Finanças
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Por , Valor — São Paulo


O ex-diretor do Banco Central e ex-vice-diretor-geral do Banco de Compensações Internacionais (BIS), Luiz Awazu, afirmou que o Brasil tem sido reconhecido como exemplo de adoção de critérios de sustentabilidade no setor financeiro. A declaração foi dada durante painel no Febraban Tech, em São Paulo.

"O Brasil tem sido reconhecido por alguns organismos internacionais por sua atitudade em relação à sustentabilidade e à adoção de normais internacionais. Tenho muito orgulho do trabalho das autoridades brasileiras em terem adotado antecipadamente e com determinação algumas normas internacionais", afirmou.

Ele lembrou que a adoção dessas normas tem custo para as instituições financeiras, mas que isso deve ser visto como um benefício, já que gera uma série de vantagens para os bancos, desde melhora no risco reputacional, o prêmio nas emissões verdes (“greenium”) e atração de investimentos de forma geral. Mas lembrou que é preciso uma boa taxonomia, que permita a comparabilidade. "Não é uma pintura verde em cima de um ativo, o chamado ‘greenwashing’, é ter capacidade de adotar normas, regulamentações, de maneira transparente, que permita aos investidores externos, à sociedade, ter uma clareza de que aquilo pode ser declarado como 'green' (verde)", afirmou.

'Cisne verde'

Awazu afirmou ainda que os bancos centrais precisam se preocupar com o chamado "cisne verde", ou seja, evento climáticos com efeitos catatróficos também sobre a inflação e a estabilidade financeira e hoje já se caracteriza como um risco sistêmico.

Awazu afirmou que o termo 'cisne verde' - em alusão ao 'cisne negro', da crise financeira global - foi cunhado por ele para chamar a atenção, especialmente de BCs de países desenvolvidos, sobre os riscos da questão climática. "Meu alerta não foi para o Brasil, que já está calejado em fazer esse tipo de análise [de riscos climáticos no setor financeiro]. Foi para alguns países desenvolvidos, que achavam que aquilo não é um problema do BC, e sim do Ministério do Meio A mbiente, do governo."

Ele lembrou que os eventos climáticos extremos podem afetar os preços e a estabilidade financeira, em função dos impactos para bancos e seguradoras. "Ao contrário do 'cisne negro', que é um evento de cauda, raro, mas consertável, é possível sanear o balanço de um banco, o 'cisne verde' tem um caráter irreversível. Uma vez chegado a certos pontos de aumento da temperatura média, não tem volta."

Awazu afirmou ainda que há uma urgência muito grande em enfrentar as mudanças climáticas, apontou ainda que elas afetam primeiro os países mais pobres e que o sistema financeiro precisa ajudar na transição para uma economia de baixo carbono. "Os bancos precisam financiar isso, não é pouco dinheiro, são cerca de US$ 3 trilhões, US$ 4 trilhões por ano."

Ele também afirmou que financiar a transição para uma economia neutra em carbono não quer dizer crescer menos. "Diminuir os riscos de 'cisne verde' não quer dizer parar de crescer, mas sim um crescimento sustentável, que tenha desenvolvimento, inclusão social. isso tudo faz parte do combate às mudanças climáticas. Dá para crescer respeitando o meio ambiente", comentou, afirmando ter orgulho das autoridades brasileiras, que estão comprometidas com essa agenda.

Luiz Awazu, ex-diretor do Banco Central e ex-vice-diretor-geral do Banco de Compensações Internacionais (BIS) — Foto: Leo Pinheiro/Valor
Luiz Awazu, ex-diretor do Banco Central e ex-vice-diretor-geral do Banco de Compensações Internacionais (BIS) — Foto: Leo Pinheiro/Valor
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