"Se existe objeção, é sinal que há interesse!" diz o guru. Será? Imagine: — Você precisa contratar um novo fornecedor na sua empresa. O vendedor da empresa A foi bem cordial até aqui. Simpático, mostrou a solução, falou sobre a evolução do mercado e apresentou muito bem as capacidade da empresa fornecedora. Só não deu uma boa explicação quanto você questionou a expertise deles no seu segmento. Distraído pela eloquência, você deixou o processo seguir e essa empresa é agora uma das 3 finalistas. As outras duas (B e C) apresentaram casos de sucesso, e uma delas até forneceu os números de dois clientes para contato. Você sabe que compra terá alta visibilidade e impacto em toda a empresa. Seu emprego está na reta e você quer contar com as 3 opções antes de decidir. Decide demonstrar mais uma vez sua preocupação ao vendedor da empresa A. — Se esse vendedor der ouvidos ao guru, vai achar que precisa "quebrar" sua objeção. Esse é mais um dos mitos do b2b que derivam de livros de vendas centenários, voltados para o consumidor (b2c). Foi só no final da década de 80 que lançaram o primeiro estudo dedicado a vendas complexas, com base na análise de mais de 35.000 sales calls. Foi ali que Neil Rackham deu origem ao SPIN Selling. O autor esclarece: —> Não há nenhuma relação positiva entre o número de objeções e o sucesso na venda. Mas apesar de tanto tempo da publicação do livro, essa balela ainda circula por aí. Antes de Rackham, boa parte da literatura de vendas se baseava em livros dos anos 1920. Um exemplo bem ilustrativo é de 1924: Five hundred answers to sales objections, de Ray Giles. Uma das ideias para a objeção "seu preço é muito alto" é essa: —— "Não existe outro artigo exatamente como esse. Então, como você pode dizer que o preço é muito alto? Você não tem base para comparação." —— Além de rude, essa abordagem parte de duas premissas completamente falsas nos dias de hoje: - O comprador é mal informado; - O comprador não tem opções; Mesmo em vendas b2c seria raro encontrar essa combinação. Ainda mais no B2B. O comprador da nossa história já inicia o processo de compra preocupado com o resultado final. Ele já pesquisou o suficiente para conhecer os principais players. Não tem só informação, mas também opções. Conversando em grupos e em particular com alguns profissionais, ele já tem uma boa ideia do que poderá encontrar. Quando ele faz a objeção, o que esse cliente está dizendo é: "Isso é importante para mim, e eu já ouvi por aí que a sua empresa nunca fez nada nesse segmento. Mas posso estar enganado, e estou lhe dando a chance de se provar." —> A objeção não é um obstáculo para você. É um obstáculo para o cliente seguir com você. Diante de uma objeção, melhor tratar dela com o devido cuidado. É compreendendo as preocupações por trás da objeção que você cria uma opção mais confortável. Caso contrário, o cliente vai encontrar caminho livre no seu concorrente. ▶️ Comente: como você trata as objeções? #vendas #vendasb2b #vendascomplexas
Eduardo Dantas sem objeções
Muito bem colocado, não existe uma objeção e sim um resultado a ser alcançado, a dúvida levantada é se vc tem capacidade ou não de efetivamente ajudar para o resultado que está em jogo. O papel aí é de Honestidade. somente isso. Entenda o real problema e julgue se vc pode realmente atender.
Ou desinteresse? 😅
Word Alchemist | Elevating LinkedIn Reputations with Antifragile Writing | Chief Poetry Officer | Career and Business Consulting & Mentorship | Strategic Positioning | Top 1% SSI | XBA
4moVendas parece ainda um processo bastante misterioso, principalmente quando é uma situação complexa. Como um julgamento federal. Talvez devêssemos aceitar que a maioria das nossas ações é irracional, Eduardo Dantas ...