Você tem medo de Feedback?

Bill Gates disse que todos nós precisamos de pessoas que nos deem Feedback, é a partir disso que melhoramos durante nossa jornada.

Mas, como garantir um bom feedback?

Nesse texto vamos falar não só sobre macetes para um feedback de qualidade, mas também sobre qual o seu papel para o desenvolvimento do liderado. Antes de seguirmos é importante entender que o conceito de feedback é basicamente a resposta dada a um estímulo como forma de avaliá-lo, o retorno de uma ação ou comportamento. Dessa forma o feedback serve não só para desenvolvimento e direcionamento, mas também para garantir a retenção de talentos, afinal nós gostamos de ser vistos e desenvolvidos.

Durante um estudo da Harvard Business Review, 72% das pessoas entrevistadas afirmam que o seu desempenho melhoraria se seus gerentes dessem feedback com maior frequência, mostrando que a maioria dos colaboradores sentem necessidade de retorno das suas ações. Outro dado importante é que 95% desses entrevistados concordaram que o feedback construtivo, se fornecido de forma adequada, é eficaz para melhorar o desempenho, constatando que as pessoas querem ser direcionadas!

Dito isso chegamos a um ponto primordial desse texto: quais são os tipos de feedback realmente eficazes? Quantos são? E por que tememos tanto esse momento?

A primeira coisa importante a ser dita é: Nenhum feedback é negativo! Isso mesmo, nenhum feedback tem cunho negativo, todo feedback (se conduzido de forma adequada) tem uma finalidade positiva, seja de reforçar um comportamento ou de orientação para melhoria. Esse é o primeiro passo para desmitificar o monstro do feedback, afinal por muito tempo as pessoas acreditaram que esse momento era de "ajuste de contas".

Vale lembrar que esse texto é um resumo das minhas percepções profissionais, fruto das vivências que tenho na minha caminhada. Mas vamos continuar...

Ao jogarmos no google costumamos ler que existem vários tipos de feedback, o positivo, o negativo, o ofensivo (?), o insignificante (?), entre outros. Os dois últimos são os principais responsáveis pelo medo de feedback, afinal eles não têm nenhuma finalidade agregadora (razão pela qual eu não costumo considerá-los como feedback). Portanto, estão aqui os dois tipos de feedback que eu considero na minha jornada profissional:

O Feedback Positivo visa o reforço de um comportamento, é essencial para identificar os pontos fortes do liderado e fundamental para manter o colaborador motivado. Comumente vejo alguns gestores que tem receio em dar feedback positivo, a justificativa? O liderado acreditar que não tem o que melhorar.

Infelizmente esse é um erro comum dentro das organizações e um grande desafio para o RH, haja vista que o clima organizacional e o turnover é um indicador importante da nossa área, e a falta de feedbacks positivos pode impactar na retenção dos talentos. O reforço de um comportamento é necessário não só para que ele se repita, mas também se aperfeiçoe, não há nada de errado em dizer ao outro que ele está indo bem.

Já o Feedback Corretivo, ou construtivo, visa a correção de uma ação ou comportamento, aponta oportunidades de melhoria e orienta para o aprendizado, sua finalidade é principalmente o alinhamento de expectativas. Quantas vezes você já se sentiu perdido em uma demanda? Isso seria facilmente resolvido se você soubesse onde precisa melhorar e quais os direcionamentos necessários para isso, eis a funcionalidade do feedback corretivo, o desenvolvimento.

Mas é necessário garantir que a condução desse momento seja feita da maneira correta, ou o que deveria ser um momento de reforço e desenvolvimento pode tornar-se um pesadelo.

E para isso, aqui estão algumas dicas de como conduzir um bom feedback:

Preparação: preparar a conversa com antecedência faz com que você consiga levar os pontos mais importantes para o momento, faça anotações dos comportamentos positivos ou dos que precisam ser corrigidos, isso é essencial para a garantir a clareza.

Local do feedback: Quantas vezes você já ouviu que o feedback pode ser dado em qualquer lugar, na mesa mesmo, rapidinho? Esse é um dos erros mais frequentes. É importante garantir que o momento do Feedback não seja interrompido por ninguém, nem por telefone, evitando que algo se perca.

Clareza com a fala: Não seja genérico nos exemplos, aponte situações que realmente ocorreram e demonstre como gostaria que o colaborador reagisse ou reforce os comportamentos que foram positivos, esta é a melhor maneira de manter a objetividade da conversa.

Pausa para ouvir: Depois que você já falou tudo o que deveria, pare para ouvir o que o outro tem a dizer, garanta que tudo o que foi dito foi absorvido pelo liderado. Ao final estabeleça acordos, reforce os pontos trazidos no feedback, sejam positivos ou corretivos.

E aí, as dicas fizeram sentido?

O feedback é o principal aliado da gestão e desenvolvimento de pessoas, espero que as dicas sejam utilizadas no seu dia a dia, que contribuam para a sua gestão e desmistifiquem o medo de feedback.