4ª Carta Aberta: IPO-se

Max Linder de Moura Campos

CEO @ Kona Capital | MBA, Behavioral Economics | CFP®️ | LinkedIn Creator, Financial Market

Published Feb 4, 2020

Toda empresa de capital aberto, com boa governança, divulga os seus fatos relevantes ao mercado assim que acontecem. Pois bem, resolvi fazer o mesmo novamente publicando a minha 4ª Carta Aberta: IPO-se!

Aos amigos, colegas de trabalho e aos +6.000 assessores da XP Investimentos comunico que após 18 meses de parceria e trabalho duro em conjunto com todos vocês decidi que era hora de voltar às minhas origens.

2010-2020... uma década se passou.... Iniciei essa década no mercado financeiro como assessor de investimentos da XP e encerrei essa década como assessor de investimentos da XP. Olhando dessa perspectiva parece que na vida profissional nada mudou, mas nesse período foram 6 anos como AAI, 2,5 anos numa multinacional como gerente de agência e Private Banker, 1,5 ano na maior fintech do Brasil, 6 certificações profissionais, + de 20 cursos extra-curiculares, 2 MBAs (Finanças e Economia Comportamental) e 125 livros lidos.

Depois de seguir pelo intraempreendedorismo, tentar me posicionar como startup dentro de uma corporação secular e pivotar para uma fintech, chegou a hora de me lançar ao mercado de novo, dessa vez com toda a bagagem e networking adquiridos em uma década. O cenário econômico de juros na mínima histórica, lembra um pouco o cenário de 2012 quando inaugurei a OX3 Investimentos. Embora o momento seja parecido, as circunstâncias do mercado mudaram muito. Há uma década a profissão de AAI era a profissão do futuro, hoje é a profissão do momento. Plataforma aberta soava estranho aos reguladores, hoje vivemos o momento Open Bank. A CVM discute a possibilidade do fim da exclusividade e o mais importante, a possibilidade da entrada de investidores capitalistas em empresas de AAI, sem a necessidade da certificação.

Todos esses fatores juntos representam uma oportunidade sem precedentes para os profissionais do mercado financeiro, justamente no momento em que todos os “bancões” disseram que juntos irão fechar 1.200 agências em 2020. Profissionais experientes e com bastante tempo de casa estão sendo mandados embora por serem considerados “caros”. Cargos de liderança estão sendo reduzidos. O mercado está em completa transformação e as oportunidades estão ao alcance de todos.

Voltei para o mundo dos autônomos, pois de todos os modelos que conheci nessa última década, o modelo de remuneração do AAI foi o mais justo que encontrei. Nesse mundo de AAI, “fez-ganhou”! Você não precisa esperar fechar o semestre ou ano para ter seu feedback e saber quando irá ganhar de RV ou bônus. Aqui as coisas são transparentes! Quando você produz, já sabe exatamente quanto vai ganhar no mês seguinte.

Eu tive uma oportunidade ímpar de ocupar diferentes posições (AAI, GI, GR e Private Banker) nessa última década e fazer parte do maior escritório de AAI do Brasil com +6.000 assessores de investimento (o B2B da XP), visitando assessores e clientes pelos 4 cantos do Brasil. Fiz parte de 550 empresas de investimento diferentes e conheci a cultura, o modelo e o posicionamento do ponto de vista do gestor do escritório, do assessor de investimentos e do cliente. Essa experiência foi vital na construção do modelo da Kona Capital e da Kona Serviços Financeiros.

Esse novo momento nos proporciona a oportunidade de ser muito mais do que um assessor de investimentos. Acredito que, com o Open Bank, a possibilidade de ter sócio capitalista e novas fintechs surgindo, as empresas do mercado financeiro que tiverem acesso a essas 3 frentes, poderão sonhar com seu próprio IPO muito em breve. Acredito também numa consolidação grande de escritórios para se tornarem mais rentáveis, mais robustos e mais atrativos aos olhos do investidor capitalista. Com essa visão de mercado e para ter acesso a todas essas frentes, me associei aos meus “velhos” amigos de Banco, Alberto Calazans e Daniel Capuano, que como diretores de uma instituição financeira multinacional sempre foram destaques nas cadeiras que ocuparam e tem a experiência de estruturar diversas áreas de um banco no Brasil e no exterior. Fechamos também uma parceria exclusiva e estratégica com a TAG Investimentos, um dos maiores Family Offices do Brasil com mais de 15 anos de mercado e R$ 8 Bi sob gestão dos clientes de perfil mais exigente do mercado (Private UltraHigh e Institucional), para termos acesso a toda essa estrutura, inteligência e networking.

Com modelo comercial, cultura empresarial, experiência,rede de contatos, partnership transparente e bem definida, vamos em busca de novos sócios e fusões que possam nos deixar ainda mais fortes, mais robustos, mais rentáveis e assim mais conectados aos pilares de oportunidades que mencionei acima.