Voluntariado: você está preparado?
Ultimamente a palavra voluntariado entrou na pauta de pessoas, grupos e empresas. As mídias sociais estão repletas de exemplos de ações em instituições como orfanatos, asilos, creches, hospitais e isto é muito bom.
Porém há um lado destas ações, que fica normalmente em segundo plano e para o qual você deve estar preparado: estamos falando de pessoas interagindo com pessoas.
Ontem fiz mais uma ação voluntária. Não foi a primeira e com certeza não será a última. Fomos visitar crianças num abrigo (leia-se ambiente para proteger crianças que foram abandonadas ou estão sob ameaça social). O problema é que quando se vai visitar “crianças” no coletivo, você encontra "criança" no singular. E a "criança" no singular que tem nome, tem história, legado emocional, vontade própria e muita, muita carência. Em quinze minutos de conversa com as assistentes sociais você vai descobrir que um foi abandonado pelo pai pois tem problema cognitivo e não fala, que outra era agredida pela família por ser autista, outro foi tirado do ambiente familiar por sofrer abuso, outro tem 17 anos e quando fizer 18 vai ter que sair de lá e ninguém sabe ao certo para onde.
Talvez você caia na besteira de perguntar para o responsável da instituição como eles sobrevivem. Com raríssimas exceções você vai descobrir que a instituição vive de doações esporádicas, que o governo ajuda pouco ou nada, que o fluxo de caixa é uma montanha russa (com mais baixos que altos) e que os funcionários e voluntários tem muito mais problema do que você.
E ai o que você faz?
Opção 1: se você é um(a) socialite que não queria ficar fora da moda pois todo mundo está fazendo voluntariado e você precisa ter uma Selfie no Instagram ou Facebook perto de "crianças", parabéns! Você vai ter a foto e assunto para próxima festa ou reunião social.
Opção 2: Se você tem um pingo de consciência, entende que neste mundo a chuva cai sob bons e maus, e que você tem recursos e pode dedicar algumas horas para deixar o dia de alguém melhor, faça o que foi fazer: brinque, desenhe, conte historia, abrace, carregue no colo, vire cavalinho de duas ou mais crianças. Enfim divida um pouco do seu tempo, alegria e, se puder, dinheiro com quem precisa.
Para o pessoal da opção 1 acima, só uma reflexão que escutei do Ed Rene Kivitz: "Nunca deu, quem deu do seu, sem dar de si."
Bom voluntariado a todos.
Liderança de produtos digitais
8 aSensacional David de Paulo Pereira