Fundos de Investimento
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Por — Para o Valor, do Rio


Marcelo Michaluá: “Conhecer o projeto sujando a bota de barro faz parte da nossa história de gestão” — Foto: Divulgação
Marcelo Michaluá: “Conhecer o projeto sujando a bota de barro faz parte da nossa história de gestão” — Foto: Divulgação

Em um cenário de Selic em dois dígitos e curva de juros em ascensão, o movimento de tomada de crédito por empresas no Brasil ainda enfrenta desafios. Por outro lado, gestores focados na análise de títulos de dívidas emitidos por companhias para financiar atividades, investimentos e projetos de expansão, ressaltam um amadurecimento do mercado de crédito privado. Eles concordam que há muito espaço para o crescimento dessas operações no pais.

As estratégias por trás dos fundos de crédito privado mais rentáveis, que se destacaram na análise do o “Guia Valor de Fundos de Investimento”, têm em comum a diligência no acompanhamento dos ativos. As gestoras estão investindo em equipes de análise cada vez mais especializadas em setores, cenários macroeconômico, regulatório e legislativo, além de embarcar tecnologia para ganhar agilidade na obtenção de dados.

Na SulAmérica Investimentos, uma ferramenta proprietária tem feito a diferença no dia a dia de analistas e gestores para a tomada de decisão. Daniela Gamboa, head de crédito estruturado da SulAmérica Investimentos Capital, ressalta que o mercado de crédito no Brasil ainda é muito técnico, portanto o acesso ágil a dados bem estruturados sobre fluxo de dinheiro, volumes de ofertas e detentores dos papéis é muito estratégico.

“Desenvolvemos essa ferramenta para consolidar dados de diversas fontes de mercado. Ela gera alertas e facilita o acesso a informações. Esse processo nos ajuda a decidir vender ou comprar um ativo”, detalha Gamboa.

Outro ponto importante para garantir rentabilidade e o balanceamento retorno e riscos é contar com instrumentos para mitigar danos. Na More Invest, essa estratégia se divide em três frentes.

David Kim, sócio fundador e gestor de fundos de crédito da More Invest, diz que os fundos More Crédito e More MHX Multiplica alocam em produtos estruturados, majoritariamente cotas de Fundo de Investimento em Direitos Creditórios (FIDC), veículo de securitização de recebíveis. No caso do More Total Return, essa estratégia vale para cerca de 30% da carteira, o restante está dividido em risco macroeconômico e Fundo de Investimento Imobiliário.

“Para trazer um risco mais adequado ao investidor, no universo de multisacado e multicedente, a alocação principal é com o seguro de crédito. No agronegócio, não operamos o risco da safra, optamos por operações com estoque de grãos e garantia em fiel depositário. No crédito estruturado, adotamos alienação fiduciária de garantia real”, diz Kim.

Na busca pelos melhores resultados em fundos compostos por debêntures ou apenas debêntures incentivadas (que captam recursos para projetos de infraestrutura no setor público), Ulisses Nehmi, CEO da Sparta, aponta três diferenciais.

“Temos uma equipe robusta, com mais de dez anos de experiência, especialmente na parte de infraestrutura, então sabemos onde pisar. Gestão ativa, pois não casamos com uma debênture, se estiver cara, vendemos, se estiver barata, compramos. E diversificamos as carteiras”, diz.

O Sparta Max, que tem debêntures de todos os setores, apresenta mais de 150 riscos diferentes, segundo Nehmi. No caso dos fundos Sparta de debêntures incentivadas, são mais de 100 posições diferentes. “Para ter bons resultados a longo prazo, é preciso ter consistência. Isso significa não ter riscos concentrados”, afirma o CEO da Sparta.

O perfil de gestão da SulAmérica e da Sparta evitou, por exemplo, problemas com papéis da Light, que enfrentou muitas dificuldades no início de 2023, por questões de insolvência. Nas duas gestoras, análises de movimentos no legislativo em 2022 identificaram que algumas distribuidoras seriam mais impactadas pela Lei 14.385/22. Esta lei refere-se à devolução de PIS e Cofins recolhidos a mais dos consumidores pelas companhias de distribuição de eletricidade.

Na Solis, totalmente focada em fundos de investimentos em direito creditório, os times trabalham com estratégias de FIDC desde 2005, e apostam na diversificação para entregar um nível de risco e retorno diferenciado. Ricardo Binelli, sócio-diretor da Solis Investimentos, observa que o mercado passou a entender melhor os atributos dos FIDCs.

“Essa percepção é real sob o ponto de vista de remuneração, pois os FIDCs pagam ainda melhor que os ativos de crédito líquido, seja pela estrutura de proteção ou ainda pela regulação, pois são muito bem regulados. Tudo isso vem se consolidando para um conforto do investidor” afirma Binelli.

No caso do Solis Speciale, são 70 FIDCs diferentes. “Só investimentos em cota sênior e conta mezanino. São 75% de cotas sênior. E exigimos que quem escolhe o crédito seja o cotista subordinado”, diz o sócio-diretor da Solis.

As cotas dos FIDCs são classificadas de acordo com o grau de risco. A sênior tem prioridade em relação à subordinada no recebimento de juros, amortizações e valor do resgate, portanto tem risco menor. Já a cota mezanino está posicionada no estágio intermediário de risco, entre a sênior e a subordinada.

A diligência na gestão dos ativos é apontada por Marcelo Michaluá, sócio-fundador e CEO da RB Capital, como um dos grandes diferenciais da gestora. Ele ressalta que os times se deslocam até o canteiro de obras dos projetos para analisar os riscos dos ativos.

“Fazemos isso há mais de 25 anos, porque conhecermos a importância de avaliar o risco do ativo físico. Conhecer o projeto sujando a bota de barro faz parte da nossa história de gestão, estruturação de produtos e monitoramento do ativo após sua compra”, diz Michaluá.

A filosofia a RB Capital, que combina a análise de engenharia financeira com os aspectos físicos do projeto, o casamento do mercado de capitais com a economia real, vem garantindo resultados consistentes apresentados pelos fundos de debêntures incentivadas.

“Construímos essa ponte, tecnicamente robusta, para trazer o dinheiro do mercado de capitais para o financiamento da economia real. A debênture incentivada de infraestrutura canaliza esse recurso que vem do mundo dos investidores para o financiamento da economia real, que é um setor carente do ponto de vista de crédito e financiamento, porque historicamente sempre foi dependente dos recursos do BNDES”, afirma Michaluá.

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