Música

Andrea Bocelli, que já trouxe para o Brasil cinco de suas turnês, coleciona memórias gostosas dos encontros com os fãs brasileiros. O tenor italiano, de 65 anos, conversou com a Quem sobre os quatro shows em celebração aos seus 30 anos de carreira, que realiza em Belo Horizonte (17/05), Brasília (21/05) e São Paulo (25/05 e 26/05) ao lado de um dos três filhos, Matteo de 26 anos. Recentemente, os dois apresentaram no Oscar com a canção Time to Say GoodBye.

O artista ainda explicou sua preparação para as apresentações de três horas e parceria com cantora brasileira Sandy, com quem volta a dividir o palco. Os dois fizeram a primeira parceria em 1997 em Vivo por Lei.

Andrea Bocelli — Foto: Luca Rossetti/Divulgação
Andrea Bocelli — Foto: Luca Rossetti/Divulgação

Você veio ao Brasil muitas vezes. Qual foi a sua primeira impressão que teve quando pisou em solo brasileiro pela primeira vez?
A minha impressão é a mesma, cada vez que volto: uma sensação reconfortante de intenso calor emocional, de amizade, de empatia, que considero a marca do meu relacionamento com o Brasil. Aqui recebi algumas das manifestações de carinho mais intensas e comoventes da minha vida! Portanto, os meus sentimentos, cada vez que tenho o prazer de voltar, são de autêntica euforia e de profunda gratidão.

O que você gosta de fazer aqui quando não está nos palcos?
Quando não estou cantando, gosto de conversar com as pessoas, poder me encontrar com elas, sejam os amigos – como a vasta comunidade de origem italiana que vive no Brasil –, seja aqueles novos, que são sempre muitos, contribuindo para fortalecer ainda mais uma relação cada vez mais sólida e sincera. Do seu país, por fim, gosto de recordar essa fé genuína que nos une e que se materializa em lugares abençoados pela oração como o Santuário de Nossa Senhora Aparecida, onde se sente uma energia mística totalmente especial.

Desta vez, você vem acompanhado pelo seu filho. Compartilhar o palco com ele era um sonho antigo de ambos?
Nada é mais bonito do que fazer música com os próprios filhos; considero isso um grande privilégio. Sempre tive admiração por aqueles pais que conduziam uma atividade envolvendo os próprios filhos no empreendimento familiar. Eu achava que, no meu caso de trabalho, isso seria impossível, mas fui agradavelmente contrariado pela vida! É difícil descrever o tamanho da minha alegria quando estou no palco e, ao mesmo tempo, "em família", com meus filhos ao redor de um microfone e diante da "família ampliada", que é o público. Poder cantar com Matteo, assim como com a pequena Virginia, é mais um presente que a vida me concedeu. Mesmo com o filho mais velho, Amos, hoje engenheiro, mas músico formado em piano, subimos ao palco em muitas ocasiões. No entanto, foi Matteo quem decidiu seguir profissionalmente esse caminho e hoje, com ele, nos tornamos efetivamente "colegas" de palco e profissão.

Andrea Bocelli com a esposa Veronica Berti e os filhos, Amos, Matteo e Virginia — Foto: Reprodução/Instagram
Andrea Bocelli com a esposa Veronica Berti e os filhos, Amos, Matteo e Virginia — Foto: Reprodução/Instagram

Você é conhecido por ser muito perfeccionista. Quantos anos de preparação para a primeira vez dele no palco com você?
A música é parte integrante da nossa família, é uma presença diária. Meus filhos cresceram em um ambiente de "pão e música", como se diz, e essa frequência constante provavelmente os ajudou. Em poucos anos, Matteo amadureceu muito, afirmando-se independentemente e demonstrando ao público seu talento e personalidade, para além do sobrenome desafiador que carrega. Naturalmente, sempre compartilhei minhas opiniões – também no campo musical – que, geralmente, foram bem recebidas. O fato de que meu filho amasse música - e canto, em particular - era evidente desde criança. Mas cantar na minha frente, até alguns anos atrás, parecia envergonhá-lo um pouco. Então ele preferia fazer duetos nos meus discos, na minha ausência. Felizmente, ele quebrou essa hesitação e decidiu oficialmente estudar canto. Nós fizemos duetos em algumas ocasiões, no campo lírico, depois surgiu a oportunidade de cantarmos juntos em "Fall on me"... E a partir desse momento, ele alçou voo!

Andrea Bocelli e Matteo — Foto: Cynthia Parkhurst/Divulgação
Andrea Bocelli e Matteo — Foto: Cynthia Parkhurst/Divulgação

Haverá também um reencontro com Sandy no palco, com quem você fez um dueto em 1997 em Vivo por Lei. O que você mais admira em Sandy como artista? Vocês mantiveram contato ao longo dos anos?
Não estou revelando nada de novo ao destacar o quanto Sandy é uma artista de grande valor, de talento amplo e eclético. Infelizmente, com colegas, mesmo aqueles com quem – como neste caso – estabelecemos uma forte empatia, conseguimos nos encontrar muito menos do que gostaríamos, devido às agendas profissionais que nos levam ao redor do mundo. Mas gostaria de dizer que estou muito feliz por poder voltar a dividir o palco com ela. E será uma alegria poder fazer duetos com Sandy em algumas músicas pop famosas às quais o público é especialmente apegado. Para enriquecer os concertos, também teremos a violinista Caroline Campbell e a soprano Cristina Pasaroiu.

Sandy é anunciada como participação especial de shows de Andrea Bocelli no Brasil — Foto: Reprodução/Instagram
Sandy é anunciada como participação especial de shows de Andrea Bocelli no Brasil — Foto: Reprodução/Instagram

Como você se prepara fisicamente e vocalmente para esses concertos?
Cantar requer uma disciplina muito rigorosa, bastante semelhante àquela de um atleta para obter resultados. No início da carreira, pode-se até passar sem ela, porque a juventude compensa a falta de experiência. Porém, à medida que se amadurece, o risco se torna cada vez maior, pois sem uma técnica sólida, é a própria voz que está em risco. Ao longo dos anos, continuei estudando muito, praticando diariamente... Manter-me em forma não é apenas um desejo, mas também uma necessidade: meu corpo inteiro é meu instrumento musical, então tento me exercitar, praticar esportes e não me entregar a excessos.

E estes concertos da atual turnê têm três horas de duração...
Durante uma turnê, o equilíbrio é ainda mais complexo, porque a voz passa por um verdadeiro desafio e precisa ser preservada com grande cuidado. Antes de um concerto, tento não sobrecarregar minhas cordas vocais, praticando o silêncio por algumas horas. Para ativar o aparelho fonador e exercitar o diafragma sem forçar a voz, muitas vezes toco flauta transversal por alguns minutos.

O que o público pode esperar?
Para esta turnê, que coincide com os trinta anos da minha carreira internacional, concebi um programa particularmente rico. A primeira parte é dedicada às obras-primas da ópera, com árias e duetos célebres de Verdi, Puccini, Giordano e outros compositores. A segunda parte é repleta de clássicos do pop, romances napolitanos, músicas de meus álbuns antigos e novos, e até mesmo alguns tributos especiais à maravilhosa cultura musical brasileira.

Você já conquistou tudo o que um cantor sonha. O que o motiva a continuar enfrentando a rotina rigorosa de um cantor, com longos períodos longe de casa, sacrifícios, cuidados, etc.? Você planeja se aposentar do palco?
A voz é um dom que recebi e que acredito ser meu dever compartilhar com quem deseja ouvi-la. É por isso que, enquanto tiver forças e oportunidades, continuarei a viajar e a cantar. Nesse sentido, há alguns anos, senti a necessidade de escrever uma oração: dentro dela, tem a seguinte frase: "Senhor, faça de mim o instrumento da tua Santa vontade". São palavras que, após trinta anos de carreira, continuo a dirigir ao céu, desejando me colocar à disposição, com fé, para que Deus faça de mim o que Ele considerar mais apropriado.

Além disso, é fundamental para mim manter um relacionamento direto e pessoal com aqueles que têm a gentileza de apreciar o fruto da minha profissão. Como sempre digo, a melhor maneira de agradecer aos meus fãs é fazê-lo pessoalmente, por meio de apresentações ao vivo. Considero os concertos um momento de encontro animado pelo prazer de nos reunirmos e compartilharmos as emoções que a música e “o belo” nos proporcionam. O abraço da plateia – e essa troca de energia positiva que se estabelece – recompensa todos os esforços, mesmo após três décadas de vida nômade e de uma carreira musical intensa.

Andrea Bocelli em momento de lazer — Foto: Reprodução/Instagram
Andrea Bocelli em momento de lazer — Foto: Reprodução/Instagram

Você é um dos principais contribuidores para a popularização da música clássica em todo o mundo. Quais desafios você encontra em tornar esse gênero atraente para as novas gerações, como a geração TikTok?
O repertório clássico geralmente oferece músicas mais elaboradas, porque passou por um desenvolvimento secular e cada grande compositor a renovou. A percepção de que a música clássica não é uma música "atual" e de fruição elitista é falsa e, pelo menos no que diz respeito à ópera, é anti-histórica. Geralmente exige mais empenho do que uma simples canção, é verdade, mas pode proporcionar muito mais em termos de enriquecimento interior. Basta se aproximar desse tesouro de emoções sem preconceitos, com simplicidade...

E então se torna fácil se apaixonar por ela, em qualquer idade. Pessoalmente, tenho orgulho de ser italiano, o país onde a ópera nasceu, e de ter oferecido minha contribuição, mesmo que limitada, para divulgar esse repertório pelo mundo, inclusive entre os iniciantes. Estou convencido de que é uma música ao alcance de todos e que pode "cativar" qualquer um, em qualquer latitude. Apesar de todas as crises, como a história nos mostrou, a boa música não morrerá.

Show privativo com vista para Copacabana

O Fairmont Rio irá receber o cantor Andrea Bocelli para uma apresentação única e exclusiva na cidade carioca no dia 19 de maio, para celebrar os 30 anos de carreira do tenor. O vencedor de cinco BRIT Awards e três Grammys fará uma apresentação intimista para 750 pessoas, que estarão hospedadas no icônico hotel de Copacabana.

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