Você tem bom Planejamento? E a Execução?

A maioria das empresas faz algum tipo de Planejamento, pelo menos 1 vez por ano, porém muito poucas realizam um ciclo de Planejamento Formal completo, além da simples definição de metas numéricas. Um bom Planejamento deve partir de um auto-conhecimento completo da empresa, de todas as suas áreas, tendo bem clara quais suas principais capacidades, os seus diferenciais, seus pontos fracos (ou pontos a melhorar). Isso precisa ser feito dentro de um processo integrado (todas as áreas) e inclusivo (todas as camadas hierárquicas), para que se colham resultados consistentes. E não é em uma ou duas reuniões que se definem as necessidades e ações, mas num processo que em algumas empresas podem tomar semanas ou meses.

Outro ângulo do Planejamento Estratégico que normalmente não é muito aprofundado, é um estudo mais detalhado do Mercado e de seus 'players', entre eles competidores diretos, indiretos, fornecedores e especialmente os seus clientes. O contexto sócio-econômico, político e regulatório também precisa ser mapeado com cuidado. Esses fatores externos vão determinar as grandes Oportunidades (mesmo em momentos de crise), e também as ameaças claras ou 'veladas', o que indicará para a empresa caminhos a seguir e medidas defensivas a serem tomadas. O conjunto da análise interna e externa da empresa irá determinar a visão "SWOT" (do inglês, Forças-Fraquezas vs Oportunidades-Ameaças).

Tudo isso é um pouco óbvio, porém uma minoria de empresas realiza um Planejamento formal completo, em cada uma das suas camadas. Um tópico de especial atenção é o da Inteligência de Mercado, no qual além de pesquisas de perfil comportamental dos clientes, se deve analisar meticulosamente o perfil dos concorrentes, entender o perfil SWOT de cada um deles, analisando especialmente suas capacidades e pontos fracos, os quais nossa empresa possa explorar, utilizando táticas de combate. Com um 'Mapa de Concorrência' completo, podem-se definir de forma precisa vários movimentos no âmbito de vendas, produto, logística e qualidade/features. Quem deu grandes exemplos de como jogar de forma competitiva foi a dupla Al Ries e Jack Trout, no excelente clássico Marketing de Guerra (Marketing Warfare), lançado há 20 anos atrás. Neste livro maravilhoso, os autores exploram os conceitos adaptados do General Clausewitz para as "guerras de mercado" (Apple vs Microsoft, Coca-Cola vs Pepsi, Budweiser vs Heineken etc).

Porém, um reputado gestor que fez sucesso na GE, mais conhecido como Jack Welch, desafiou esses conceitos de Marketing, minimizando a importância do Planejamento Estratégico formal, e afirmando que o mais importante é a EXECUÇÃO. Mr. Welch tem moral para defender sua visão, depois de 20 anos como o CEO lendário da GE. Em seu livro "Winning", ele explica que não se fixa muito em teorias dos gurus sobre Planejamento e Estratégia. Ele entende que em relação a isso, deve-se "ponderar menos e fazer mais", pois a Estratégia é uma coisa "viva", que muda a cada instante. Portanto, ele entende que não se deve detalhar tanto o Planejamento. É outra forma de ver a coisa.

Existe um outro livro emblemático sobre o tema, escrito por Ram Charan e pelo pupilo de Jack Welch, Larry Bossidy, chamado simplesmente "EXECUÇÃO". 

Nele, os autores destacam 3 pilares para uma boa Execução Estratégica:

1) Estratégia: desenvolver um bom Planejamento, se não tão detalhado, que seja Integrado para ser Consistente.

2) Pessoal: escolher as pessoas adequadas para a Execução de cada parte da Estratégia - e lhes dar emporwerment.

3) Processos: alinhar os processos principais da empresa aos Objetivos Estratégicos, tanto em termos de Fluxo, como em termos de Ferramentas.

É outra boa leitura que indicará insights de como fazer um bom Planejamento e principalmente lograr uma perfeita Execução.