Parintins 2024: conheça os 21 quesitos do festival folclórico dos bois Garantido e Caprichoso

O evento acontece nos dias 28, 29 e 30 de junho e a principal forma de chegar ao local, que fica a 420 quilômetros de distância de Manaus, é de barco. Os brincantes já vão fazendo festa desde a viagem até o Bumbodromo, onde acontecem as apresentações.

A festa, que chega à sua 57ª edição, é Patrimônio Cultural do Brasil pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) desde 2018 e gera anualmente cerca de 2,4 mil empregos diretos e 24 mil indiretos. Os três dias de evento movimentam mais de R$ 160 milhões na economia do Estado.

Para que um dos bois saia vencedor, ele precisa pontuar mais nos 21 quesitos que são analisados pelos jurados. São eles: Apresentador, Levantador de Toadas, Batucada/Marujada, Ritual Indígena, Porta-Estandarte, Amo do Boi, Sinhazinha da Fazenda, Rainha do Folclore, Cunhã-poranga, Boi Bumbá Evolução (tripa do boi), Toada, Pajé, Povos Indígenas, Taxauas, Figura Típica Regional, Alegorias, Lenda Amazônica, Vaqueirada, Galera, Coreografia e Organização do Conjunto Folclórico.

O apresentador é o grande mestre de cerimônias da noite, mas não o confunda com o levantador de toadas, que é o cantor que deve animar o público com as toadas, as músicas do Boi daquele ano. Já a bateria é julgada por sua força de sustentar o ritmo durante as 2h30 e elas são chamadas de Marujada no Caprichoso e Batucada no Garantido.

O ritual indígena recria os atos xamânicos a partir da pesquisa apresentada na sinopse. A porta-estandarte defende e apresenta o pavilhão do Boi durante a apresentação. O amo do Boi é um grande versador simbolizado pelo dono da fazenda. A sinhazinha é avaliada pela beleza, leveza, graça, desenvoltura, simplicidade e alegria. Já a rainha representa as manifestações populares, lendas, histórias e costumes.

A cunhã-poranga, cargo de Isabelle Nogueira, representa uma grande sacerdotisa indígena que é guerreira e guardiã do Boi, é a mais bonita de toda a aldeia. O tripa é um dos elementos mais importantes porque seu representante é o responsável por levar o Boi e conduzir todos os movimentos de dentro da alegoria no ritmo da toada, que são as músicas compostas para o ano. São cerca de 15 a cada ano que contam toda a história da apresentação.

O pajé representa a união entre os dois bois, que são mostrados pelos povos indígenas, apresentados à seguir. As taxauas são representadas pelo chefe da tribo, que chega em uma alegoria imensa, muitas vezes descendo do teto do Bumbódromo. Um dançarino conduz uma performance e se posiciona no centro da alegoria.

A miscigenação do povo amazônico é mostrada pelo item da figura típica regional. Ele é representado pelo caboclo que recria as lendas da região. As alegorias são o grande cenário das apresentações e compostas por monumentos grandiosos. Elas ajudam a contar a história das lendas amazônicas que falam de seres fantásticos e histórias encantadas.

A vaqueirada conta sobre os vaqueiros que cercam o Boi para protegê-lo de qualquer ameaça. A galera, que é a torcida, também é avaliada pelos jurados e ganha pontos ao cantar as toadas, interagir com a apresentação e também perde ao atrapalhar o boi concorrente. A coreografia é julgada durante todas as 2h30. Já a organização do conjunto folclórico avalia se tudo que foi apresentado estava claro para quem assistia.

A TV A Crítica vai fazer a cobertura completa e transmitir o evento pelo seu canal no Youtube. Oficialmente, as apresentações começam às 21h30, mas quem quiser um esquenta pode assistir também às passagens de som a partir das 18h no mesmo canal.