Como você pode melhorar a resiliência do sistema financeiro por meio de testes de estresse?

1 Definir os objetivos

O primeiro passo na realização de um teste de estresse é definir os objetivos, que determinarão o escopo, o design e a metodologia do exercício. Os testes de esforço podem ser utilizados para várias funções, tais como avaliar a adequação do capital e a liquidez, avaliar a transmissão de choques no sistema financeiro e na economia real, identificar fontes de risco sistémico e contágio e testar a eficácia das intervenções políticas. Medidas macroprudenciais também podem ser incorporadas ao teste de estresse.

2 Escolha os cenários

O segundo passo é escolher os cenários que serão aplicados ao teste de estresse, que devem refletir os riscos mais relevantes e graves que o sistema financeiro enfrenta. Os cenários podem ser baseados em eventos históricos, situações hipotéticas ou projeções prospectivas, e devem capturar choques idiossincráticos e sistêmicos. Os cenários também devem ser consistentes, coerentes e abrangentes, o que significa que devem abranger todos os fatores de risco, variáveis e interações relevantes e evitar contradições lógicas ou suposições irrealistas.

3 Selecione os modelos e métodos

O terceiro passo é selecionar os modelos e métodos que serão utilizados para traduzir os cenários em resultados de testes de estresse, que devem estar de acordo com os objetivos e cenários do exercício. Os modelos e métodos podem diferir em complexidade, granularidade e transparência, e devem fornecer um equilíbrio entre precisão, viabilidade e comparabilidade. Quando se trata de testes de estresse, alguns dos modelos e métodos comuns usados são modelos baseados em contabilidade que aplicam choques diretamente em balanços e demonstrações de resultados de instituições financeiras; modelos econométricos que utilizam técnicas estatísticas para estimar as relações entre fatores de risco e desfechos financeiros; modelos estruturais que utilizam teoria econômica e princípios de otimização para modelar o comportamento e as decisões dos agentes financeiros; bem como modelos de rede que empregam teoria de grafos e análise de redes para modelar as interconexões e spillovers entre instituições financeiras.

4 Coletar e validar os dados

O quarto passo é coletar e validar os dados que serão usados como entradas e saídas do teste de estresse, que devem ser confiáveis, relevantes e consistentes. Os dados podem vir de várias fontes, como relatórios regulatórios, dados de mercado, pesquisas ou julgamentos de especialistas, e devem abranger todos os aspectos do sistema financeiro, como ativos, passivos, receitas, despesas, capital, liquidez, exposições e contágio. Os dados também devem ser verificados quanto à qualidade, integridade e precisão, e quaisquer lacunas ou erros devem ser corrigidos ou corrigidos.

5 Realizar e analisar o teste de estresse

O quinto passo é realizar e analisar o teste de estresse, que envolve a aplicação dos modelos e métodos aos dados sob os cenários, e a interpretação e comparação dos resultados. Tal deverá fornecer informações significativas e úteis sobre a resiliência e a vulnerabilidade do sistema financeiro, tais como o impacto dos choques nos principais indicadores financeiros, como os rácios de capital ou os rácios de liquidez; a distribuição de perdas e ganhos em diferentes segmentos, setores ou regiões do sistema financeiro; as fontes e os fatores determinantes do stress e do risco, como o risco de crédito ou o risco de mercado; e os efeitos de feedback e canais de contágio entre instituições e mercados financeiros, como empréstimos interbancários ou negociação de derivativos.

6 Comunicar e acompanhar o teste de esforço

O sexto e último passo é comunicar e acompanhar o teste de estresse. Isso inclui relatar e divulgar os resultados, suposições e limitações do exercício, bem como tomar ações ou fazer recomendações com base nos resultados. A comunicação e o acompanhamento do teste de esforço devem procurar aumentar a transparência e a responsabilização do sistema financeiro, aumentar a sensibilização e a compreensão dos riscos e desafios, reforçar a confiança das partes interessadas e do público, melhorar a gestão dos riscos e as práticas de governação das instituições financeiras e apoiar os processos de elaboração de políticas e de supervisão dos reguladores e autoridades.

7 Veja o que mais considerar

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