My Life as a Futurologist with ADHD
(versão em português abaixo)
I recently came across an Instagram post entitled “ADHD & Future Blindness”. As a futurologist and someone who has struggled with ADHD (Attention Deficit Hyperactivity Disorder) my whole life and has only been diagnosed in the past 6 months (after my 30s), I was immediately intrigued.
The post was superficial (as is the case with nearly all social media content), and it mentioned how ADHD makes planning for the future particularly hard as it requires a host of executive function skills - precisely where those with ADHD have issues. It also said that “the ADHD brain is inherently unable to anticipate and plan for the future.” Well, that should be worrying for me, as I make a living identifying emerging behaviors and shifts in society in order to help my clients plan ahead for possible and desirable futures.
I have also recently talked to my therapist about my diagnosis. When describing what my job asks of me intellectually & physically, and which activities I conduct during a project, she replied “wow, it seems like your ADHD symptoms mostly help you with your work. They are an advantage to you.”
She was wrong, unfortunately. What she is missing is the 30 years I went undiagnosed and, therefore, masking my symptoms and figuring out ways to get around them without help. As much as hyperfocus can turn me into a machine that gets a week’s worth of work done in 12 hours, most of the time I experience ADHD paralysis, social fatigue, and unbalanced energy levels.
Being a woman also never helped. Never mind the explicit and veiled sexism that permeates the culture of the countries I’ve worked in (if you know of a non-sexist country with gender-balanced work culture and opportunities for a futurologist, send it my way). I, like many women, got a very late ADHD diagnosis. Sadly, it is extremely common for women to get ADHD diagnosis in their adult life, while men get theirs when they are boys. ADHD in adults manifests in different ways than how it does in children, and it also manifests differently in women than it does in men. This goes hand-in-hand with gender-based medical gaslighting, and with families and society forcing women to “suck it up” and deliver the best of the best always and without “complaining/making excuses”. Since there has been so little research on both adult ADHD and female ADHD, diagnoses are harder to achieve, and treating it is even harder.
Now, as to how ADHD specifically harms a person’s ability to plan for the future: maybe it’s just me, but that couldn’t be further from the truth. Perhaps it’s the anxiety that comes with living your whole childhood, teenagehood, and early adulthood without knowing why it is so impossible for you to focus and assimilate content. Or perhaps it’s the autism spectrum that walks so closely with ADHD and blurs the lines between what is ADHD and what is autism. Either way, I have always felt the urge to imagine possible outcomes for every situation, and plan for the one I wanted as well as for the other options. This always came as a default for me across all aspects of my life.
The ability to envision and focus on a goal (the desired future) naturally helped me break down the steps I had to do in order to get there. I later found out that this is one essential tool for dealing with ADHD. Futures thinking also allows me to escape the present - and the overwhelming ocean of thoughts, possibilities, anxieties, barriers, etc that would make me feel stuck and paralyzed.
Regardless of having or not having ADHD, the set of abilities that futures literacy provides helps everyone - on personal and work-related levels. This is also why I launched Future Resources, so that people that work with futures, that don’t work with futures, and that don’t work, can learn how to map out possibilities and goals for themselves, and create steps to get there.
As FOMO-inducing as it can be to consume, categorize and assimilate loads of content from a variety of categories on a daily basis, I still find value in it, first of all. Secondly, it has become integrated into my always-on futures radar where I store this information for accessibility upon demand (this is mostly figuratively, but in many ways, Futures Resources Notion Repository is the tangible version). I guess the ADHD trait of "boredom as the enemy" can work to my advantage after all.
*These are my personal experiences with ADHD, autism and anxiety. They are not meant to be seen as professional health information. In fact, if anyone here wants to correct anything I might have said that isn’t right, please do so. If you believe you may struggle with ADHD, seek professional help.
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Minha vida enquanto Futurologista com TDAH
Recentemente vi um post no Instagram intitulado “ADHD & Future Blindness” (TDAH e Cegueira para o Futuro, em tradução livre). Como tive TDAH (Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade) a vida inteira e fui diagnosticada há apenas 6 meses (após fazer 30 anos), fiquei imediatamente intrigada.
O post era superficial e comentava que as pessoas com TDAH tinham dificuldade para se planejar para o futuro, já que isso demanda uma série de habilidades de função executiva — justamente o que falta às pessoas com TDAH. Também dizia que “o cérebro com TDAH é, por natureza, incapaz de prever e fazer planos para o futuro”. Bem, isso deveria ser preocupante para mim, já que o meu trabalho é, literalmente, identificar comportamentos emergentes e mudanças na sociedade para ajudar os meus clientes a se preparar para futuros possíveis e desejáveis.
Também conversei com minha psicóloga recentemente a respeito do meu diagnóstico. Quando descrevi o que o meu trabalho exige de mim intelectual e fisicamente e as atividades que desempenho em um projeto, ela respondeu: “Nossa! Parece que os seus sintomas de TDAH te ajudam no trabalho. Eles são uma vantagem para você”.
Infelizmente, ela estava errada. O que ela não sabe são os 30 anos que passei sem diagnóstico e, assim, mascarando meus sintomas e encontrando formas de contorná-los sozinha. Por mais que o meu hiperfoco me transforme numa máquina que pode fazer o trabalho de uma semana em 12 horas, na maior parte do tempo, eu tenho paralisia do TDAH, fadiga social e níveis de energia desequilibrados.
Ser mulher também não ajuda. Nem entremos no mérito de sexismo explícito e velado que permeia a cultura nos países onde já trabalhei (se você conhece um país não sexista com uma cultura de trabalho decente para uma futurologista, pode me indicar). Eu, assim como muitas mulheres, tive um diagnóstico muito tardio de TDAH. Lamentavelmente, é extremamente comum mulheres serem diagnosticadas na fase adulta, enquanto homens são diagnosticados ainda quando garotos. TDAH se manifesta de modos diferentes nas fases adulta e infância, e também de modos diferentes em mulheres e em homens. Isso caminha lado a lado com o gaslighting praticado por médicos baseado no gênero, e com a obrigação das mulheres, por parte das famílias e da sociedade, a “engolir” e entregar o melhor do melhor o tempo todo e sem “reclamar/dar desculpas”. Já que há tão pouca pesquisa sobre adultos com TDAH e mulheres com TDAH, atingir os diagnósticos fica difícil e tratar a condição, mais ainda.
Agora, quanto ao TDAH prejudicar especificamente a nossa capacidade de fazer planos: pelo menos para mim, isso está longe de ser verdade. Talvez seja a ansiedade que vem de passar toda a infância, adolescência e início da vida adulta sem saber por que é tão impossível se concentrar e absorver conteúdos. Talvez seja o espectro de autismo que se aproxima tanto do TDAH e mistura o que é TDAH e o que é autismo. Seja como for, eu sempre senti a necessidade de imaginar as circunstâncias possíveis para cada situação e me planejar para aquela que eu queria, bem como para as demais opções. Isso sempre veio de forma natural em todos os aspectos da minha vida.
A capacidade de prever e focar numa meta (o futuro desejado) evidentemente me ajudou a identificar os passos que eu precisava tomar para atingi-la — o que eu descobriria mais tarde que é uma ferramenta essencial para lidar com o TDAH. Pensar em futuros também me permite fugir do presente e do avassalador oceano de pensamentos, possibilidades, ansiedades, barreiras etc. que fariam com que eu me sentisse travada e paralisada.
Independentemente de ter ou não TDAH, o conjunto de habilidades que a competência em futuros oferece ajuda a todos no âmbito pessoal e no que diz respeito ao trabalho. Foi um dos motivos por que lancei o Future Resources: para que as pessoas que trabalham com futuros, as que não trabalham com futuros e as que não trabalham possam aprender a mapear possibilidades e metas para si e criar passos para atingi-las.
Por mais que consumir, categorizar e assimilar muito conteúdo de diversas categorias diariamente possa induzir FOMO, eu ainda vejo valor nisso, primeiramente. Depois, isso se integrou no meu radar always-on de futuro, onde eu armazeno informação para acessar quando preciso (figurativo, mas de muitas maneiras o Futures Resources Notion Repository é a versão tangível disso). Acho que a característica do TDAH de "tédio como o inimigo" pode me dar uma vantagem no final nas contas.
*Essas são minhas experiências pessoais com TDAH, autismo e ansiedade. Elas não devem ser vistas como informação oficial sobre as condições. Inclusive, se alguém quiser corrigir alguma coisa que eu possa ter dito errado, por favor, fique à vontade. Se você acha que tem TDAH, procure ajuda profissional.
Chief Futurist, Futurist Speaker, and Hope Engineer™
1yThanks for sharing your story. My ADHD is late as well. Explains a lot tho. It can help with futures 💯
Strategic Impact & Techno-Anthropology ⚑ Strategy | Social Innovation | Research | Comms
1yI don’t know if this is just the algorithm but this topic is popping up in my social media very often and I’ve seen new apps every month especially designed for people with ADHD. It reminds this whole discussion on how to make design more mentally inclusive.
Crowd DNA founder | Museum Of Youth Culture & Studio MOYC | No Way Back | Consulting, writing, startup development
1yThanks for sharing!
Co-founder and COO at Upcycling Solutions | Improving company efficiency through food upcycling projects | 💡Linkedin Creator
1yNão sei se TDAH é vantagem no meu trabalho ou se eu é que aprendi a driblar para conseguir fazer o trabalho. Também não fui diagnosticada na infância porque eu era funcional, tirava boas notas e não era agressiva e nem ficava pulando na aula, eu simplesmente passava a aula toda sentada como qualquer outra criança. Consegui me formar na universidade, fazer mestrado e passar anos na mesma empresa, então aparentemente eu consigo passar despercebida. O que não aparece é o turbilhão interno e o desafio de quem convive com a gente de perto, as crises, a vontade de desistir, o sofrimento de às vezes fazer em metade do tempo e em outras demorar o triplo. Lydia, estamos juntas nisso!
This is awesome Lydia! I really enjoyed reading this.