Como Empresas Inovadoras Escolhem Líderes?

Por Juliana Starosky | Fundadora da Starosky Consultoria

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Por Juliana Starosky | Fundadora da Starosky Consultoria

No cenário corporativo atual, onde a inovação é a moeda mais valiosa e que faz as empresas sobreviverem, muitos negócios em expansão estão revisando profundamente suas estratégias para recrutar líderes. Não basta mais buscar profissionais apenas por competências técnicas ou pela experiência em empresas concorrentes. O futuro do recrutamento está em identificar líderes que compreendam o momento da organização, estejam alinhados à sua cultura e sejam capazes de colocar o cliente no centro de cada decisão.

Além disso, a capacidade adaptativa do profissional tem se tornado um fator crítico na escolha de lideranças. Em ambientes onde a mudança é constante, contratar líderes que saibam se readequar à cultura e ao jeito de trabalhar da empresa é tão importante quanto suas habilidades técnicas ou experiências anteriores.

Essa mudança reflete um entendimento crescente de que, para prosperar em mercados complexos e dinâmicos, as organizações precisam de lideranças que vão além de executar tarefas, elas devem inspirar, conectar e transformar de um jeito único e customizado, rumo ao crescimento do negócio e pessoas - seu foco não está em agradar egos de investidores, mas sim em médio e longo prazo da empresa. As que pensam apenas em curto prazo, estão fadas na perda de seu mercado.

Liderança alinhada ao momento e à cultura da empresa:

Empresas inovadoras reconhecem que o perfil ideal de liderança está diretamente relacionado ao momento em que a organização se encontra. Líderes devem ser escolhidos não apenas pelo que sabem fazer, mas pelo que podem trazer de novo para ajudar a empresa a atingir seus objetivos estratégicos.

• Empresas em expansão internacional, por exemplo, precisam de líderes que combinem visão estratégica global com flexibilidade cultural, além de uma forte habilidade comportamental de inteligência relacional para construir conexões significativas com equipes e stakeholders de diferentes contextos culturais e geográficos.
• Organizações em transformação digital demandam lideranças que sejam capazes de conectar inovação tecnológica às expectativas reais dos clientes, demonstrando uma abordagem colaborativa e uma mentalidade orientada para mudanças, essencial para navegar em ambientes dinâmicos e impulsionar a adoção de novas tecnologias.

Além disso, o alinhamento à cultura organizacional tornou-se um fator determinante no processo seletivo. Líderes precisam refletir os valores e o propósito da empresa em suas ações diárias, promovendo uma cultura que inspire equipes e ressoe positivamente junto aos clientes.

Esse alinhamento cultural exige habilidades de adaptação, pois mesmo líderes experientes precisam se moldar ao “jeito de ser” da empresa, seja ajustando sua forma de liderar, seja aprendendo novas práticas para fortalecer a identidade organizacional.

Competências técnicas e comportamentais e a nova equação do sucesso:

Embora as hard skills (competências técnicas) ainda sejam fundamentais, o verdadeiro diferencial está nas soft skills. Empresas procuram líderes que tenham a habilidade de conectar inovação, pessoas e estratégias de forma eficaz.

Hard Skills mais procuradas:

• Gestão de projetos complexos.
• Capacidade de análise e interpretação de dados.
• Fluência em ferramentas digitais e metodologias ágeis.

Soft Skills indispensáveis:

• Empatia: Para compreender profundamente as necessidades dos clientes.
• Inteligência emocional: Para liderar com equilíbrio e engajar equipes.
• Adaptabilidade: Para navegar em cenários de mudança contínua e readequar-se à cultura organizacional.
• Visão estratégica: Para alinhar metas organizacionais ao impacto no cliente.

Esse equilíbrio entre competências técnicas e comportamentais, combinado à capacidade de adaptação, é o que permite aos líderes inovadores criar soluções práticas e diferenciadas, sempre focados na experiência do cliente.

O cliente no centro do processo de recrutamento:

Empresas orientadas à inovação possuem um foco inegociável: o cliente. Assim, o recrutamento de líderes considera fortemente a capacidade do profissional de criar valor em toda a jornada do cliente.

Os líderes mais bem-sucedidos são aqueles que:

1. Compreendem a jornada do cliente: Conseguem mapear cada ponto de contato para identificar melhorias contínuas.
2. Adaptam estratégias com agilidade: Ajustam produtos, serviços e processos com base em feedbacks reais.
3. Promovem uma cultura centrada no cliente: Inspiram suas equipes a pensar e agir de forma a colocar o cliente no centro das decisões.

Essa visão centrada no cliente permite às empresas não apenas atender, mas superar expectativas, fortalecendo sua posição no mercado.

Capacidade adaptativa, uma competência fundamental:

No ambiente empresarial moderno, a capacidade adaptativa de um líder é uma das habilidades mais valorizadas.

• Adaptação à Cultura: Mesmo um líder altamente qualificado tecnicamente pode fracassar se não conseguir absorver e respeitar a cultura e o jeito de trabalhar da empresa. Organizações inovadoras priorizam candidatos que sejam flexíveis e estejam dispostos a aprender e a se alinhar aos valores organizacionais.
• Readequação Estratégica: O líder ideal não é apenas adaptável, mas proativo em identificar e implementar mudanças que conectem os objetivos organizacionais às demandas do mercado.

Essa adaptabilidade garante que o líder atue como um catalisador para a evolução da empresa, contribuindo para que ela permaneça competitiva e relevante.

Liderança em ambientes multigeracionais:

Outro desafio relevante no recrutamento de líderes é a conexão com equipes multigeracionais, que trazem diferentes perspectivas, expectativas e estilos de trabalho.

• Millennials e Geração Z valorizam propósito e impacto social.
• Baby Boomers e Geração X priorizam estabilidade e planejamento.

O líder ideal deve ser um mediador geracional, capaz de conectar diferentes perfis, promovendo um ambiente de trabalho inclusivo, colaborativo e voltado para resultados, afinal as gerações se somam e fazem o negócio crescer.

Tecnologia e o recrutamento de líderes:

A transformação digital também chegou ao recrutamento. Ferramentas como inteligência artificial (IA) e testes de perfil comportamental são amplamente utilizadas para identificar candidatos com alto potencial de alinhamento à cultura e ao propósito organizacional.

Essas tecnologias ajudam a garantir um processo mais ágil e assertivo, focado em encontrar líderes que realmente compreendam o impacto que precisam gerar, tanto internamente quanto para os clientes. Mas, é fundamental que a pessoa que fará esse processo tenha total experiência em avaliar pessoas em seu perfil comportamental e também tenha profundo conhecimento em mercado de trabalho, com visão consultiva.

Empresas inovadoras já entenderam que o recrutamento de líderes vai além da análise de currículos ou histórico profissional. Trata-se de encontrar profissionais que compreendam e personifiquem a essência da organização, estejam prontos para se adaptar ao momento e à cultura da empresa, e demonstrem uma obsessão pelo cliente.

Ao investir em lideranças alinhadas à cultura, com forte equilíbrio entre hard skills, soft skills e capacidade adaptativa, as organizações não apenas maximizam resultados, mas também garantem um impacto positivo e duradouro no mercado.

O futuro do recrutamento não é sobre contratar líderes. É sobre encontrar visionários que inspirem, conectem e transformem e isso vai além de selecionar um Currículo e analisar um perfil no LinkedIn.

Abraços, Juliana Starosky

Fundadora, Starosky Consultoria

julianastarosky.com.br

Sobre a autora: Juliana Starosky é consultora de carreira, mentora e psicóloga, especializada em desenvolvimento de líderes e marca pessoal. Fundadora da Starosky Consultoria, dedica-se a ajudar gerentes e executivos a construírem trajetórias profissionais alinhadas ao mercado e ao propósito.

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