Paraná
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Por Genilson Cezar — Para o Valor, de São Paulo


Lavoura de soja na região de Guarapuava, no centro do Paraná; previsão é que o Estado colha 21,9 milhões de toneladas do grão na safra 2023/24 — Foto: Jonathan Campos/AEN
Lavoura de soja na região de Guarapuava, no centro do Paraná; previsão é que o Estado colha 21,9 milhões de toneladas do grão na safra 2023/24 — Foto: Jonathan Campos/AEN

Há anos a agricultura do Paraná é reconhecida pela adoção de novas tecnologias capazes de aumentar a produção e reduzir custos. O plantio direto, por exemplo, foi implementado no Brasil na década de 1970 por um agricultor do norte do Estado. Desde então, técnicas foram aprimoradas, pesquisas avançaram e o campo paranaense se consolidou como o mais produtivo do país. Cada hectare de soja produz, em média, 3.860 kg de grãos, contra 3.773 kg do Mato Grosso, maior produtor em volume (o Paraná é o segundo), e 3.508 kg na média nacional, segundo estimativa da Conab de agosto.

É o caso da fazenda Regina, em Diamante do Norte (600 km de Curitiba), pequeno município próximo às divisas do Estado com São Paulo e Mato Grosso do Sul, e associada à Cocamar Cooperativa Agroindustrial, cuja sede fica em Maringá (385 km da capital). Arrendatário de uma área de mil hectares, o dono da fazenda, André Mataruco, adquiriu oito tratores e um pulverizador de última geração para cultivar 220 hectares com mandioca. Os resultados foram surpreendentes, afirma. Os equipamentos, com piloto automático, trabalham sem interferência do operador, por meio de uma antena que recebe os sinais de satélite do GPS.

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“Não temos perda de sementes no plantio, nem gastos desnecessários com a pulverização”, diz ele. O equipamento faz o mapeamento prévio do terreno e planta as sementes no lugar determinado, ou pulveriza exatamente onde precisa, sem excesso de gastos. “Hoje, sou um agricultor diferente, com melhor produtividade e menor custo de produção”, comemora Mataruco. “Produzimos em torno de 60 toneladas de raízes de mandioca por hectare, enquanto a média estadual é de 30 t/ha”, afirma.

Os agricultores associados à Coamo Agroindustrial Cooperativa, com sede em Campo Mourão (450 km de Curitiba), no centro-oeste do Paraná, exibem, igualmente, crescimento gradativo e constante em função das inovações tecnológicas, aponta Airton Galinari, presidente-executivo da cooperativa. “Realizamos pesquisas inovadoras de variedades de sementes e híbridos mais produtivos e pesquisas agronômicas, como correções de solo profundo e adubação mais tecnológica. Também usamos biocombustíveis, biofertilizantes e equipamentos mais modernos no plantio e na colheita, que evitam desperdício de sementes e perdas no campo”, explica.

Desequilíbrio ambiental provocado pelo uso de alguns produtos preocupa”
— Natalino de Souza

A expectativa da Coamo é que o faturamento dos 31,6 mil cooperados neste ano fique um pouco acima da receita global de R$ 28 bilhões atingida em 2022. “Vamos receber dos cooperados cerca de 10 milhões de toneladas de produtos agrícolas, perto de 170 milhões de sacas, 60% das quais de soja, 33% de milho e 7% de trigo. É o maior recebimento da história da cooperativa”, afirma Galinari.

De maneira geral, a agroindústria paranaense foge do empirismo, assumindo cada vez mais a inovação, avalia Norberto Ortigara, secretário da Agricultura e do Abastecimento do Paraná. “Há muitos avanços importantes acontecendo no processo de refinamento da agricultura de precisão”, diz ele. “São tecnologias como sensores, drones, bioinsumos, bioinseticidas, biofungicidas chegando cada vez mais”, assinala.

E presentes em todas as cadeias produtivas da agropecuária paraense, desde novas tecnologias de aplicação de insumos de plantio até os manejos pecuários, como ordenhas automatizadas, ambiência de aviários e a alimentação animal, concorda Ágide Meneguette, presidente da Federação da Agricultura do Estado do Paraná. A intenção dos produtores, segundo ele, é buscar exclusivamente ganhos de produtividade. Na safra 2023/24, por exemplo, a produção de soja deve atingir 21,9 milhões de toneladas, um crescimento de 50% em relação as 14,5 milhões de toneladas produzidas na safra 2013/14, informa Meneguette. “O uso das inovações tecnológicas dentro da porteira tem surtido efeito prático”, afirma.

Mas é preciso fazer correções nos rumos que essas inovações vêm tomando, defende Natalino Avance de Souza, presidente do Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná - Iapar-Emater (IDR-Paraná), vinculado à Secretaria de Agricultura e Abastecimento. “Uma questão que nos preocupa é o desequilíbrio ambiental provocado pelo uso de alguns produtos. São necessários para o controle de pragas e moléstias, mas hoje exigem melhores práticas de utilização, com adoção de técnicas mais rígidas de monitoração”, afirma. “Estamos criando uma força tarefa para discutir e combater a deriva de agrotóxicos, que vem desestimulando o cultivo de produtos muito sensíveis ao uso dos defensivos, como bicho-da-seda, tomate, amora e abelhas”, comenta.

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