Weekly Newsletter - 24/05
1- Big techs se unem para comprar 20 milhões de créditos de carbono até 2030:
As gigantes de tecnologia Google, Meta, Microsoft e Salesforce anunciaram nesta quarta-feira a criação da Symbiosis Coalition, uma iniciativa que pretende adquirir até 20 milhões de toneladas de créditos de remoção de carbono até 2030. Este é um dos maiores compromissos coletivos para a compra de ativos baseados na natureza já realizados. Inicialmente, o foco estará em projetos de florestamento, reflorestamento e revegetação, incluindo agroflorestas. Em uma fase posterior, estão previstos projetos para a restauração de manguezais. A coalizão prioriza projetos que ofereçam transparência financeira, benefícios à biodiversidade e resultados justos para populações indígenas e comunidades locais. Além de desenvolver o mercado, a ideia é estabelecer parâmetros de qualidade para os projetos, visando mais transparência e integridade. A coalizão acredita que o mercado de soluções de carbono baseadas na natureza sofre com a "aparente falta de projetos de restauração de alta qualidade" e a "incerteza quanto à disposição de pagar", o que afasta investidores e mina a confiança pública no potencial dos créditos de remoção baseados na natureza. "A coalizão envia um forte sinal aos desenvolvedores de projetos de que os compradores estão dispostos a pagar o necessário por projetos de alta qualidade que beneficiem o meio ambiente e as comunidades locais", afirma a diretora executiva da iniciativa, Julia Strong, em comunicado à imprensa. As empresas não informaram se os projetos terão foco em uma região específica do planeta nesta fase inicial ou se já há uma meta definida de área a ser reflorestada.
Fonte: Capital Reset, 22/05/2024
2- Rio terá usina de “CO2 verde” – que vem do lixo:
Com um investimento de US$10 milhões, a Gás Verde vai inaugurar em março de 2025 a primeira planta de produção de CO2 verde do país. A unidade está sendo montada na fábrica de biometano da empresa, localizada no aterro sanitário de Seropédica (RJ), o maior da América Latina. Atualmente, a companhia, que pertence ao grupo Urca Energia, já gera 140 mil m³/dia de gás natural renovável, que é fornecido para empresas como Ambev, L’Oreal, Ternium e Saint Gobain. O CO2 verde é um subproduto do processo de produção de biometano, que envolve a purificação do biogás resultante da decomposição de resíduos orgânicos. Em vez de ser liberado na atmosfera, o dióxido de carbono – principal responsável pelo efeito estufa – será comercializado para clientes industriais. Por ser inodoro, insípido e compatível, o CO2 é amplamente utilizado para carbonatar refrigerantes e cervejas. Exceto a Ambev, que fabrica seu próprio insumo, outras empresas de bebidas da região precisam importar o produto de outros estados, como São Paulo e Espírito Santo. Após iniciar negociações com empresas como Pepsico, Coca-Cola e o Grupo Petrópolis, a Gás Verde já garantiu contratos que irão absorver mais da metade da capacidade de produção do CO2 verde (100 toneladas/dia) nos próximos cinco anos, conforme informado pelo CEO da empresa, Marcel Jorand, ao Reset. A empresa não divulga quem serão os compradores. A estratégia visa atender à demanda por um produto que, de outra forma, seria queimado, gerando as grandes chamas das torres de flare. “O que antes era resíduo agora se torna matéria-prima para a produção de outro combustível”, afirma o executivo. Utilizando uma tecnologia de separação por membranas, o CO2 terá um grau de pureza de 99,9%, conforme exigido pelos clientes da indústria.
Fonte: Capital Reset, 23/05/2024
3- Preço global das emissões de carbono atingiu recorde de US$ 104 bilhões em 2023:
Os países arrecadaram um valor recorde de 104 mil milhões de dólares no ano passado cobrando às empresas pela emissão de dióxido de carbono, mas os preços continuam demasiado baixos para impulsionar as mudanças necessárias para cumprir as metas do acordo climático de Paris, afirmou o Banco Mundial num relatório divulgado na terça-feira. Vários países estão a aplicar um preço às emissões de carbono para ajudar a cumprir os seus objetivos climáticos, fazendo com que os poluidores paguem sob a forma de um imposto, ou ao abrigo de um sistema de comércio de emissões (ETS), ou cap-and-trade. “A precificação do carbono é uma parte crítica da combinação de políticas necessárias para cumprir as metas do Acordo de Paris e apoiar o crescimento de baixas emissões”, afirma o relatório do Banco Mundial sobre o Estado e as Tendências dos Mercados de Carbono.
Existem 75 instrumentos globais de precificação do carbono em operação, dois a mais que há um ano, cobrindo cerca de 24% das emissões globais de gases de efeito estufa. O valor arrecadado em 2023 em receitas de carbono aumentou em relação aos cerca de US$95 bilhões arrecadados em 2022. No entanto, o relatório afirma que menos de 1% das emissões globais de gases de efeito estufa são cobertas por um preço direto do carbono igual ou superior à faixa recomendada pela Comissão de Alto Nível sobre Preços do Carbono para cumprir a meta do acordo de Paris de 2015 de limitar o aumento da temperatura bem abaixo de 2. graus Celsius. Em 2017, um relatório da Comissão de Alto Nível indicou que os preços do carbono precisam de estar na faixa dos 50-100 dólares por tonelada até 2030 para manter o aumento das temperaturas globais abaixo dos 2ºC. Ajustados pela inflação, esses preços precisariam agora estar na faixa de US$63 a 127 toneladas métricas, disse o relatório do Banco Mundial. O maior contribuinte individual para as receitas globais do carbono é o Sistema de Comércio de Emissões da UE.
Fonte: Reuters, 21/05/2024
4- Meta do Acordo de Paris pode ser cumprida se mundo chegar ao net zero, diz estudo da BloombergNEF:
De acordo com um relatório da BloombergNEF, empresa de pesquisas sobre finanças energéticas, a aceleração das tecnologias limpas e a descarbonização são chaves para garantir que a principal meta do Acordo de Paris, de manter o aquecimento global abaixo dos 2ºC, seja cumprida. O estudo Energy Outlook 2024, divulgado com exclusividade para a Exame, cria cenários para o aumento da temperatura global. No cenário de transição econômica, a redução nas emissões de CO2 — de 34 bilhões de toneladas para 25 bilhões —implicaria em manter o aquecimento global em 2,6ºC até 2050, acima da meta.
No cenário de Net Zero, com a redução das emissões a partir de 2025 até que sejam zeradas, o aquecimento global pode se manter em 1,75ºC até 2050, aponta o relatório. As mudanças no consumo e demanda de energia, transporte e indústria só ocorrerão com o aumento no curto prazo das tecnologias ligadas à energia limpa. A pesquisa cita como ações necessárias para a transição ao cenário Net Zero a necessidade de triplicar a capacidade energética de fontes limpas e renováveis até 2030, as substituições dos veículos a combustão por carros elétricos até 2034 e o aumento das tecnologias de captura de carbono.
O cenário de transição econômica considera ainda a importância dos veículos elétricos, da energia limpa e a eficiência energética para reduzir as emissões. Se essas tecnologias não fossem incentivadas, as emissões seriam 50% maiores em 2050 e 27% maiores do que são hoje. A pesquisa considera que os combustíveis fósseis ainda exercem um papel significativo nos principais setores da economia, mas a demanda por gás cresce de forma modesta a partir da substituição por petróleo e carvão.
Fonte: Exame, 21/05/2024
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5- Mudanças climáticas desafiam produção de biocombustíveis:
A intensificação dos efeitos da mudança do clima começa a impor desafios significativos à produção de biocombustíveis no Brasil, afetando diretamente a disponibilidade de matérias-primas como soja e cana-de-açúcar, essenciais para a produção de biodiesel e etanol, avaliam especialistas consultados pela agência epbr. Analistas de mercado observam que a variação nos padrões climáticos, incluindo secas e inundações – como a que afeta agora o Rio Grande do Sul –, tem gerado incertezas que comprometem a segurança energética e a estabilidade do setor de biocombustíveis. “Existe uma tendência que essas mudanças climáticas tenham efeitos mais relacionados às incertezas de segurança energética brasileira. O quão certo o mercado está em relação à disponibilidade de biocombustíveis”, explica Bruno Cordeiro, analista de petróleo da StoneX. Recentemente a consultoria publicou um relatório onde reduziu a previsão para a safra de soja no Rio Grande do Sul em 3 milhões de toneladas. Segundo Cordeiro, haverá uma “possível menor oferta de óleo de soja no país” e “uma tendência de incerteza, considerado que é a matéria prima responsável pela produção de 80 a 95% do biodiesel brasileiro”. “Em anos de adversidade climática temos o risco de desabastecimento de biocombustíveis”, afirma. A consultoria alerta que essa imprevisibilidade no fornecimento de biocombustíveis pode até mesmo deslocar a demanda para combustíveis fósseis.
Fonte: Epbr, 21/05/2024
6- Tesouro prepara segunda emissão de título soberano sustentável, diz Ceron:
O Tesouro Nacional está se preparando para fazer a segunda emissão de títulos soberanos sustentáveis, papéis de dívida externa que são atrelados a despesas com impacto social ou ambiental positivo. A primeira foi feita em novembro do ano passado. A data para a nova emissão, contudo, dependerá do melhor momento do mercado. “Nós estamos preparando a segunda emissão, preparando todo o ritmo”, afirmou ao Valor o secretário do Tesouro Nacional, Rogério Ceron. “Nós vamos deixar pronta a segunda emissão e observar o mercado para o melhor momento, mas é nosso intuito, sim, fazer uma emissão neste ano. Pelo menos mais uma emissão sustentável”, completou. Ele disse que a autorização dada pelo Senado para que o Tesouro possa emitir mais US$25 bilhões em dívida externa nos próximos anos vai “garantir um bom volume” de emissões, tanto de títulos verdes quanto dos tradicionais. Na semana passada, o Senado ampliou de US$75 bilhões para US$100 bilhões o limite para emissões externas, atendendo parcialmente pedido feito pelo governo. O limite anterior estava praticamente todo utilizado. Cabe ao Senado dispor sobre limites globais e condições para as operações de crédito externo da União. O Valor apurou que o Tesouro deve divulgar em breve uma atualização do “Relatório Pré-Emissão com a Alocação Indicativa de Recursos” dos títulos sustentáveis, um documento que antecede a emissão e mostra em quais áreas o dinheiro levantado será aplicado. A alocação é definida pelo Comitê de Finanças Sustentáveis Soberanas (CFSS).
Fonte: Valor Econômico, 20/05/2024
7- Brasil tem 1.942 cidades com risco de desastre ambiental:
Com a intensificação das mudanças climáticas provocadas pela ação humana no meio ambiente, têm aumentado os desastres ambientais e climáticos em todo o mundo, a exemplo do que ocorre no Rio Grande do Sul. No Brasil, o governo federal mapeou 1.942 municípios suscetíveis a desastres associados a deslizamentos de terras, alagamentos, enxurradas e inundações, o que representa quase 35% do total dos municípios brasileiros. “O aumento na frequência e na intensidade dos eventos extremos de chuvas vêm criando um cenário desafiador para todos os países, em especial para aqueles em desenvolvimento e de grande extensão territorial, como o Brasil”, diz o estudo do governo federal. As áreas dentro dessas 1,9 mil cidades consideradas em risco concentram mais de 8,9 milhões de brasileiros, o que representa 6% da população nacional. O levantamento publicado em abril deste ano refez a metodologia até então adotada, adicionando mais critérios e novas bases de dados, o que ampliou em 136% o número dos municípios considerados suscetíveis a desastres.
Em 2012, o governo havia mapeado 821 cidades em risco desse tipo. Com os novos dados, sistematizados até 2022, os estados com a maior proporção da população em áreas de risco são Bahia (17,3%), Espírito Santo (13,8%), Pernambuco (11,6%), Minas Gerais (10,6%) e Acre (9,7%). Já as unidades da federação com a população mais protegida contra desastres são Distrito Federal (0,1%); Goiás (0,2%), Mato Grosso (0,3%) e Paraná (1%). O estudo foi coordenado pela Secretaria Especial de Articulação e Monitoramento, ligada à Casa Civil da Presidência da República. O levantamento foi solicitado pelo governo em razão das obras previstas para o Novo PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), que prevê investimentos em infraestrutura em todo o país.
Fonte: Exame, 17/05/2024
8- Ford apoia novas regras dos EUA para reduzir emissões de veículos:
A Ford Motor Co. expressou seu apoio às medidas do governo Biden para reduzir drasticamente as emissões de veículos até 2032. A montadora, que é a segunda maior dos EUA, endossou os regulamentos da Agência de Proteção Ambiental anunciados em março. Essas regras visam reduzir as emissões de escapamento de toda a frota de veículos de passageiros em quase 50% até 2032, em comparação com os níveis de 2027. A Ford reconhece que cumprir essas regulamentações requer planejamento antecipado e esforços significativos para garantir a conformidade com padrões de emissões mais rigorosos. Além disso, a montadora saudou a estabilidade regulatória proporcionada pela Regra Multi Poluente, evitando a possibilidade de mudanças abruptas nos padrões. Vale ressaltar que o ex-presidente Donald Trump prometeu reverter as regras de Biden que incentivam o uso de veículos elétricos. A Ford está comprometida com a redução de emissões e tem investido em veículos elétricos como parte desse esforço. Além disso, a empresa está no caminho certo para alcançar a neutralidade de carbono até 2050 em toda a sua linha de veículos, operações e cadeia de suprimentos
Fonte: Reuters, 20/05/2024
Fonte: XP, ESG