Web Summit: como inovar sem medo de errar

Nesta semana, estamos acompanhando em Lisboa o Web Summit , um dos maiores eventos de #inovação e #tecnologia do mundo. E os números são realmente grandiosos: mais de 70 mil participantes de 160 países, quase 2.500 startups de 94 nações, 1.050 palestrantes e ainda mais investidores em busca de oportunidades de negócios...

Tudo neste evento acontece em grande escala – das filas para entrar até o volume de conhecimento que se adquire. Por isso, ele pode ser comparado a uma Olimpíada da Inovação – e como nos Jogos Olímpicos, é impossível acompanhar todas as modalidades.

Por isso, focamos no nosso “esporte” favorito, que é o #CustomerExperience, para tirar alguns insights. E da quarta-feira dia 02/11, primeiro dia de conteúdo full (o evento foi aberto na noite anterior), já é possível extrair muitas ideias, lições e tendências:

Dependa do problema e não da tecnologia

Sempre que se fala em inovação, o foco costuma recair sobre a tecnologia usada – o que é um erro. Se uma empresa foca seus esforços, digamos, no Metaverso, corre o risco de se tornar obsoleta quando o mercado for para outro caminho. Por isso, a melhor saída é focar no problema que o cliente precisa resolver – e utilizar qualquer tecnologia que, naquele momento, solucione aquele problema. Lembre-se: daqui a 5 ou 10 anos, certamente haverá uma forma muito melhor de resolver a questão.

Seja multidisciplinar

Esse insight veio de ninguém mais que Chris Anderson, o criador da plataforma TED, que revolucionou a forma como vemos palestras em todo o mundo. Para ele, qualquer história a ser contada precisa estar a serviço de uma ideia que, somada a um ambiente multidisciplinar, cria a possibilidade de ser contada de uma forma acessível a todos.

Podemos traduzir essa equação de Anderson criou em uma frase: ofereça uma experiência inesquecível e envolvente ao público. Quando isso acontece, ocorre um forte engajamento emocional e multissensorial. Mas quantos conseguem fazer isso no dia a dia dos negócios?

Abra mão do controle

Aqui a dica também é do Chris Anderson – e é muito profunda. Assim como ele não controla o que os voluntários do TEDx fazem e nem os conteúdos que trazem para os eventos, sua marca também precisa criar um ambiente que oferece as ferramentas para que as pessoas se expressem. Perca o controle da sua marca de propósito e saiba que eventualmente poderá haver algum incidente – mas que o saldo será extremamente positivo.

Subverta as regras – mas cuide das pessoas

Mark MacGann , fundador da Moonshot Ventures, é o denunciante dos “arquivos Uber”, que contam como a empresa avançou rapidamente em diversos mercados do mundo em detrimento da segurança dos motoristas e de seus clientes.

A empresa nasceu quebrando regras e mudando o conceito do que conhecíamos por transporte. A visão era melhorar as cidades e tornar as viagens mais baratas, mas em algum momento as pessoas ficaram em segundo plano: famílias de taxistas perderam seus empregos e os motoristas acabaram percebendo que ganham muito pouco para viver do transporte no app.

Com isso, o sonho que foi prometido não se cumpriu – e a imagem de inovador do Uber foi substituída pela percepção de que se trata de uma empresa pouco preocupada com a experiência dos colaboradores. Um grande erro. Por isso, cuide sempre das pessoas – especialmente quando você quiser mudar o mundo.

Esses exemplos, todos apresentados no primeiro dia do Web Summit 2022, mostra que a inovação tem vários lados. Em um mundo cada vez mais atento à experiência dos clientes, é preciso estar atento às faces nem tão positivas, ou aos problemas que podem surgir quando menos se espera.

Foque nas pessoas – e use a tecnologia para solucionar os problemas. Nessa ordem. :)