Faturamento de bares e restaurantes avança 5,2% até abril, mas cenário ainda é de cautela

Resultado reflete um cenário de preços e custos mais estáveis, tanto para o consumidor final quanto para os estabelecimentos

Por , Valor — São Paulo


Bares, restaurantes Hermes de Paula / Agência O Globo

Entre janeiro e abril de 2024, o faturamento dos serviços de alimentação, oferecidos principalmente por bares e restaurantes, avançou 5,2% em termos reais (descontada a inflação) na comparação com o mesmo período do ano passado, segundo levantamento da Associação Nacional dos Restaurantes (ANR) com a consultoria Future Tank.

O resultado reflete um cenário de preços e custos mais estáveis, tanto para o consumidor final quanto para os estabelecimentos, avalia Fernando Blower, diretor executivo da ANR.

O índice da alimentação fora do domicílio, medido principalmente em bares e restaurantes, cresceu 0,50% em maio. Este foi o trigésimo mês consecutivo de inflação. O aumento de preços do setor esteve alinhado com o índice geral da inflação, que foi de 0,46%, segundo o Índice de Preços ao Consumidor (IPCA). “O setor não está mais descolado do restante da economia”, afirma Blower.

O executivo lembra que os anos de 2022 e 2023 foram os mais intensos em termo de repasses, incluindo tanto custos de insumos e aluguel quanto débitos trabalhistas, e que no começo deste ano essas questões estavam um pouco mais pacificadas.

Apesar do saldo positivo, abril registrou queda de 0,2% na receita, interrompendo um ciclo de cinco meses de alta. Segundo Blower, ainda não há uma explicação exata para essa queda. “O Rio Grande do Sul tem um peso, mas não é só isso. Pode ter uma questão de turismo menos intenso passado o verão, ou uma certa acomodação do comportamento do consumidor”, diz o executivo.

Na sua avaliação, é preciso aguardar os dados dos próximos meses para entender se abril foi um ponto fora da curva ou se indica uma mudança no desempenho do setor. “Se esse resultado se repetir, talvez a gente mude a análise, mas, por enquanto, temos um ano positivo”, diz.

Para João Adas, presidente da Companhia Tradicional do Comércio, dona de dez marcas, incluindo Bar Original, Pirajá, Astor, Bráz, Ici Brasserie e Lanchonete da Cidade, este será um ano de crescimento contido em relação ao ano passado. “Não vejo um cenário muito pujante”, afirma.

Na companhia, o faturamento nos primeiros meses do ano avançou cerca de 15%, sem descontar a inflação, puxado principalmente pela abertura de lojas. “Continuaremos expandindo, mas com investimentos cautelosos”, diz Adas.

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