QUANDO 180 DIAS HOJE EM UM CRONOGRAMA, NÃO SÃO 180 DIAS AMANHÃ Em projetos de construção, os prazos definidos no cronograma podem mudar quando deslocados no tempo 📉. Isso ocorre porque o número de dias planejado está associado a premissas e condições específicas, e mudanças no contexto podem alterar significativamente a execução do projeto. Imagine um projeto contratado para começar em 1º de março, com duração de 180 dias. Por algum motivo, o cliente solicita que o início seja postergado para 1º de novembro 🍂. Essa alteração inevitavelmente cria novas circunstâncias para a execução do objeto contratado, devido à sazonalidade, que afeta vários aspectos, como: a) Praticabilidade das atividades, influenciada por clima adverso, que varia conforme a época do ano ⛈️. b) Cadência de fornecimento comprometida em determinados períodos, impactando a entrega de itens críticos 🚚. c) Feriados acumulados 🎄. No exemplo mencionado, há a semana de Natal, Ano Novo e Carnaval, períodos que reduzem significativamente os dias úteis. Quando esses fatores se somam, fica evidente que aquilo que antes poderia ser concluído em 180 dias agora enfrenta desafios adicionais, tornando necessário um ajuste na duração para um novo prazo. Cabe uma discussão à luz do contrato? Certamente. E é justamente nessas discussões que nascem as melhores negociações em projetos, já que alterações desse tipo geram novos custos que precisam ser avaliados para garantir um contrato justo e equilibrado para ambas as partes 🤝. Essas alterações podem resultar em: - Mobilizações e desmobilizações adicionais; - Produtividade reduzida devido a condições climáticas desfavoráveis ⛈️; - Novas condições econômicas e de prazo para fornecimento de materiais 📊; - Menos dias úteis dentro do período estipulado; - E outros fatores que deixo para vocês, gestores de projetos e contratos, refletirem... 💼 Passei por uma situação semelhante, em que parte da obra foi deslocada para uma nova data. Embora todos os impactos tenham sido apresentados, o cliente inicialmente resistiu em reconhecer sua influência no cronograma. Porém, ao analisarmos o contrato, ficou claro que a execução ainda seria viável, mas não ao mesmo custo nem nas mesmas condições do plano inicial. Assim, foi necessária uma repactuação de prazo e preço para alinhar as expectativas. E você, já passou por algo parecido? Já precisou lidar com essas situações? Comente aí 👇
O interessante é de se perceber o que o oposto também pode ocorrer, trazendo assim a possibilidade de redução de custos para ambos ou até mesmo a tomada de decisão nesse sentido. Obviamente é um evento raro visto que o recurso "tempo" para projetos é tão valioso que mesmo com ponderação não costuma ser a estratégia seguida. com relação ao planejamento, me recordei de uma frase dita que é: "Não temos tempo para planejar bem, mas temos tempo para fazer de novo"
É evidente que a experiência do Sperandio, seja por casos vividos ou estudo profundo, serve como um importante alerta para quem está entrando na área. Esse conhecimento é essencial para gerenciar o impacto das mudanças e buscar equilíbrio no contrato. Os clientes devem estar atentos para respeitar a importância das informações fornecidas pelo especialista – afinal, ele é contratado justamente para isso. Que os novos gestores se preparem para amadurecer e se tornarem veteranos no campo do planejamento e da execução. fim da parte 2/2
O 'artigo' do Márcio Sperandio mostra muito bem o que se vive no dia a dia. Ele mostra que, em projetos de construção, 'cada projeto é único', mesmo que seja idêntico a um outro. No caso narrado, uma simples mudança na data de início de uma atividade – ou, neste caso, do projeto – transforma tudo e cria um novo cenário. Ao texto do Márcio, eu acrescentaria algo fundamental: o gerente de projetos precisa 'ter autoridade e ser ouvido' ao comunicar que um atraso não é apenas um deslize temporal, mas uma mudança que pode exigir negociações e ajustes no contrato e na execução, reforçando que atrasos podem trazer repercussões profundas. Diria que, embora as condições de prazo sejam críticas, elas são apenas a ponta do iceberg. A economia, o fornecimento de insumos e materiais essenciais também precisam de uma nova análise. A capacidade de prever e adaptar esses fatores demonstra a maturidade no planejamento. fim da parte 1 /2
Sem dúvida nenhuma o artigo do colega Marcio Sperandio Cott, PMP é análise perfeita do dia a dia de um profissional de planejamento que nem sempre é ouvido pelo comercial e tampouco pela produção. Vivo isso na pele também colegas ...vc mostra tecnicamente todas as informações justificando os riscos de atraso ( inclusive mitigação de chuvas, feriados, etc ) mas isso é atropelado pelo anseio de cativar o cliente e mobilizar equipe de campo...E o que acontece no final ? Robinho tinha razão!!!
Realmente, principalmente quando falamos de projetos de alta complexidade, todas premissas devem ser postas à mesa para ter um entendimento claro dos prazos e o esforço envolvido para atendê-lo. É comum ver empresas que planejam atividades específicas para serem executados em períodos de estiagem terem que reprogramar por algum motivo estas mesas atividades para o período de chuva. Além do impacto da postergação, a performance no período chuvosos não é mesma da condição inicialmente planejada.
Concordo! Já vivi na pele o impacto de mudanças no cronograma, onde 180 dias planejados para uma época se tornam um verdadeiro desafio em outra. Quando precisei renegociar, percebi que esses ajustes exigem um olhar atento para as novas condições de execução e, acima de tudo, diálogo aberto com o cliente. É nesse equilíbrio que conseguimos manter o projeto viável, justo e, mais importante, em sintonia com as expectativas de todos.
Excelente análise, Márcio! A mudança de datas em projetos de construção realmente pode transformar completamente o cenário planejado. A sazonalidade, feriados e condições climáticas são fatores críticos que muitas vezes são subestimados. A necessidade de renegociar prazos e custos é essencial para manter o equilíbrio e a viabilidade do projeto. Já passei por situações semelhantes e sei como é desafiador alinhar as expectativas do cliente com a realidade do novo cronograma. Parabéns por compartilhar essa experiência tão relevante!
opa, em 2022 tivemos um recorde histórico de chuvas, praticamente o dobro da média. Tivemos um contrato nesse período com uma cláusula de mobilização de 1 mês. Os desdobramentos desse início trouxeram consequência terríveis no prazo e no custo indireto.
Análise perfeita Marcio Sperandio Cott, PMP. Esse tipo de análise que separa um a criança de um profissional de planejamento. Isso que torna cada projeto única e o papel do Gerente de Projetos e do Planejador essenciais.
Gerente de Projetos | PMO | Portfólio | Operações | Processos | Excelência | Planejamento Estratégico | Engenheiro
2moMarcio Sperandio Cott, PMP esse tipo de situação (em especial em projetos de alta complexidade) é muito mais comum do que imaginamos. Agora, ao meu ponto de vista, ruídos que são gerados por essa questão, são muito menos impactantes quando se adota uma gestão colaborativa e participativa no planejamento e execução. Mas Cleber o que quer dizer? Adotar e configurar métodos colaborativos como o IPD e práticas de LPDS para a realidade do projeto (isso considerando os requisitos de contrato, claro), trazem por si só um compartilhamento de objetivos e fortalecimento de engajamento mais efetivo em todos os níveis de envolvidos. Afinal, todos sabemos que escopo é um "organismo dinâmico". Nunca presenciei projeto com aderência de 100% da linha base até sua conclusão.