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Por Marcia Di Domenico


Ah, meus sais (Foto: Eduardo Svezia) — Foto: Vogue

Tem quem veja a bancada da farmácia como a solução para gripes fortes, crises alérgicas agudas ou problemas de pele. Não para alguns americanos e europeus que, em vez de comprar remédios para incômodos comuns, têm resolvido questões respiratórias e doenças dermatológicas – além de receber um belo boost no sistema imunológico – com a haloterapia, mais conhecida como a terapia do sal.

O tratamento propõe se sentar numa sala toda revestida de sal (teto, piso e paredes) por 45 minutos enquanto um aparelho, o halogerador, lança partículas finíssimas de cloreto de sódio puro, sem adição de iodo, no ambiente. As orientações são: relaxar, respirar e repetir a terapia por dez dias seguidos em épocas de crise alérgica, eczema, psoríase e acne. A haloterapia limpa as vias respiratórias, e seu efeito sobre a pele é de alívio imediato.

Dada a pureza do sal usado no tratamento, a sensação dentro de um salt room ou salt cave, como é chamado lá fora, remete à sensação de estar em uma cachoeira ou caverna molhada, em que umidade (entre 40% e 60% do ar) e temperatura (de 20°C a 24°C) são confortáveis para a respiração. A explicação está na liberação de íons negativos no ambiente a partir da quebra do sal. “Além de purificarem o ar, eles neutralizam a ação dos íons positivos produzidos por aparelhos eletrônicos e responsáveis pela oxidação das células do organismo”, explica o presidente da Associação de Haloterapia, Terapias Integrativas e Complementares (ABH-TIC), José Ervolino Neto. “Isso acaba equilibrando o corpo e melhorando a função imunológica.” Mais: uma revisão de estudos publicada no periódico científico BMC Psychiatry comprovou a associação entre a exposição a íons negativos e melhora dos sintomas em pacientes com depressão. “Como o sal possui ação contra bactérias e vírus, ainda previne gripes e resfriados”, explica o otorrinolaringologista Fausto Nakandakari, do Hospital Sírio-Libanês. O médico, porém, lembra que a haloterapia é uma prática integrativa, ou seja, não dispensa o tratamento médico convencional, mas deve se somar a ele no cuidado de doenças.

O superinstagramável Salt Cave Spa fica em Wafi Mall, Dubai (Foto: Reprodução) — Foto: Vogue

Apesar de estar em alta agora, a terapia do sal não é novidade: vem sendo praticada desde a Idade Média. Seus benefícios foram descobertos na Rússia e em países do Leste Europeu, região repleta de minas de sal. Seus operários raramente apresentavam doenças respiratórias e tinham aparência mais saudável que o resto da população. Os donos das minas associaram as vantagens ao ambiente salino e vislumbraram uma oportunidade de negócio: nasceu assim o primeiro “resort” de sal, na mina de Wieliczka, na área metropolitana da Cracóvia, na Polônia. Com instalações esculpidas pelos próprios mineiros da época, o lugar tornou-se um spa para tratamento de doenças respiratórias nos anos 60 e é ainda hoje atração turística para quem visita o país.

Por aqui, é possível encontrar spas de sal em Campinas, na Spazziom (spazziom.com.br), Brasília, na Salus Naturalis (salusnaturalisbsb.com.br), e São Luís, na Equilíbrio Clínica de Saúde Integrativa (equilibriosaudeintegrativa.com.br).

Beleza: Felipe Espíndola
Modelo: Nadinne Rios (Prime)
Assistente de beleza: Jéssica Lopes

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