Você tem medo do escuro?
Vivemos em uma sociedade onde os ditames e costumes são todos, ou quase todos, derivados da economia. Isso foi uma escolha da humanidade ali no período que hoje denominamos como Idade das Trevas, a Idade Média. Antes disso, tínhamos outros sistemas que suplantavam a economia, que ainda era rudimentar. Éramos muito mais militares, filosóficos e religiosos que econômicos. Se nós melhoramos ou pioramos por nos tornarmos essencialmente econômicos, deixo a avaliação para você.
Mas precisamos admitir a realidade. A economia trabalha com dois pilares fundamentais para seu funcionamento: a administração da escassez e a correta manipulação das variáveis para dirimir as incertezas inerentes à realidade. Por isso mesmo, escassez e incerteza são duas palavras que assustam os economistas. Eles desgostam delas. Fazem de tudo para estruturar um planejamento estritamente racional que inviabilize o crescimento descontrolado da escassez e da incerteza.
Mas amigo, você é ser humano. A maioria de nós é mais gente que economista, enquanto outros já estão desse outro lado. Em tempo de crise aguda, a tentativa neurótica de mitigar a incerteza leva ao sofrimento sem escalas. Por isso, minha sugestão é: aproveite o início do ano para observar as incertezas e mapear a escassez na sua vida profissional, e aguarde o melhor momento para buscar oportunidades.
Não se engane, estamos no escuro. A maioria das pessoas não sabe onde estaremos no final de 2016. Coisas aqui e ali ocorrerão e, se você puder investir na sua capacidade de se manter centrado e aberto à mudança, você poderá aproveitar de uma forma melhor tudo o que houver no escuro para o seu aprendizado. O escuro demanda cautela e você pode aproveitá-la para entender, afinal, o que você precisa achar lá.
Novamente, não se engane. Se estamos no escuro, é porque algo precisamos encontrar para conseguir fazer o fogo que nos devolva a luz. Essa, afinal, é a tarefa do ser humano desde nossas primeiras descobertas tecnológicas.