O que você faz?
Vivo num país de 211 milhões de habitantes, o quinto maior em território e população no mundo. Um país onde as mulheres representam 52% da população e 18% dos cargos de CEO nas empresas, segundo pesquisa Panorama Mulher 2018, feita pela Talenses em parceria com o Insper.
Neste país, um movimento chamado Grupo Mulheres do Brasil, liderado por Luiza Helena Trajano, CEO do Magazine Luiza, que hoje mobiliza 30.000 mulheres, organizou, no ano passado, um grande debate entre os então candidatos à Presidência da República.
Na ocasião, eu era encarregada do pilar de Eventos e Comitê de Comunicação por recepcionar os candidatos em seus camarins. Era em 16 de agosto de 2018.
Foi nesse cenário improvável para uma arquiteta que me vi sozinha com Chieko Aoki, CEO do Grupo Blue Tree, e Sônia Hess, ex-CEO da Dudalina.
Enquanto ambas conversavam sobre assuntos triviais, de uma quina daquele enorme camarim, eu observava as duas, sentindo-me privilegiada por estar ali, presenciando um momento tão humano, amistoso e feminino entre duas das mulheres mais poderosas do Brasil.
O que ambas nem imaginam é que fora uma pergunta que elas me fizeram que mudou meu destino, me fez “pivotar” a minha carreira e tomar as minhas últimas decisões mais importantes no âmbito profissional.
Quando Chieko e Sonia se deram conta da minha presença no local, quiseram saber:
“O que você faz?”
Naquele momento, eu poderia simplesmente responder que, além da posição e responsabilidade adquirida pelo Grupo Mulheres do Brasil naquela noite, era esposa do Marc, mãe da Cora e do Josh, síndica do meu prédio... Ou ainda que trabalhava com meu marido na Tawil Comunicação e era responsável pelos eventos da sua marca pessoal, além de ter uma forte atuação no Terceiro Setor.
Mas o que se passou pela minha cabeça naquela fração de segundo foi o fato de que, após 15 anos atuando no mercado imobiliário como desenvolvedora de negócios, aquilo não me representava.
Senti angústia e um imenso vazio interior. Na ânsia por responder algo que pudesse mostrar a elas todo o meu potencial e que expressasse quem realmente era naquele instante, inspirei profundamente e respondi com segurança:
“Eu faço podcasts com foco no público feminino.”
Satisfeita, expirei e sorri.
Chieko levantou uma das sobrancelhas levemente, como quem recebe uma respostas dessas e não sabe muito bem o que comentar (o que foi suficiente para mim, naquele momento). As duas, então, voltam para o diálogo.
Na quina do camarim mesmo, comecei a elaborar o que acabara de dizer, afinal, até aquele momento, eu não tinha absolutamente nada em mãos – nem a menor ideia de como começaria a fazer um podcast.
Passei aquela noite na Internet até me graduar na Universidade Google, onde aprendi tudo o que precisava para começar: desde o programa ideal para editar áudio, até onde baixar músicas com permissão de uso e hospedar as edições; qual melhor formato para uma capa, dica de upload e outras curiosidades que possibilitaram eu começasse a agendar as gravações.
Fiz tudo que podia e, para o primeiro episódio, até aluguei uma sala em um coworking. Sem saber como seria recebido meu podcast (lembra da sobrancelha da Chieko?) também gravei as edições para ter um “backup” no YouTube.
E foi assim, de gravação em gravação, pedindo ajuda para as amigas, levando o gravador sempre comigo para não perder nenhuma oportunidade, como quando aconteceu em Petrópolis, região serrana do Rio, por exemplo, que as primeiras edições foram publicadas.
Liderança Shakti
Editar o áudio e o vídeo virou um hobby, ocupava minha mente e aliviava a sensação de poder ter preenchido a resposta daquela pergunta que, até então, me angustiava.
Até o dia em que meu marido sugeriu que eu fizesse uma imersão de três dias com Raj Sisodia, fundador do Movimento Capitalismo Consciente, e Nilima Bhat, em São Paulo, autores do livro “Liderança Shakti - o equilíbrio do poder feminino e masculino nos negócios”. Naquela altura, eu já buscava por algum curso, MBA ou até mesmo mestrado. Minhas pesquisas passavam do MBA em Real Estate até Sociologia e Negociação em Harvard.
Resolvi ir conhecer Raj e Nilima pessoalmente.
Em três dias de imersão, entre teorias, práticas e vivências, após um exercício para conexão com seu propósito maior, Nilima ressalvou o que eu não tinha, até então, percebido: meu podcast era algo muito além de um hobby. E me apresentou a graduação em Liderança Avançada para Mulheres, um curso de nove meses que começaria no mês seguinte e que, para poder aplicar, eu necessitaria de um projeto para desenvolver sob a ótica e os conceitos da Liderança Shakti, o que achei ideal para o meu podcast.
E não sabia onde estava me metendo, literalmente. O que aconteceu nos últimos nove meses transformou não só o meu projeto. Transformou a forma de eu ver e me relacionar com o mundo e comigo mesma.
Afinal, o que esperar de uma graduação em Liderança? Livros, teoria, sala de aula, exercícios, reports, debates? Sim, tivemos tudo isso. Só que liderança é algo que transpassa a capa de um livro e suas páginas, vai além dos muros das universidades, das catracas das empresas. Não tem fronteiras, língua ou religião.
Para se graduar em Liderança, é preciso vivenciar a liderança. De dentro para fora.
Como a primeira Shakti Leader graduada pela San Diego University em São Paulo, ajudei a criar um fellowship entre 20 mulheres de lugares distintos do mundo, de millennials à baby boomers, com atuações, religiões, propósitos e visões das mais diversas possíveis.
Criamos uma família de irmãs baseada em apoio, respeito, liderança e amor.
Agora eu te convido a responder a mesma pergunta:
O que você faz?
Se você sentiu alguma dificuldade de responder, vamos nos conectar e, juntas, explorar quais as possibilidades que você tem para alinhar o seu propósito com a sua resposta.
Até breve!
**Clique aqui para fazer parte das minhas conexões mais próximas.**
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Graduada na primeira turma pela The Shakti Fellowship da Universidade de San Diego. Mentora de negócios e carreira, empreendedora, consultora. Vice-Coordenadora da Comissão de Real Estate da CCIFB-SP, integrante do Grupo de Empoderamento e Liderança Feminina da Fisesp. Idealizadora e responsável pelo projeto Vieses Femininos.
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Consultant and Mentor to personal development | Strategic Communication with an emphasis on Professional Presence | Teacher
5yParabéns, Elisa! Acompanhei de perto essa sua trajetória e fico muito feliz por vê-la tão realizada! E para responder sua pergunta, eu diria que , através da comunicação estratégica da imagem, levo ferramentas (E por que não dizer inspiração?) para que cada pessoa possa ocupar, com plenitude, seu lugar no mundo!
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5yNice Sharing
Tradutora Visual de sua Intenção no Mundo | No Dress Code | Expert em Cores e Comunicação Autêntica | Stylist | Designer
5yAh que lindo! Amei saber mais da sua trajetória, Elisa Rosenthal Tawil. A semente já estava ali, encontrar as pessoas e as informações necessárias foi o que precisava para florescer. Agora, respondendo à sua pergunta: eu uso a aparência como desculpa para redirecionar a energia desperdiçada na inadequação em ação e transformação positiva no mundo. Quero ver mulheres se sentindo bem sendo quem são para poderem brilhar sem terem de pedir desculpas a ninguém. Um beijo e sucesso!
Finanças e Controladoria | Gestão Empresarial | Ética e Transparência | Especialista em viver
5yElisa, estou impactada! Aos 45 anos e a 29 anos trabalhando intensamente estou finalmente começando a busca por um "fazer" novo. Após seguir o caminho "indicado" como o mais seguro e com resultados promissores, estou me desafiando a aprender coisas novas, totalmente diferentes do que sempre fiz, me perguntando o que realmente quero fazer nos próximos 10 anos. O caminho "indicado" trouxe bons resultados é fato, mas agora quero um resultado para o que ficou guardado em meu interior, quase sufocado, e que estou descobrindo aos poucos. Sinto me grata por ter encontrado seu texto, seja lá o que eu fizer nos próximos 10 anos deverá impactar positivamente as pessoas e o ambiente onde vivemos.