Flexibilidade Cognitiva, viagens e Confúcio - insights poderosos de como se tornar uma pessoa mais adaptável
Ano após ano, grandes organizações e consultorias globais lançam relatórios falando sobre o futuro (presente) do trabalho, tais como o "The future of jobs" do Fórum Econômico Mundial, o "Top Skills" do Linkedin ou o "Jobs of the Future" de Harvard.
Ao analisar todos esses relatórios, encontramos um consenso entre eles, que é a necessidade de nos adaptarmos constantemente, caracterizada pelo aprendizado contínuo ("lifelong learning"), estar atento a novas tecnologias que surgem e preparado para desenvolver novas habilidades.
Para se ter uma ideia, segundo Fórum Econômico Mundial (The Future of Jobs 2020):
"65% das crianças que estão hoje no primário irão trabalhar com funções que ainda não existem".
Já segundo uma outra pesquisa, desta vez da consultoria McKinsey:
"87% das empresas não possuem o talento que precisarão para o futuro".
Informações essas que nos trazem um norte sobre possíveis desafios e oportunidades existentes daqui pra frente.
É nesse contexto que, além da Aprendizagem Ativa (que já comentei anteriormente aqui), uma outra habilidade vem ganhando grande destaque no mundo corporativo - a chamada "Flexibilidade Cognitiva".
A Flexibilidade Cognitiva é uma competência que combina criatividade, raciocínio lógico e sensibilidade para problemas, permitindo que uma pessoa possa responder de forma rápida a diferentes contextos, aproveitando seus conhecimentos prévios, mesmo que eles não estejam diretamente relacionados à situação em questão, para resolver problemas de forma única.
Essencialmente, trata-se da habilidade "ser adaptável", utilizando como base suas experiências, feedbacks anteriores e diversas perspectivas. À medida que você desenvolve essa habilidade, sua comunicação e construção de argumentos também tendem a melhorar.
Resumindo, uma habilidade valiosa que nos permite enxergar as coisas de diferentes perspectivas, encontrar soluções criativas para problemas e nos adaptar a mudanças.
Ao me deparar com tais dados, recentemente comecei a refletir mais sobre essa habilidade e como podemos desenvolvê-la.
Apesar de poder ser desenvolvida por meio de técnicas específicas, percebi que uma das melhoras formas de desenvolvê-la é viajando e tendo contato com outros temas. Isso mesmo: viajando e tendo contato com temas diferentes.
Eis algumas razões pelas quais acredito que viajar é uma ótima maneira de desenvolver a flexibilidade cognitiva:
Um exemplo prático que vivi recentemente nesse sentido, foi que ao estar estudando mais sobre flexibilidade cognitiva, enquanto viajava pela Ásia e explorava outros temas, tais como grandes escritores e filósofos orientais, me deparei com a ligação que existia entre "Flexibilidade cognitiva" e os ensinamentos do grande filósofo chinês "Confúcio".
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Segue a linha junto comigo ✍️🤯
Confúcio e a Flexibilidade Cognitiva
A vida de Confúcio nos oferece muitos exemplos de como a flexibilidade cognitiva é uma habilidade valiosa há muito tempo.
Por exemplo, Confúcio nasceu em uma família pobre e lutou para conseguir uma educação. Foi só depois de muitos anos, que ele se tornou um estudioso respeitado e um professor renomado, tendo antes enfrentado muitos desafios ao longo do caminho.
Em sua juventude, Confúcio viajou pelo país em busca de um cargo público, mas muitas vezes foi ignorado e maltratado pelas autoridades locais. Ao invés de desistir, Confúcio adaptou sua abordagem e começou a ensinar a filosofia para alunos que estavam dispostos a ouvi-lo. Essa abordagem diferenciada permitiu que ele construísse gradualmente uma base de seguidores leais.
"Não importa quão lento você vá, desde que não pare."
Outro exemplo da flexibilidade cognitiva de Confúcio pode ser visto em sua abordagem à ética e à moralidade. Ele acreditava que a virtude e a bondade eram essenciais para uma vida bem-sucedida, mas reconheceu que diferentes pessoas têm diferentes ideias sobre o que é certo e errado. Ele enfatizou a importância de compreender e respeitar as perspectivas dos outros, em vez de impor suas próprias visões de mundo.
Essa abordagem de Confúcio à ética e moralidade mostra como a flexibilidade cognitiva pode ser uma habilidade valiosa em situações em que as pessoas têm visões diferentes sobre o que é certo e errado. Em vez de adotar uma posição inflexível, Confúcio foi capaz de se adaptar e encontrar maneiras de conciliar as diferenças.
"A verdadeira sabedoria está em admitir a própria ignorância."
Para Confúcio, a mente flexível era fundamental para alcançar a sabedoria e viver uma vida plena e satisfatória. Ele acreditava que, ao sermos humildes e admitirmos nossas limitações, podemos nos abrir para aprender e crescer. Isso te soa atual?!
Em resumo, a visão de Confúcio, aliado ao interesse por viagens, são lembretes poderosos de que, embora a flexibilidade cognitiva seja uma habilidade presente em todos nós, ela pode ser desenvolvida e aprimorada ao longo do tempo. Ao viajar, podemos ampliar nossa perspectiva, aprender lições valiosas e desenvolver a empatia e compreensão, tudo isso contribuindo para o desenvolvimento de uma mente flexível e adaptável. Ao nos inspirarmos em Confúcio e seus ensinamentos, podemos desenvolver a flexibilidade cognitiva e alcançar um maior nível de sabedoria.
E você, se considera uma pessoa flexível? Já pensou em como poderia desenvolver ainda mais essa habilidade?
Pense nisso e até a próxima!
Fev/2023 - Doha/Qatar
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Fernando Granato é Empreendedor, Educador e Especialista em Aprendizagem Ativa e Futuro do Trabalho.
CEO do Grupo Quíron Educação, ao longo dos últimos 10 anos, impactou milhares de pessoas através de projetos educacionais e corporativos em países como Brasil, Rússia, Argentina e Colômbia.
TedxSpeaker e Alumni da rede Global Shapers (WEF), Fernando leva a vida como nômade, conhecendo novas culturas e desenvolvendo projetos em diferentes contextos.
Se tiver interesse em algum projeto, trabalho ou palestra, não deixe de enviar um e-mail para fernando@quironedu.com