Volta no tempo, literatura e meu jeito de ser

Volta no tempo, literatura e meu jeito de ser

Saudações cinematográficas 🎬

Quando garoto, gostava muito de ler gibis e ouvir muita música. Eu era fã da revista Kripta. Aliás, foi por meio de uma delas (guardo até hoje) que tomei gosto pela literatura e descobri Edgar Allan Poe. Daí ele se tornou um dos meus escritores preferidos.

Também tinha o hábito de ler poesia e os meus preferidos eram Manuel Bandeira, Cecília Meireles e os parnasianos, principalmente Alberto de Oliveira. Apesar de não o entender, encantava-me, e muito, as palavras bonitas e o modo como ele as colocava nos poemas. Devido aos parnasianos, comecei a rabiscar os meus primeiros versos, na esperança de um soneto.

Os anos se passaram e minhas leituras tomaram novos rumos. Passei a ler escritores como Stendhal (“O Vermelho e o Negro” foi minha primeira grande obra da literatura clássica), Flaubert, Conrad, Joseph Roth, Machado de Assis, Graciliano Ramos, Henry James, Lygia Fagundes Telles, entre outros. O hábito da leitura levou-me a ler alguns livros de teoria literária, com os quais adquiri alguma formação. Tudo foi muito lento.

Nesse contexto literário, reservava também um tempo para a leitura de história, política, religião, música e, claro, cinema, minha arte preferida.

Com todo background adquirido, senti a necessidade de me ater ao estudo da nossa língua. Era um vazio em mim. Então, decidi procurar um professor de Língua Portuguesa. Tive a felicidade de conhecer àquele que seria um dos grandes mestres da minha vida: Paulo Silva Araújo. A partir daí, tornei-me redator e, anos depois, escrevi os meus primeiros textos pagos. Com o tempo, fui sofisticando minha redação e pude ser contratado para escrever um perfil de uma pessoa com muita história sobre o jogo do bicho e sua coleção de artes plásticas.

Com o mestre Paulo Silva Araújo aprendi amar nossa língua e a valorizar as palavras. Nesse sentido, ele era meticuloso, e pude comprovar por meio das suas aulas e também em alguns livros da sua autoria, até então não publicados.

Claro, não me tornei meticuloso como o mestre, mas mantive em mim a preocupação de escrever, pacientemente, cada palavra com os devidos significados e variações. Passei então a valorizar a importância da poesia.

Algumas pessoas próximas gostam de me atribuir como alguém muito demorado a fazer determinadas coisas. Eu sou assim. Deixo-me levar por minha própria espiral. Não à toa demoro com os meus projetos, entre eles escrever e realizar os meus cursos e mentorias.

Sim, eu demoro, porque evidencio, por meio de uma série de modos envolvendo ideias e estratégias, como levar alguém a realizar algo.

Fui aperfeiçoando minha metodologia no decorrer dos anos. A cada etapa, em qualquer um dos meus cursos e mentorias, lutei para impedir os meus alunos de caírem nos vícios de quem começa a aprender.

Por isso, demoro ao lançar minhas mentorias e cursos. Antes, eu preciso ter a certeza de ter, cada um, o potencial de levar ao aluno a alegria de escrever um roteiro, uma crítica cinematográfica e ensinar cinema na sala de aula.

Por tudo isso, digo-lhe com satisfação:

— Sim, sou lento. Trabalho com esmero.

E justifico, com um propósito:

O de satisfazer a mim mesmo, de me sentir feliz, porque assim tenho a certeza de proporcionar a cada aluno um caminho para a realização dos seus projetos profissionais ou pessoais por meio do cinema.

Assim, busco alegria e conforto enquanto professor e também como redator freelancer.

Sou grato a Deus por isso.

Cinematográfico abraço do 🎥



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