voltando ao batente!
Curiosa é a sensação da sexta-feira. A expressão de vanguarda “sextou” contraria um dos principais desejos do ser humano. Numa tentativa de enumerar, eu arriscaria dizer que o desejo pelo trabalho fica par e par com o da casa própria para um expressivo número de pessoas. Mas, alguns irão contrapor de que o verdadeiro desejo é o da busca pelo sustento e pela independência financeira. Decerto, há de se destacar a plausibilidade deste argumento, contudo isso é uma baita inverdade. Confúcio (551-479 a.C.), já proclamava que quem trabalha com o que ama, jamais terá trabalho em um dia sequer em sua vida. Então, é possível que o “sextou” seja a revelação de que grande parte das pessoas faz o que não gosta, porque fazer o que gosta, em tese, não seria nada trabalhoso, apesar da transpiração estar mais presente do que a inspiração.
A verdade é que definir o valor do trabalho não tem relação com a escolha profissional. O trabalho é técnico, a escolha profissional é filosófica. Fico vendo e vivendo a angústia dos 17-18 anos em que grande parte das pessoas decidem pela escolha profissional. Alguns vão para a área de exatas, outros para biológicas é tantos mais para Humanas. Isso é particular, mas o comum a todos é o trabalho, inclusive para aqueles que sequer tem uma profissão regulamentada ou mesmo claramente definida. Se eu pudesse deixar uma contribuição para a sociedade, eu diria “mire no trabalho, não na profissão”. Há valores atitudinais que são, na maior parte das vezes, tão importantes quanto ou bem mais importantes do que sua preparação profissional. Fazer bem-feito é melhor do que simplesmente fazer. Mas, para fazer perfeito tem que ter amor!
Benjamin Franklin (1706-1790) disse que “o trabalho dignifica o homem”, porque o realiza enquanto ser. Já Karl Marx e Antônny Giddens discorreram sobre o assunto e a rigor perceberam que nem sempre o trabalho dignifica o homem. O trabalho é praticado por aquele que trabalha - o trabalhador – e este nem sempre teve sua “dignidade” merecida (GIDDENS, 2005, p. 235). Mais uma vez, exercito minha petulância e dou meu pitaco. Penso que ter dignidade é respeitar a si mesmo com a liberdade de fazer escolhas, mas vejo um mundo doente e com liberdades cerceadas por inúmeros motivos. Olhe para si. Se reconheça! Faça suas escolhas e decida, na encruzilhada, por qual caminho seguir. Você é o trabalhador da sua obra. Faça perfeito e, justamente por isso, faça com amor!