Você é o profissional que a empresa procura?
O desemprego no Brasil, especialmente com a pandemia e o isolamento social, vem crescendo a cada mês. De acordo com dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) no final do mês passado, a taxa de desemprego no País subiu para 14,6% no trimestre julho-setembro, contra 14,4% no período junho-agosto, o que representa o terceiro recorde histórico consecutivo.
Esse percentual indica que 14,1 milhões de pessoas estavam sem emprego neste período. Mas temos de lembrar que, mesmo antes da pandemia, a situação já era delicada. Em novembro de 2019, o índice oficial de pessoas sem trabalho era de 11,8% - “apenas” 1,6 milhão de pessoas a menos. Mas também há números positivos neste cenário: em outubro, por exemplo, houve um crescimento de quase 400 mil vagas nos empregos formais – um volume bem superior ao previsto pelos analistas.
Diante deste quadro, a pergunta que eu sugiro aos desempregados é muito simples: “Por que eu ainda estou sem emprego?”. Se você for um desses 14,1 milhões de brasileiros, acho muito importante essa reflexão. Acredite: é o jeito mais fácil e eficiente de você mudar sua trajetória profissional e retornar o mais rápido possível ao mercado de trabalho.
Segundo estudos de especialistas em Recursos Humanos, com as rápidas mudanças no ambiente de trabalho nos dias atuais, como a chegada de novas tecnologias para certas funções, uma pessoa comum que começar a trabalhar hoje terá, em média, cerca de 14 empregos de tempo integral ao longo de sua carreira profissional. Além disso, essa pessoa poderá ter até mais do que cinco carreiras completas durante sua vida. O que mostram esses dados? Principalmente, indicam que só vão sobreviver os profissionais capazes de não só se adaptarem às novas rotinas, mas também de permanecerem constantemente se atualizando e aprendendo coisas novas. Quem não seguir essa regra de ouro poderá num curto espaço de tempo estar obsoleto. Ou seja: seu trabalho não terá mais valor.
Desde o início de 2020, no mundo todo, assistimos a uma verdadeira revolução no mercado de trabalho e nas necessidades das empresas. Para alguns analistas é a maior transformação econômica do planeta desde a Segunda Guerra Mundial. Exatamente por isso, a revista Exame de Portugal acaba de publicar uma edição cuja matéria de capa tem a seguinte manchete sobre o futuro do trabalho: “As pessoas que as empresas procuram”. Será que você é uma dessas pessoas que as empresas estarão procurando em 2021? A reportagem traz muitas informações reveladoras. Por exemplo: segundo a Confederação Empresarial de Portugual, em parceria com a McKinsey, uma empresa de consultoria norte-americana com atuação global, 50% do tempo gasto em 2019 em diversas atividades profissionais pode ser automatizada com tecnologias que já existem. Esse percentual poderá chegar a 67% até 2030, com o desenvolvimento de novas tecnologias. Ou seja: muita gente poderá mesmo se tornar obsoleta nos próximos anos se não se reinventar.
Segundo a reportagem, economistas portugueses alertam sobre um cenário, em Portugal, que parece feito sob medida para a nossa situação aqui no Brasil. Para eles, as profissões com menores qualificações e salários são menos propensas ao trabalho remoto. Isso significa que a pandemia poderá acentuar ainda mais a desigualdade social no mundo todo. A revista mostra, ainda, que oportunidades profissionais continuarão a existir. O grande desafio será o desencontro entre o que as empresas vão buscar e o perfil da mão de obra disponível. Um exemplo citado são os profissionais com fortes competências digitais, que terão, cada vez mais, maior probabilidade de encontrarem uma vaga e com condições mais vantajosas. Para este perfil de trabalhador, não há mais fronteiras para o seu futuro emprego: remotamente, as pessoas poderão morar numa cidade ou país e trabalhar para empresas instaladas em outras regiões do mundo.
Em resumo, no pós-Covid, quando a economia global iniciar sua retomada, o perfil do emprego estará, cada vez mais, diferente do que era até 2019. Para você fazer parte deste jogo, é importante entender que, mesmo em tempos de crise, os empregos continuam a existir. Mas nem todos têm qualificação necessária ao perfil da vaga.
Seja o protagonista da sua trajetória profissional. Muitas vezes precisamos de ajuda ou apoio neste momento. Por isso, procure por profissionais especializados, como um coach, por exemplo, ser for necessário, para avaliar qual é o melhor caminho para você seguir a partir de agora. Sua empregabilidade não será questão de sorte ou coincidências e sim resultado do esforço que você empregará com determinação, motivação e um plano de ações efetivas que tragam resultados promissores em sua carreira.