderna, pois começamos a buscar entender porque estamos adoecendo tanto, mesmo com os avanços da medicina nas ultimas décadas.

Sedentarismo, segundo a Organização Mundial da Saúde, esta relacionada com a prática ou não de EXERCÍCIOS FÍSICOS, que são práticas físicas orientadas montadas ou estruturadas para aumentar ou melhorar a capacidade mental, física e sistêmica. A mesma recomenda que se pratique exercícios físicos moderados por 150 minutos semanais ou vigorosos por 75 minutos sem determinar um número de dias na semana para isso.

O comportamento sedentário é considerado quanto nos movimentamos (sem ser exercício) durante o nosso dia, não existindo, ainda, uma recomendação estabilizada sobre uma quantidade mínima considerada necessária para manutenção da saúde mental e física. No entanto,  existe um sendo comum de que o ideal é darmos 10 mil passos por dia, mas essa crença se baseia numa ação de marketing criada na década de 70, que foi questionada por pesquisadores de Harvard, mantendo essa duvida.

Nas minhas pesquisas sobre o tema, observei que muitas pesquisas robustas têm sido publicadas, não tentando estabelecer um número ideal, demonstrando que estamos nos movimentando cada vez menos e correlacionando-o com uma série de comorbidades.

Uma pesquisa realizada por pesquisadores Noruegueses, com mais 1milhão de pessoas e publicada em 2016 na Revista LANCET, mostrou que praticar exercícios moderados por mais que 60 minutos por dia atenua os riscos de mortalidade, mas reduzem a necessidade de reduzirmos o excessivo tempo de comportamento prioritariamente sedentário no trabalho, em casa ou lazer.

Para confirmar um grupo de pesquisadores americano pesquisou o estilo de vida de um grupo indígena residente na Bolívia (Povo Tsiname) que vivem com hábitos similares ao período Pré Revolução Industrial e que possuíam baixas taxas de mortalidade por doenças cardíacas. O objetivo foi analisar indicadores de saúde cardiovascular, dentre eles, nível de placas de cálcio nas artérias.

Os achados foram muito importantes, pois eles observaram que mais de 2/3 da população pesquisada possuíam níveis de cálcio nas artérias, indicador de Ateroesclerose, zero ou próximo de zero incluindo os idosos. Os octagenários apresentaram, segundo cálculos comparativos com indicadores do povo ocidental, idade cardíaca de um homem saudável na faixa de 50 anos, ou seja, 30 anos mais jovem que a idade cronológica.

Dentre as características deste grupo, que vivia um estilo de vida de subsistência (Caça, Pesca e Agricultura), eles passavam mais de 90% do dia deles em movimento, contra 53% do tempo médio em movimento dos trabalhadores ocidentais e percorriam rotineiramente, grandes distancias diariamente trabalhando. Esses resultados reforçaram a conclusão do estudo de que o volume de comportamento físico diário (movimento e deslocamentos) estão diretamente relacionados com a saúde do coração e longevidade, visto que eles não praticavam EXERCÍCIOS OU TREINAVAM.

Na era da tecnologia, nós estamos produzindo mais e movimentando cada vez menos e, talvez por isso, estejamos pagando um alto preço. Os índices de transtornos de humor, doenças cardíacas, autoimunes, reumáticas, ortopédicas e metabólicas relacionadas ao estilo de vida sedentário aumentaram, fazendo com que a medicina moderna nos faça viver mais, porém ainda não consegue nos fazer viver mais e MELHOR.

Este artigo busca instigar uma reflexão sobre esta pandemia de sedentarismo (OMS, 2012) e como podemos ajudar a reverter este nebuloso caminho que nossa sociedade está seguindo. Aumente seu volume de atividade física diária, use menos transportes a motor, se desloquem de bicicleta, prefiram usar escadas, caminhem mais e evitem ficar mais que 3 horas consecutivas em comportamento sedentário (trabalhando, estudando, vendo TV ou em SmartPhones ou Laptops) sem ativar o seu corpo.

Na abertura do novo normal pós a Pandemia da Covid19 procure revolucionar o seu comportamento físico diário e adaptar o seu estilo de vida PASSIVO, INFLAMADO E EXTRESSADO, para um estilo de vida ATIVo, NÃO INFLAMATÓRIO E ANSIOLÍTICO, tendo saúde mental e física fortalecidos.

A vida é para ser vivida em sua plenitude. Se movimentar é vida, é produtividade... é bem estar!