Voluntariado, uma fonte de colaboração, desenvolvimento e inspiração!
Não costumo usar feitos meus no LinkedIn, mas neste caso vou abrir uma exceção. Gostaria de compartilhar uma experiência recente e incentivar mais pessoas a se envolverem em causas sociais, ambientais e humanitárias. Muitas vezes nos perguntamos como podemos fazer a diferença? A resposta é simples: faça o que você acredita que pode fazer e faça!
Ontem, 20/05, estive com mais de 50 voluntários da Cruz Vermelha no posto avançado de Niterói/RJ. Nossa missão: carregar mais de 25 toneladas de doações com destino a Caxias do Sul. Entre os itens: toneladas de água, ração animal, colchões, roupas de banho, cama e uso pessoal. Tudo dentro de uma “normalidade esperada” para a situação.
Agora, vamos aos fatos, que ajudam a reforçar a importância de mobilização e trazem bons aprendizados para reflexão:
Essa experiência, confirma algo que já acreditava e que muitos já sabem: as pessoas se mobilizam verdadeiramente por “causas” e “propósitos”, principalmente quando estas fazem sentido para elas. Afinal, não há nada mais engajador do que a proposta de cuidar e fazer o bem a outras pessoas.
Portanto, aqui vale uma boa reflexão, se a colaboração é mais potente e engajadora. Então por que em muitos ambientes organizacionais fomentamos mais a competição ao invés da colaboração? Mesmo quando falamos da colaboração, podemos ter ritos e processos contraditórios, seja de feedbacks ou avaliações de desempenho. Ter uma avaliação da performance para entender o nível de contribuição e jornada do profissional, visando seu desenvolvimento é pode ajudar as pessoas e a organização a crescerem juntas, mas utilizar a curva forçada ou diferenciar a remuneração a partir disso, quando sabemos que existem critérios distorcidos ou subjetivos, pode jogar contra o próprio negócio, gerando uma competição interna ruim, comprometer a saúde emocional das pessoas e com isso, perder engajamento e por consequência, produtividade.
Estamos presenciando várias discussões sobre etarismo e a desigualdade de gênero na sociedade e nas empresas, onde, sem “tapar o sol com a peneira”, identificamos pessoas assumindo limitações outras pelo fator idade e/ou tratamentos desiguais em razão do gênero feminino. Acredita-se que pessoas mais velhas são menos adaptáveis ou produtivas e que as mulheres tem outras limitações pela concorrência de agendas. Porém, exemplos como o de ontem, de vontade, força, criatividade e capacidade de adaptação, demonstram que esses julgamentos são equivocados seja pelo fator idade, seja pelo fator gênero. Cada pessoa tem o seu potencial e exercê-lo depende de multiplas variáveis e a pessoa quem vai se posicionar sobre isso, o que precisamos é evitar de antecipar julgamentos e criar barreiras invisíveis, onde já existem eventuais barrerias físicas.
Precisamos reconhecer e valorizar o heroísmo das pessoas, mas também melhorar. O fato de serem ações humanitárias, sociais e ambientais não significa que devem ser realizadas de qualquer forma, expondo pessoas a riscos. Sei que o desafio em termos de tempo e recursos é grande, mas precisamos evoluir nisso, para evitar que aqueles que estão fazendo o bem ou salvando vidas, precisem se colocar em riscos que podem ser evitados. Sem dúvidas, podemos ser melhores do que isso!
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Outro grande aprendizado é sobre os desafios logísticos. Estamos vendo toneladas de doações atravessando o Brasil para chegar ao Rio Grande do Sul. Houve uma enorme flexibilização por parte dos governos e agências reguladoras em termos sanitários, fiscais e de rodagem, para que essas doações cheguem ao destino, em uma situação de calamidade pública.
Contudo, isso não elimina os riscos de acidentes com cargas organizadas de forma inadequada. Da mesma forma, não impede que pessoas se aproveitem dessa liberação para transportar itens de forma indevida ou ilegal. Antes de criticarmos eventuais abordagens públicas, precisamos considerar os riscos e buscar meios de aprimorar. Só criticar, pode não estar ajudando, pense nisso!
Criticar letargias do poder público ou manifestar alguma insatisfação faz parte, está dentro do contexto. Contudo, precisamos considerar a importância de algumas burocracias em termos de controle, transparência e diligência com os recursos públicos. Se forem mal aplicados, também cobraremos as autoridades responsáveis 😉.
Voltamos ao fator colaboração: para determinadas ações a sociedade civil terá mais agilidade, mas para outras, as autoridades públicas terão mais responsabilidade e capacidade de sustentar as medidas necessárias. Por que não reconhecer e valorizar os dois lados? Isso pode ser muito mais efetivo e mobilizador.
Além disso, vendo o que vi, penso que há uma oportunidade para startups com vocação para logística pensarem em meios acessíveis e diferenciados para acomodar cargas múltiplas e fracionadas com mais segurança, assim como rastrear e calcular o peso para resolver gargalos fiscais e ainda, dar mais segurança para o transporte. Isso reduziria riscos e perdas em situações humanitárias, podendo ser uma boa oportunidade de negócio também. Dado que temos uma demanda cada vez mais para cargas rápidas e fracionadas desafiando, cada vez a logística pelo país e fora dele.
Em resumo, estamos sempre aprendendo, especialmente com desafios e oportunidades concretas. Muitas vezes, esses aprendizados vêm de contextos bem diferentes da nossa realidade e rotina, como essa ação voluntária que experimentei. O mesmo acontece com uma organização: quanto mais seus colaboradores forem expostos a diferentes contextos e desafios reais, mais eles aprenderão com diferentes realidades, quebrarão paradigmas, identificarão propósitos e serão mais contributivos e produtivos.
Vamos pensar além e fazer o bem!
Safety Culture Transformation | Human Organizational Performance | Team Psychological Safety Facilitator | ESG | EHS Manager |
7 mFoi um dia de muito aprendizado e absolutamente conectado com o lado mais “humano” que temos, o da solidariedade! Obrigada por estar lá! 💚👊
Especialista em Marketing e Comunicação @Buckman | Inteligência de Mercado | Gestão Stakeholders | Data Storytelling
7 mParabéns Fabiano Rangel pelo engajamento com a ação e obrigada por compartilhar sua experiência e reflexão.