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Por e , Valor — São Paulo


O governo do presidente boliviano, Luis Arce, resistiu ontem a uma confusa tentativa de golpe militar liderada por um general destituído por ele na véspera. Cerca de três horas depois de os tanques forçarem a entrada no palácio do governo, em La Paz, os militares amotinados se retiraram da praça, o líder da intentona golpista, general Juan José Zúñiga — segundo testemunhas — desmobilizou suas tropas.

Até ontem à noite não havia notícia de feridos. Testemunhas disseram à agência Reuters que as autoridades bolivianas tinham prendido Zúñiga no começo da noite. Não ficou claro para onde Zuniga teria sido levado.

A principal reivindicação dos golpistas, de obrigar Arce a formar um novo Gabinete não foi atendida. Zuñiga exigia também a libertação dos “presos políticos” — que tomaram parte de outro movimento golpista, de 2019, que causou a deposição do então presidente, Evo Morales. A demanda, pelo menos por enquanto, também foi descartada.

“O país hoje [ontem] está enfrentando uma tentativa de golpe de Estado e se confronta mais uma vez com os interesses dos tentam fazer com que a democracia na Bolívia caia”, disse Arce, durante um pronunciamento na residência oficial, ao lado de todos os ministros de seu governo no início da tarde de ontem. “Aqui está o governo nacional com todos os ministros, firmes com seu presidente para enfrentar toda tentativa golpista e que atente contra a democracia”, disse Arce.

Durante o pronunciamento, Arce deu posse a novos comandantes do Exército, Marinha e Aeronáutica, ao mesmo tempo em que a procuradoria do país anunciava a abertura da investigação contra Zúñiga pela insurreição. Não ficou claro se os comandantes destituídos das outras armas chegaram a declarar apoio ao general.

Arce disse, porém, que estava entregando as Forças Armadas a “militares que sabem que a Constituição e o respeito pelas leis em vigor são o mais importante”.

“Hoje vivemos um dia atípico em um país que quer a democracia porque houve uma tentativa de golpe de Estado por parte de soldados que mancharam sua farda”, disse ele, de acordo com o diário de Santa Cruz de la Sierra, no leste do país, “El Deber”.

A ação militar golpista começou após militares terem ocupado a Praça Murillo, sede do governo boliviano, fechando a entrada de prédios oficiais. Minutos após os militares terem fechado a praça, Zúñiga falou à imprensa anunciando que haveria “a formação de um novo gabinete” e que “por enquanto” seguiria reconhecendo Arce como presidente do país.

“Exigimos a libertação de todos os presos políticos. É uma demanda das Forças Armadas”, disse Zúñiga ao irromper com os blindados leves na praça em frente ao palácio presidencial. “O futuro de nossas crianças está em jogo e temos de garantir o bem-estar e o progresso do povo”, discursou alegando que uma elite política domina o país há 40 anos.

“Vamos reestruturar a democracia”, disse o general, assegurando que “todas as unidades do exército em todo o território nacional”, estavam aquarteladas.

Entre os presos que o general pretendia libertar estavam Luis Fernando Camacho — ex-governador de Santa Cruz, defensor de maior autonomia para a província e feroz opositor tanto de Arce quanto de Morales — e a advogada Jeanine Áñez, que se autoproclamou presidente após a deposição de Morales e exerceu o poder entre 2019 e 2020.

Áñez foi presa em 2021 e condenada a dez anos por conspiração, sedição e terrorismo — durante o período que se seguiu à sua posse.

O plano de golpe, segundo fontes bolivianas, começou a ser traçado na noite de terça-feira, quando Zuñiga postou um vídeo na internet com críticas a Morales e o ex-presidente exigiu de Arce a destituição do general e foi atendido.

Arce e Morales, originários do partido Movimento ao Socialismo (MAS), eram aliados políticos, mas romperam por disputas partidárias — ambos pretendem retornar a presidência boliviana após as eleições de 2025.

Antes de se tornar comandante do Exército por Arce, em janeiro, Zúñiga era chefe do Estado-Maior das Forças Armadas e, em 2013, foi acusado de desviar recursos de programas sociais. Mesmo assim, era um dos militares em quem Arce mais confiava.

Soldados na praça Murillo, em La Paz, Bolívia — Foto: Juan Karita/AP
Soldados na praça Murillo, em La Paz, Bolívia — Foto: Juan Karita/AP
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