Voltamos algumas casas no jogo da igualdade de gênero na pandemia. Mas temos como avançar, e rápido

Voltamos algumas casas no jogo da igualdade de gênero na pandemia. Mas temos como avançar, e rápido

Lidero uma empresa em que a força de trabalho é 69% formada por mulheres. E não só isso: estamos em posição de destaque, com uma liderança 73% feminina. Somos uma exceção e temos um papel fundamental na formação de redes de apoio e de inspiração para que outras mulheres enfrentem e superem as desigualdades provocadas pela Covid-19.

O desemprego durante a pandemia atingiu mais as mulheres do que os homens. As tarefas domésticas e a realidade do homeschooling pesaram mais sobre as mulheres. A violência doméstica contra as mulheres piorou durante o isolamento social.

Não faltam estatísticas mostrando que, desde 8 de Março de 2020, voltamos algumas casas no jogo da igualdade de gênero. Mas estou convicta de que este retrocesso é circunstancial. Temos que acreditar nisso, na verdade! E são dois os motivos principais que me fazem crer:

O primeiro é a capacidade milenar das mulheres de criarem suas próprias redes de apoio. Desde os séculos mais remotos, elas contavam exclusivamente umas com as outras para desenvolver, aplicar e disseminar seus saberes sobre a natureza, a medicina, técnicas de cura e domínio de seu corpo. Gerar e reproduzir conhecimentos contrários aos dogmas da época levaram muitas à fogueira.

O segundo motivo é a multiplicação da representatividade feminina. Hoje temos modelos a nos inspirar em todas as áreas do conhecimento. E com a diversidade de que precisamos – de cientistas maduras como Margareth Dalcomo e Ester Sabino, que vêm desvendando o coronavírus no Brasil, às já bem conhecidas jovens militantes com histórias e origens bem diferentes, a paquistanesa Malala e a sueca Greta Thunberg. A chuva de balas que calou covardemente a vereadora Marielle Franco não apagou a força de sua representatividade, fazendo com que nossas câmaras legislativas pelo país venham mudando de perfil com as novas lideranças femininas pretas que ascenderam nas eleições de 2020.

Hoje percebo e reflito sobre o lugar muito privilegiado que ocupo para fazer a diferença na luta pela igualdade de gênero e contra a opressão e discriminação em relação às mulheres: como líder de uma empresa com 69% de força de trabalho feminina e 73% de sua liderança formada por mulheres.

Somos uma exceção e, por isso mesmo, uma força. Temos o dever de atuar na formação e fortalecimento das redes de apoio, para que as mulheres voltem ao mercado de trabalho, voltem às salas de aula, voltem a acreditar que sim, elas podem. E temos que dar as caras, nossas vozes, ser inspiração para outras meninas e mulheres para que se tornem protagonistas – de suas vidas e de suas carreiras –, aumentando ainda mais a representatividade e criando novos modelos a serem seguidos.



Eliná Enrique

Head of PR & Communications na Omertà - PR & Influence

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Ter uma mulher inspiradora como você na liderança foi um grande diferencial na minha carreira. Obrigada :)

Amanda Alberola

Executiva de Comunicação Corporativa | Reputação | Thought Leadership | Políticas Públicas. Head de Comunicação corporativa, Mãe da Clara e do Miguel

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Um chamado repleto de coragem e inspiração! Bora.

Ana Lúcia do Nascimento

Communications Strategist and Advisor

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Mensagem inspiradora, Roberta Machado! Parabens por inspirar um ambiente onde as vozes femininas seguem predominando. Orgulho de ter feito parte deste time!

Raquel de Q. Almeida, PhD

Gerente Executiva de Comunicação Corporativa na americanas s.a. | PhD em Comunicação

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Vamos juntas!!!

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